quinta-feira, 31 de maio de 2018

Corpus Christi: Pão da Igualdade.

Quinta-feira da 8ª Semana.


As comunidades registram a tradição que rememora a mesa comum, a ceia-refeição, a partilha de bens e o Amor-Comunhão. Estamos em Marcos 14,12-16.22-26.

12 No primeiro dia dos Ázimos, quando se imolava o cordeiro pascal, os discípulos disseram a Jesus: “Onde queres que façamos os preparativos para comeres a Páscoa?” 13 Jesus enviou então dois dos seus discípulos e lhes disse: “Ide à cidade. Um homem carregando um jarro de água virá ao vosso encontro. Segui-o 14 e dizei ao dono da casa em que ele entrar: “O Mestre manda dizer: onde está a sala em que vou comer a Páscoa com os meus discípulos?” 15 Então ele vos mostrará, no andar de cima, uma grande sala, arrumada com almofadas. Aí fareis os preparativos para nós!” 16 Os discípulos saíram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus havia dito, e prepararam a Páscoa. 22 Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, tendo pronunciado a bênção, partiu-o e entregou-lhes, dizendo: “Tomai, isto é o meu corpo”. 23 Em seguida, tomou o cálice, deu graças, entregou-lhes, e todos beberam dele. 24 Jesus lhes disse: “Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos. 25 Em verdade vos digo, não beberei mais do fruto da videira, até o dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus”. 26 Depois de ter cantado o hino, foram para o monte das Oliveiras.

A humanidade guarda desde os tempos antiquíssimos a sacralidade do alimento-refeição, oferta de Amor e o sacrifício-oblação. O Carpinteiro resume este ato-celebração num mesmo ato, o humano e o divino. Humano, pois o alimento sustenta o corpo e festeja a união das pessoas em torno a uma mesa comum. Enquanto os homens saciam a sua fome, mantêm as mãos ocupadas com o alimento e não carregam armas ou podem proporcionar qualquer ataque, pois se sentem seguros em meio à reunião. Não agridem, nem são agredidos. Divino, pois as mais diversas culturas oferecem alimentos às divindades, oferendas e sacrifícios, desde tempos imemoriais. Neste ato, porém o significado é outro, consiste no Amor-Comunhão, na partilha de bens para um Mundo Novo e do D-us que inverte a direção do sacrifícios, pois não é mais o homem que imola à divindade e, sim, o Divino que se imola na Mesa dos Homens, instituindo a Aliança, reafirmando que o Eterno nos ama com Amor de Pai e nos resgata para a divindade comum do humano. hoje rememoramos este Ato de Amor, uma simples refeição humana que torna-se sagrada pela benção e partilha do D-us que assumiu a nossa existência e tornou-se alimento para o Caminho. A esta mesa tod@s acorrem como convidados, confiança dos que buscam, força dos fracos, esperança dos desesperados, consolo dos aflitos, fortaleza e confiança dos que lutam. A mesa do Pai que a tod@s acolhe!  A Mesa da Justiça, da Paz e da Igualdade! Pensemos neste Pão que se transforma, nos redime e constrói uma nova realidade. Pensemos na força do humano alçado ao Divino, dando novo sentido a toda a existência humana. Pensemos se as nossas ações dignificam o humano. Pensemos que o Divino dignifica o humano. Pensemos se as nossas famílias afetivas, comunidades, corporações e sociedade, realmente dignificam o humano. Pensemos nisso. Cristo está conosco, em nosso meio e conosco caminha!  Cristo, Pão para uma nova sociedade! Cristo, Pão para um novo mundo! Que a paz esteja com tod@s!

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quarta-feira, 30 de maio de 2018

Novos valores.

Quarta-feira da 8ª Semana.


As ambições humanas e as disputas pelos primeiros lugares estão representadas no texto de hoje. As comunidades de seguidores tiveram que lidar com isso ao longo da história. Estamos em Marcos 10,32-45.

