Sábado da 24ª Semana.
O texto de hoje nos revela a experiência acumulada pelas primeiras comunidades, a respeito das reações e disponibilidade, para o engajamento na luta pela transformação da realidade em conformidade com os ideais do Reino. Certamente não foi fácil a aglutinação de tantas histórias e interesses que deveriam perpetuar a Palavra do Carpinteiro e o Seu entendimento como elemento catalisador das angústias e esperanças transformadoras daquela realidade social. Estamos em Lc 8,4-15:
4 reuniu-se uma grande multidão, e de todas as cidades iam ter com Jesus. Então ele contou esta parábola : 5 “O semeador saiu para semear a sua semente. Enquanto semeava, uma parte caiu a beira do caminho; foi pisada e os pássaros do céu a comeram. 6 Outra parte caiu sobre pedras; brotou e secou, porque não havia umidade. 7 Outra parte caiu no meio de espinhos; os espinhos cresceram juntos, e a sufocaram. 8 Outra parte caiu em terra boa; brotou e deu fruto, cem por um”. Dizendo isso, Jesus exclamou: “Quem tem ouvidos para ouvir ouça”. 9 Os discípulos lhe perguntaram o significado dessa parábola. Jesus respondeu: 10 “A vós foi dado conhecer os mistérios do Reino de Deus. Mas aos outros, só por meio de parábolas, para que olhando não vejam, e ouvindo não compreendam”. 11 A parábola quer dizer o seguinte: A semente é a Palavra de Deus. 12 Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouviram, mas, depois, vem o diabo e tira a Palavra do coração deles, para que não acreditem e não se salvem. 13 Os que estão sobre a pedra são aqueles que, ouvindo, acolhem a Palavra com alegria. Mas eles não têm raiz: por um momento acreditam; mas na hora da tentação voltam atrás. 14 Aquilo que caiu entre os espinhos são os que ouvem, mas, com o passar do tempo são sufocados pelas preocupações, pela riqueza e pelos prazeres da vida, e não chegam a amadurecer. 15 E o que caiu em terra boa são aqueles que, ouvindo com um coração bom e generoso, conservam a Palavra, e dão fruto na perseverança.
Havia a necessidade de manter viva a esperança e chamar os seguidores do Carpinteiro, à responsabilidade, para a contribuição na construção no mundo novo. Certamente, foram detectadas muitas frustrações com as adversidades impostas pelo cotidiano das relações pessoais e sociais. Era imprescindível, porém seguir adiante no Caminho do Reino. A tradição classificou as reações dos seguidores em quatro grupos, ou seja: no primeiro, estavam os que eram meros expectadores; no segundo, os entusiasmados que logo cediam ao arrefecimento; no terceiro, aqueles que se integravam ao movimento, porém em decorrência das situações corriqueiras da vida se afastavam e passavam a cuidar dos seus próprios interesses; e por fim, o quarto grupo, que era o dos preservavam a Palavra e davam continuidade a obra do Carpinteiro. A luta pelos valores do Reino é bastante exigente, pois demandava uma constante atenção com a Justiça, a Paz e a Igualdade nas relações pessoais e sociais. Apenas um coração bondoso e generoso, portanto sensível às adversidades humanas estaria apto ao exercício da Misericórdia. Pensar o bem, falar o bem e fazer o bem demanda um esforço cotidiano, pois estas ações não estão direcionadas a si, porém aos outros e ao coletivo. O deslocamento do eixo da existência humana para o bem coletivo é fundamental para a propagação da Mensagem do Nazareno. Os Atos dos Apóstolo, bem descrevem o ideário das primeiras comunidades. E quanto a nós nos dias atuais? Como anda a nossa Esperança e Perseverança na transformação e construção de uma nova realidade humana? Qual o papel que desempenhamos? Em qual dos grupos acima nos colocamos? Pensemos nisso. Que a Paz esteja com tod@s!
(Aquino)
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