Sexta-feira da 10ª Semana.
A comunidade de Mateus continua a redimensionar e aprofundar o sentido da Lei da Torah para os primeiros seguidores. Esta interpretação é realizada a partir dos ensinamentos, ação e reflexão do movimento de Jesus. Estamos em Mateus 5,27-32.
27 “Ouvistes o que foi dito: “Não cometerás adultério”. 28 Eu, porém, vos digo: Todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração. 29 Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e joga-o para longe de ti! De fato, é melhor perder um de teus membros do que todo o teu corpo ser jogado no inferno. 30 Se tua mão direita é para ti ocasião de pecado, corta-a e joga-a para longe de ti! De fato, é melhor perder um dos teus membros, do que todo o teu corpo ir para o inferno. 31 Foi dito também: “Quem se divorciar de sua mulher, dê-lhe uma certidão de divórcio”. 32 Eu, porém, vos digo: Todo aquele que se divorcia de sua mulher, a não ser por motivo de união irregular, faz com que ela se torne adúltera; e quem se casa com a mulher divorciada comete adultério”.
Agora não basta apenas o cumprimento das formalidades 'legais'. A busca da raiz do problema ajuda a solucionar as suas consequências. Ao longo da história a mulher sempre foi responsabilizada e penalizada pelo machismo, que a tratava como uma coisa ou objeto a ser possuído. O sentido original do mandamento era o de não dormir com a mulher de outro homem e a colocava no mesmo nível dos animais que integravam o patrimônio. A nova perspectiva coloca a mulher em pé de igualdade com o homem e busca garantir-lhe a segurança em caso de divórcio. A mesma perspectiva é aplicada em relação a proteção da pessoa para que não seja vítima de exploração, extorsão, roubo ou qualquer outra situação usada como desculpa para a ambição humana e a locupletação de bens. O respeito ao homem é fundamental, pois nem sempre aquele que subtrai os seus bens, o faz diretamente. Em razão disso a figura de linguagem relativa a 'mão' é importante, pois ela é que executa as ações. Cortar a mão é o mesmo que dizer que os direitos têm de ser respeitados, o homem não pode ser explorado na sua força de trabalho, enfim em nada que afete a sua dignidade em favor do lucro e do dinheiro. Os homens não são máquinas, peças de engrenagem ou unidades de produção Não adianta propalar direitos na rua e em casa explorar os trabalhadores domésticos, por exemplo. A proteção da lei deve ser integral a tod@s, indiscriminadamente. Pensemos em nossas relações familiares. Busquemos a construção de um mundo novo. Pensemos em nossas relações trabalhistas. Pensemos em nossas relações socais. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s.
Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.
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