Terça-feira da 12ª Semana.
As comunidades logo descobriram que o seguimento do Caminho, não era feito para as pessoas acomodadas e medíocres. O seguimento de Jesus nos questiona a todo momento. Qual a nossa relação com a crença no D-us Pai? Qual a nossa relação com a realidade? Qual a nossa relação com a sociedade? Estamos em Mateus 7,6.12-14.
6 “Não deis aos cães as coisas santas, nem atireis vossas pérolas aos porcos; para que eles não as pisem com os pés e, voltando-se contra vós, vos despedacem. 12 Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles. Nisto consiste a Lei e os Profetas. 13 Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que leva à perdição, e muitos são os que entram por ele! 14 Como é estreita a porta e apertado o caminho que leva à vida! E são poucos os que o encontram”!
As comparações do texto são bastante duras. Os cães eram alimentados à época, com as sobras e os restos de comida e, por conseguinte, não tinham a sua fome saciada. Na cultura antiga os cães não eram valorizados, por serem considerados animais selvagens, vadios e das ruas. A advertência é no sentido que as 'coisas sagradas', portanto aquilo que é próprio ao culto, como por exemplo a carne destinada ao sacrifício no Templo, não poderia ser desperdiçada ou jogada fora. De igual forma as pérolas que eram puras e valiosas não poderiam ser dadas aos porcos, que na cultura judaica era considerado o animal mais impuro e impróprio para o consumo. Se por um lado, não se dava alimentos aos cães, pois diante da fome poderiam atacar o benfeitor, muito menos dispor da carne consagrada ao sacrifício, por outro lado não poderiam dispor da pureza dos ensinamentos e da sabedoria transmitida a partir da Torah, para utiliza-los ao seu bel-prazer. A pureza dos ensinamentos do Reino, a pérola, não poderia ser manipulada como o fazem os mercenários da fé e do dinheiro. Jesus convida os seguidores a fazerem a escolha do Caminho. O Caminho é difícil e exigente, pois conduz a plenitude da Vida. A 'porta estreita' e a 'porta larga' representam metas diferentes e conflitantes como a existência humana. A escolha da via estreita nos mostra a restrição aos ensinamentos do Mestre de Nazaré, fundado na Justiça, na Paz e na Igualdade. A escolha da via larga leva à perdição, pois está subordinada às conveniências do poder, do dinheiro e da subserviência aos interesses mais diversos. São formas diferentes de viver. A liberdade humana é plena, criadora de hipóteses e soluções, porém marcada pelo egoísmo e incompreensão do amor. As múltiplas escolhas durante a jornada da nossa existência, cabe unicamente a cada um de nós. O ato de viver é desafiador! O caminho é longo! Qual o alimento para a nossa jornada? O que é realmente importante para a nossa vida? Qual o chão que escolhemos para pisar e aonde desejamos chegar? Das nossas escolhas é que emergirão os horizontes que iremos descortinar ao longo da nossa existência, sem qualquer tipo de julgamento ou juízo de condenação, que escravizem, que oprima ou que imobilize, a nós ou aos outros. A Vida é uma torrente contínua de ações e reações; não podemos inviabiliza-la, a nós ou aos outros. Saibamos bem empreender a nossa jornada. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!
Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.
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