32 os discípulos estavam a caminho, subindo para Jerusalém. Jesus ia na frente. Os discípulos estavam espantados, e aqueles que iam atrás estavam com medo. Jesus chamou de novo os Doze à parte e começou a dizer-lhes o que estava para acontecer com ele: 33 "Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem vai ser entregue aos sumos sacerdotes e aos doutores da Lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos pagãos. 34 Vão zombar dele, cuspir nele, vão torturá-lo e matá-lo. E depois de três dias ele ressuscitará". 35 Tiago e João, filhos de Zebedeu, foram a Jesus e lhe disseram: "Mestre, queremos que faças por nós o que vamos pedir". 36 Ele perguntou: "Que quereis que eu vos faça?" 37 Eles responderam: "Deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda, quando estiveres na tua glória!" 38 Jesus então lhes disse: "Vós não sabeis o que pedis. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? Podeis ser batizados com o batismo com que vou ser batizado?" 39 Eles responderam: "Podemos". E ele lhes disse: "Vós bebereis o cálice que eu devo beber e sereis batizados com o batismo com que eu devo ser batizado. 40 Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. É para aqueles a quem foi reservado". 41 Quando os outros dez discípulos ouviram isso, indignaram-se com Tiago e João. 42 Jesus os chamou e disse: "Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. 43 Mas, entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande seja vosso servo; 44 e quem quiser ser o primeiro seja o escravo de todos. 45 Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos."


O que buscam as pessoas ao longo da sua existência? O que as motivam e impulsionam? O que dá sentido e satisfação às nossas vidas? Sejamos honestos conosco e façamos uma análise do nosso agir para termos consciência aonde pretendemos chegar com as nossas ações. A compreensão motivacional da nossa intervenção no mundo requer uma clareza de objetivos. A Vida nos propõe caminhos, porém caberá a nós as escolhas e responsabilidade em  arcar com as consequências. Existe uma lei de causa e efeito que mantém um equilíbrio no universo. A pergunta do Carpinteiro poderia ser colocada hoje à qualquer pessoa,  da seguinte maneira:  O que você pretende com o seguimento do Caminho? O que você busca? Quais são os seus interesses pessoais? Poder? Destaque? Fortuna? E assim, existiriam mil perguntas a serem feitas. E, ainda é certo que as nossas respostas apresentariam mil justificativas em defesa daquilo que almejamos. Aqui não vale a cultura dos que pretendem "tirar vantagem em tudo", "da farinha pouca, meu pirão primeiro" ou do famoso "jeitinho brasileiro". A resposta é clara e inverte os valores vigentes numa sociedade desvirtuada pela ambição do lucro,  do capital, da concorrência, do destaque e da ascensão social.  Quer ser grande?  Seja pequeno! Quer ser o primeiro? Seja o último! Quer ser o senhor? Seja o servidor! O Reino não busca o modelo estabelecido pelas sociedades. O Reino busca a transformação da realidade em novos critérios de Amor, de Justiça, de Paz e de Igualdade. Pensemos nos nossos valores. Pensemos nas nossas ações. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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terça-feira, 29 de maio de 2018

A lógica do Reino.

Terça-feira da 8ª Semana.


A comunidade de seguidores  mostra a lógica reversa do Reino e do movimento de Jesus. Estamos em Marcos 10,28-31.

28 começou Pedro a dizer a Jesus: "Eis que nós deixamos tudo e te seguimos" 29 Jesus respondeu: "Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, 30 receberá cem vezes mais agora, durante esta vida — casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições — e, no mundo futuro, a vida eterna. 31 Muitos que agora são os primeiros serão os últimos. E muitos que agora são os últimos serão os primeiros".

