quarta-feira, 10 de outubro de 2018

A dimensão social da oração.

Quarta-feira da 27ª Semana.


Será que já paramos para refletir a respeito da profunda relação existente entre a oração e o desejo de transformação da realidade humana? Será que simplesmente balbuciamos palavras, por repetidas vezes, sem percebermos o significado do que dizemos?  Os seguidores pediram ao Nazareno que lhes ensinasse a rezar. Eis o texto compilado em Lc 11,1-4:


1 Um dia, Jesus estava rezando num certo lugar. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: "Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos". 2 Jesus respondeu: "Quando rezardes, dizei: 'Pai, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. 3 Dá-nos a cada dia o pão de que precisamos, 4 e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todos os nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação'".


É muito simples e brota da dimensão humana da vida encarnada, da necessidade cotidiana e da realidade social.  Primeiramente, reconhece em D-us, um Pai que cuida da humanidade na condição de filha e por ela zela em todas as necessidades e a protege em tod@s os perigos. Em segundo, pede que venha o Reino de Amor, Justiça, Paz, Igualdade, Fartura  e Felicidade,  já aqui na Terra dos viventes e não no pós-morte, pois as necessidades urgentes são as da Vida. Em terceiro pedem ao Pai-Criador que  não passem fome de pão, de qualquer pão! Pede o pão para tod@s e não apenas para uma pessoa, família ou grupos privilegiados. A fome tem der ser saciada numa humanidade que está faminta, desde a ausência do alimento que sustenta o corpo, da mesma forma que da Justiça,  da Paz, da Igualdade. Pão em todas as mesas! Em quarto, pede pelo perdão do Pai. E quem não precisa do perdão para recomeçar e reconciliar-se com o ofendido e consigo mesmo? O perdão pressupõe que exista o desejo sincero de reconciliação. E, podemos ver, que o seu exercício é uma constante no crescimento humano. Se estamos sedentos por  receber o perdão, é necessário que igualmente estejamos dispostos a dá-lo. O perdão é sempre uma via de mão dupla, que prosseguem paralelas rumo ao infinito. Quem o recebe,  tem de estar disposto a sua concessão! A Graça e a Bênção reconciliatória não pode ser retida ou negada por quem quer que seja. E quem nos deve, igualmente deve ser perdoado. Em todos os sentidos! Em último lugar pede ao Pai as forças necessárias para não cair nas tentações. E são tantas na existência humana! Começando pelo poder e a ganância, o ódio e a mentira, a discriminação e a exclusão. Enfim, tudo o que nos separa do Amor do Pai e dos irm@s! Reflitamos a respeito das dores que sofremos, porém igualmente nas dores por nós causadas. A reconciliação é própria e necessária ao Caminho. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.


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