segunda-feira, 25 de junho de 2018

Para onde apontamos o dedo?

Segunda-feira da 12ª Semana.

A comunidade de Mateus, composta em sua maioria por judeus convertidos, encontrava dificuldades em lidar com os ranços históricos que tinham raízes no farisaísmo, para um a melhor compreensão  da mensagem de Jesus. A formalidade e a matriz de interpretação tinham sido modificadas para sempre. As comunidades não mais poderiam viver de aparências, do cumprimentos de ritos normativos ou do "faz de conta". Estamos em Mateus 7,1-5.

1 “Não julgueis e não sereis julgados. 2 Pois, vós sereis julgados com o mesmo julgamento com que julgardes; e sereis medidos, com a mesma medida com que medirdes.  3 Por que observas o cisco no olho do teu irmão, e não prestas atenção à trave que está no teu próprio olho? 4 Ou, como podes dizer a teu irmão: “Deixa-me tirar o cisco do teu olho", quando tu mesmo tens uma trave no teu? 5 Hipócrita, tira primeiro a trave do teu próprio olho e então enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão”.

A convivência em comunidade tinha como valor essencial a busca da verdade e da justiça.  Constituía um Caminho para a transformação da própria realidade em novos critérios de amor. Não mais haveria fórmulas ou rituais que garantissem seu o cumprimento. A vida simples daquele povo passaria por uma radical transformação. Não mais importava nas relações sociais a 'falsa segurança' de um trilhar já 'pré-determinado', o Caminho seria construído a partir da experiência da jornada que já fora empreendida.  O caminho tornara-se mais desafiador, pois estava baseado na construção de uma nova realidade. Não julgar. Como é fácil emitir conceitos pré-estabelecidos em relação ao outro! Cuspir regras! Criar dificuldades! Agora a mesma medida com a qual medirmos o outro é a que seremos medidos! A misericórdia que desejamos para nós, deverá ser a mesma com a qual deveremos olhar para o agir do outro. E como o ser humano tem a capacidade de ver quando olha o outro? Vê-se primeiro os defeitos ou algo que for conveniente para condenar, para denegrir, para discriminar ou para excluir.  As comunidades não poderiam tornar-se um 'clube de sócios melhores que os demais ou de pessoas que  estariam a salvo', muito pelo contrário: seriam lugar de vida,  de acolhida e de esperança de novas oportunidades  de relações sociais.  As comunidades representavam a possibilidade de viver na existência  humana o Reino anunciado. Para isto torna-se necessário a construção do homem novo, que partiria  não de fora para dentro, porém da sincera 'con-versão' do pensar, do falar e do agir, na conformidade do mesmo pensar, falar e agir de Jesus. A pergunta básica para a intervenção pessoal no mundo passara a ser: Como Jesus agiria nesta ou naquela situação? E esta conclusão viria a ser aplicada à minha ação e não a do outro. Basta de apontar o dedo na direção do irmão, da comunidade ou do mundo! Passemos a apontar o dedo para nós mesmos e a nos responsabilizamos pela construção do mundo novo! Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

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