Sexta-feira da 25ª Semana.
As comunidades dos primeiros seguidores guardavam laços profundos com as lideranças que tinham lançado as sementes para a sua origem. Era de grande importância conservar os ensinamentos do Mestre e, ainda, alargar, espalhar e expandir, para além dos limites culturais do judaísmo e geográficos para além da Palestina. Quanto mais distante de Jerusalém estavam as comunidades, mais libertas estariam dos esquemas políticos e religiosos do poder; e do fermento dos fariseus que representava as sinagogas. Estamos em Lucas 9,18-22.
Aconteceu que Jesus 18 estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus perguntou-lhes: “Quem diz o povo que eu sou?” 19 Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou”. 20 Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. 21 Mas Jesus proibiu-lhes severamente que contassem isso a alguém. 22 E acrescentou: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”.
A questão fundamental é a indagação de como o povo via a Jesus. Em Mateus a resposta já havia sido dada pelos discípulos (Mt 14,33), está colocada por Pedro; e, em João (Jo 11,27) é colocado por Marta. Cuida-se primordialmente de como Jesus era visto pelas comunidades. O Carpinteiro já havia ensinado, realizado sinais; muitos o seguiam pela novidade que trazia, pelo seu jeito de acolher os marginalizados, os discriminados, os excluídos; por interagir e lutar com o povo simples e os empobrecidos. O seu agir era reconhecido, pois alguns o reconheceram como um grande profeta, comparando-o a João Batista, Elias ou Jeremias. Não era suficiente, pois estes representavam o passado, a tradição e o antigo sistema de aliança. O relato busca demonstrar que o Nazareno é o Messias esperado, a realização das antigas promessas, a Esperança anunciada pelo Antigo Testamento, ou seja, o Cristo, a experiência profunda de D-us! O Filho que conosco caminha, revelado aos pequenos e pobres. É um contraponto ao messias guerreiro, poderoso e que iria libertar Israel do jugo opressor dos romanos; constitui-se, ainda, em contraponto ao culto do imperador tão propagado e difundido à época que deveria ser reconhecido como filho da divindade; é a oposição entre o serviço ao povo e o poder exercido pelos dominadores; é, por fim, um contraponto ao culto dos deuses romanos e do culto oferecido pelo Templo de Jerusalém, que representavam a exploração e a morte para o povo simples, oprimido e excluído. O reconhecimento de Jesus como o Cristo e Messias esperado, desloca o culto dos grandes templos suntuosos, alinhados com o poder econômico, para as comunidades que favorecem a liberdade, a vida plena e a partilha. Estas idéias fez ruir o Império Romano, pois os cristãos representavam um risco, um perigo, um desafio ao sistema religioso, político e econômico que explora a sociedade. Ontem como hoje este é o desafio para tod@s aqueles que pretendem o seguimento de Jesus. Esta chave nos abre a porta para viver a experiência do Ressuscitado, a profunda experiência do D-us que habita em nós e em cada ser humano. A nossa experiencia, o nosso agir e o nosso testemunho certamente poderá abrir ou fechar as portas do Reino para alguém. Pensemos no nosso agir. Pensemos nas bem-aventuranças. Pensemos como vivemos a nossa fé no Ressuscitado. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!
Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.
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