terça-feira, 1 de maio de 2018

Nós podemos mais!

Alegrias da Páscoa: 31º dia.




O texto de hoje, Mt 13,54-58, expressa a perplexidade e admiração pela origem do Mestre, que nada mais era do que o Filho do carpinteiro. E o que era um carpinteiro na época? 



54 dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga, de modo que ficavam admirados. E diziam: “De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? 55 Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? 56 E suas irmãs não moram conosco? Então, de onde lhe vem tudo isso?” 57 E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus, porém, disse: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!” 58 E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé.


Não nos iludamos com os conceitos poéticos e contemporâneos para comparar a profissão de então, aos nossos marceneiros ou carpinteiros de hoje, verdadeiros artistas que trabalham a madeira. À época, era simplesmente um 'faz tudo', 'biscateiro', 'pau pra toda obra' ou, seja, um humilde trabalhador! Basta indagar quem era responsável por montar as cruzes para execução, os patíbulos de madeira no mundo romano? A profissão não era especializada como a de ourives, artesão, escultor ou comerciante. A 'oficina' do seu pai, estaria mais para um 'pé de escada', 'ponta de calçada' ou 'fundo de quintal', num aldeamento pobre, periférico e perdido nos confins da distante Galiléia, chamado Nazaré. Região tão desprezada quanto os seus habitantes, que posteriormente em outro texto indagam: Pode vir alguma coisa que preste da Galiléia? Em resumo: pobre, morador da periferia e de mão de obra não especializada. Os homens da sua família eram todos conhecidos pelo nome, as mulheres, igualmente, porém apenas Maria teve seu nome guardado devido à situação machista-cultural. Era uma família de pobres trabalhadores, na qual a única escola possível que os homens tenham frequentado seria a existente na sinagoga, para o estudo do Torá. E naquele ambiente de pobreza e humildade é que o Filho de D-us foi nutrido; recebeu amor, carinho e educação; o alimento era conquistado a duras penas com o suor da face produzido pelo trabalho e, certamente, não era de boa qualidade; e, finalmente, com José, Ele aprendeu um ofício e naquela 'carpintaria' em Nazaré, tomou a consciência de que era trabalhador e se fez classe! E aí reside, justamente, a causa pela qual ficaram escandalizados, sim! E esta é a palavra com a qual o texto descreve a reação deles quanto à escolha do Pai, pois foi do meio dos pobres, desprezados e ignorados pelo sistema, de onde surgiu a sabedoria, o milagre e a profecia. O Filho de D-us era um trabalhador! E no Dia do Trabalhador, nada mais justo do que ver os direitos trabalhistas e previdenciários garantidos. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

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