Os valores do Reino são maiores, pois são os do Amor, que se encontra acima dos laços civis de parentesco. É preciso salientar que no mundo romano os laços eram determinados pela 'filiação' e marcos legais 'familiares' que a tod@s vinculava e submetia à autoridade máxima do chefe da família ou pater familias. Este último é que tinha um poder de vida e de morte sobre os membros a ele vinculados. É o mesmo pode que o imperador tinha sobre os seus domínios e não podiam ser questionados. A figura do pater familias e do imperador constituíam o expoente máximo de uma sociedade injusta e violentada pelo agir dos detentores do poder que o exerciam apenas em benefício próprio. Acima deste último, apenas a divindade. A sociedade na Judéia, também não era muito diferente. O poder foi divinizado pelos humanos e passou a constituir uma finalidade em si mesma. Assim podemos melhor compreender a mensagem do texto, no sentido de que fosse superada as relações ditadas pelas estruturas baseadas no poder, na submissão e carente de qualquer sentido, exceto o da exploração e da dominação; por esta nova ótica os laços são formados pelo afeto, onde na família, nas relações corporativas e sociais, o maior não será o primeiro, porém o pequeno, o que mais necessita, @ últim@ de tod@s. O poder passa a constituir apenas mais um serviço e responsabilidade para com os demais. É uma mensagem de Esperança que dá oportunidade às comunidades para superar as dificuldades e sistemas de opressão que as subjugavam. Nos diz que este 'poder' não dura para sempre. As situações difíceis passam, são superadas e mudam, sempre mudam! O poder dos laços do afeto e da liberdade, seja de homens ou mulheres, têm de ser respeitados. Pensemos no nosso agir. Como vemos o exercício do poder? Como vemos os 'últimos', os menores e os excluídos desta Terra? Como pensamos o Reino? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!


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segunda-feira, 28 de maio de 2018

O caminho é o desapego.

Segunda-feira da 8ª Semana.


A comunidade de seguidores compilou a tradição a partir da experiência com a transmissão dos ensinamentos do Mestre de Nazaré. A questão primordial estava relacionada ao fato de que não havia um preceito escrito, como uma lista de leis, ritos e formalidades a serem seguidas. As formas exteriores não mais eram relevantes. Estamos em Marcos 10,17-27.

17 quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém correndo, ajoelhou-se diante dele, e perguntou: "Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?" 18 Jesus disse: "Por que me chamas de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. 19 Tu conheces os mandamentos: não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não prejudicarás ninguém; honra teu pai e tua mãe!" 20 Ele respondeu: "Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude". 21 Jesus olhou para ele com amor, e disse: "Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!" 22 Mas quando ele ouviu isso, ficou abatido foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico. 23 Jesus então olhou ao redor e disse aos discípulos: "Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!" 24 Os discípulos se admiravam com estas palavras, mas ele disse de novo: "Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! 25 É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!" 26 Eles ficaram muito espantados ao ouvirem isso, e perguntavam uns aos outros: "Então, quem pode ser salvo?" 27 Jesus olhou para eles e disse: "Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível".

A situação está muito bem descrita no caso do jovem rico que se sentia piedoso por cumprir as leis mandamentais. O Mestre subverte a ordem humana de uma lógica legal e passa a questionar o sentimento que move as pessoas. A adesão ao movimento de Jesus  pressupõe escutar os seus ensinamentos, os colocar em prática e, principalmente, modificar o nosso agir. Guardar as palavras do Nazareno no coração consiste em identificar-nos com o seu jeito de viver. Jesus viveu e se entregou pelos outros. O jovem percebeu que, egoisticamente, não poderia partilhar aquilo que realmente era importante para si, a sua riqueza, dar-se totalmente e viver para os outros. Estamos dispostos a abdicar das nossos projetos egoísticos? Qual a nossa medida de doação? Até que ponto somos capazes de desapegar daquilo que nos escraviza e impede a nossa jornada? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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domingo, 27 de maio de 2018

Santíssima Trindade: somos únicos e múltiplos.

Domingo da 8ª Semana.



