sábado, 9 de junho de 2018

Guardar os fatos no coração.

Sábado da 9ª Semana.
Sagrado Coração de Maria.


O texto de hoje faz parte da tradição dos chamados 'evangelhos da infância de Jesus', compilados após o restante dos escritos e constantes apenas nos Evangelhos de Mateus e de Lucas. Em Mateus a abordagem é centrada na pessoa de José, faz um paralelo com Moisés, o libertador, e entre o Faraó e Herodes, Jesus vive como exilado político e, ainda, na estrebaria os Reis magos são os primeiros a visitá-Lo. nesta tradição Jesus faz a mesma caminhada do seu povo e vem liberta-lo de tudo que o oprime. Em  Lucas, o relato é centrado na pessoa de Maria, faz um paralelo  entre Jesus e João Batista, e os pastores são os primeiros a fazer a visita. Nunca foram ao Egito e, tendo cumprido a lei, retornaram a Nazaré, na região da Galiléia. Estas variantes constam dos dois primeiros capítulos de Mateus e de Lucas e constituem formas diferentes da tradição contar a mesma história, retratar a forma como vêem os acontecimentos e de registar a Esperança que havia sido concretizada n'Aquele Menino. Estamos em Lucas 2,41-51.



41 Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. 42 Quando ele completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. 43 Passados os dias da Páscoa, começaram a viagem de volta, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. 44 Pensando que ele estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. 45 Não o tendo encontrado, voltaram para Jerusalém à sua procura. 46 Três dias depois, o encontraram no Templo. Estava sentado no meio dos mestres, escutando e fazendo perguntas. 47 Todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. 48 Ao vê-lo, seus pais ficaram muito admirados e sua mãe lhe disse: “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura”. 49 Jesus respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?” 50 Eles, porém, não compreenderam as palavras que lhes dissera. 51 Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, conservava no coração todas estas coisas.


A história registra a tristeza da perda e a alegria do reencontro. É uma história com final feliz! Não é esse o caso de milhares ou milhões de pais e mães pelo país e pelo mundo. Quem entende a profundidade desse sentimento são os pais e mães que foram obrigados a separarem-se dos seus filhos. São tantas as situações impostas pela vida, desde a alienação parental que exclui e discrimina pai ou mãe após as separações, crianças vítimas de rapto ou sequestro, ou ainda simplesmente as que são perdidas nas realidades mais diversas, desde um simples passeio às hipóteses de guerras, migrações, violência ou comoção social. Estas situações podem levar a uma morte em vida, a uma dor lancinante, que lateja sem dar trégua ao longo da existência humana.  Não podemos ser indiferentes a esta dor e devemos trabalhar para uma solução. No final o Menino é encontrado no Templo em meio aos doutores e mestres da lei que se maravilhavam com a inteligência d'Aquela criança. É comum, até nos nossos dias, nos admiramos com o desenvolvimento, a argúcia e o raciocínio das crianças. Não foi diferente nessa narrativa. Jesus ouvia as perguntas e respondia. Ele aprendia e ensinava, como deve ser a construção e a transmissão do conhecimento universal acumulado. Aquela felicidade do reencontro é repleto de sentimentos acompanhados de emoções positivas e satisfatórias. Lembremos que na hipótese de um reencontro, igualmente poderá ser um ato mental, como o de observar fotos antigas e empreender uma espécie de viagem no tempo. Por fim, o registro de que Maria guardava os fatos no coração. Este registro nos recorda que na jornada da Vida não guardamos apenas as boas lembranças ou bons ensinamentos que produzem frutos, porém a memória e a história dos acontecimentos para evitar que coisas ruins tornem a ocorrer. A saudade, igualmente  é um sentimento que nos faz agir em resgate daquilo que deixou de ser realizado. Pensemos nisso. Pensemos em nossas atitudes. Pensemos em nossa vida. que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário