Sexta-feira da 12ª Semana.
A comunidade de Mateus não poderia continuar com as antigas leis de exclusão e de segregação religiosa e social. Estas normas eram incompatíveis com do D-us de Amor e a mensagem do Reino anunciados por Jesus. Estamos em Mateus 8,1-4.
1 Tendo Jesus descido do monte, numerosas multidões o seguiam. 2 Eis que um leproso se aproximou e se ajoelhou diante dele, dizendo: “Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar”. 3 Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse: “Eu quero, fica limpo”. No mesmo instante, o homem ficou curado da lepra. 4 Então Jesus lhe disse: “Olha, não digas nada a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote, e faze a oferta que Moisés ordenou, para servir de testemunho para eles”.
Na antiguidade a lepra era vista como um flagelo social, causa de repugnância, sofrimento e dor. Na sociedade judaica era vista como castigo de D-us e, o portador, como impuro e pecador. A legislação determinava a sua exclusão da sociedade e a segregação dos portadores em lugar distante e fora do alcance das pessoas. Quem tocasse a um leproso, tornava-se igualmente impuro; acolher e cuidar, nem pensar! Eram agredidos com pedras, perseguidos e tangidos pelo ódio, como iníquos transgressores merecedores da morte. Eram vítimas de incontáveis violências! O encontro entre o leproso e Jesus, é o encontro entre um discriminado, marginalizado e excluído, de um lado, e de outro, a coragem de questionar o preconceito, o acolhimento de um irm@o e o Amor de D-us. Ao tocar o leproso, Jesus tem a coragem de violar a lei religiosa que é injusta para mostrar que o Amor do Pai é maior do que o preconceito criado pelos homens e mulheres. Não há pureza maior que a do Amor que a tudo cura. Após a efetivação da cura, determina que se apresente perante ao sacerdote para ser examinado e reintegrado à sociedade. O preconceito, a marginalização e a exclusão sempre buscam respaldo na Lei Divina. Jesus toca e cura o leproso para mostrar que é inconcebível e inadmissível a intolerância, o preconceito, a marginalização, a violência e a exclusão entre os filhos do D-us Pai e Criador de todos os seres humanos e, principalmente o ato de perpetrá-las em Nome de D-us! O leproso representa todos os marginalizados e excluídos pelas religiões e pela sociedade, e suas normas discriminatórias. Tratamos o outr@ como lepros@, quando discriminamos e excluímos qualquer ser humano em razão do gênero, intergênero, raça, credo religioso, inveja, ambição, sexualidade, cultura, região, de morar na rua ou status social. O ser humano é muito criativo em engendrar múltiplas formas de discriminação e de exclusão e, ainda, como não tem qualquer justificativa ética, moral ou científica, buscam a D-us como fiador da sua hipocrisia, ignorância e preconceito. Pensemos se o nosso agir é acolhedor e inclusivo. Pensemos nas múltiplas formas de discriminação social e na sua ausência de fundamento. Pensemos na Mensagem do Reino que não comporta a violência, marginalização ou a exclusão religiosa e social. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!
Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.
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