A comunidade dos primeiros seguidores havia retornado à Galiléia, após os eventos da execução do Mestre em Jerusalém. Já não eram doze, porém onze, pois um dos primeiros escolhidos tinha escolhido outro caminho e traído o movimento do Nazareno.  Agora todos procuravam entender o que havia ocorrido, olhando a história e revendo os fatos desde o início da jornada. Estamos em Mateus 28,16-20.

16 os onze discípulos foram para a Galileia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado. 17 Quando viram Jesus, prostraram-se diante dele. Ainda assim alguns duvidaram. 18 Então Jesus aproximou-se e falou: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. 19 Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, 20 e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis que eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo”.

Os primeiros companheiros passaram a 're-pensar' tudo o que havia acontecido e os ensinamentos do Carpinteiro, com os 'olhos da fé'. Foram convidados para o banquete da Vida, para a Mesa da unidade e para 'con-viver' o Mistério da diversidade. A experiência do Amor de D-us,  da semente plantada e do Caminho trilhado, renovou a Esperança no D-us Conosco. O sentido da Vida passara a ser o serviço a um D-us que não é solitário, a um D-us que se fez comunidade e renovou a face da Terra, apresentando o D-us Criador, o D-us Encarnado que fez-se homem para nos  mostrar a divindade do homem e o D-us Espírito Santo que permanece conosco na nossa comunidade, fonte de Amor e da Partilha dos Dons. Somos convidados à vislumbrar a unidade na multiplicidade. O Amor que se partilha não diminui ou perde a substância, porém cresce e conserva a unidade. D-us é Amor, o Amor do Pai pelo Filho, o Amor do Pai pelos homens e mulheres e a prática do Amor na comunidade, na sociedade e no mundo, não divide o Amor. Pai, Filho e Espírito Santo, a Trindade é comunidade.  Somos seres muito amados, capazes de amar e co-criadores participes deste mesmo Amor. Somos provenientes da mesma cepa que brota as suas ramas pela criação. Criaturas do mesmo tronco, ramos da mesma árvore, a Árvore da Vida. Somos únicos, diversos e múltiplos. Pensemos na razão de estarmos no mundo e de sermos felizes e amados. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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sábado, 26 de maio de 2018

Simplicidade, alegria e acolhimento.

Sábado da 7ª Semana.


Será que, realmente, observamos e compreendemos o que é ser criança? Será que entendemos a forma como a criança percebe o mundo e suas relações? Será que ainda recordamos de quando éramos crianças? Pois é. A tradição compilada pela comunidade em Marcos 10,13-16, nos recorda a mensagem acerca da compreensão do Reino.


13 traziam crianças para que Jesus as tocasse. Mas os discípulos as repreendiam. 14 Vendo isso, Jesus se aborreceu e disse: "Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas. 15 Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele". 16 Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos.


Vivemos num mundo marcado pela ambição, pela prepotência, pelo egoísmo e pela violência, onde ontem como hoje, o Reino anunciado pelo Nazareno nos coloca uma proposta de Caminho, diametralmente oposto às relações estabelecidas pelos poderosos de plantão. O Caminho, a Verdade e a Vida são os paradigmas e marcas ao longo da jornada para a Igualdade, a Justiça e a Paz  E por que os primeiros seguidores tentavam afastar as crianças? É que eles estavam imbuídos dos valores ultrapassados pela proposta de Jesus e se encontravam num processo de aprendizagem, sendo justamente por isso que não queriam pessoas sem importância social "incomodassem" ao nazareno. As crianças eram quem melhor representavam essa condição. Nos tempos idos quem já não ouviu a expressão: "Cala a boca menino?" Acolher aos pequenos e excluídos constituem a prioridade, invertendo assim a ótica de valoração social vigente! Mais que isso, a época crianças e mulheres viviam marcadas pela chamada impureza ritual, na ótica das convenções sócio-religiosas. A grandeza e a profundidade da lição apresentada repousa na importância dada a qualquer criatura, sem qualquer distinção, até as crianças. Tod@s são acolhidas e respeitadas! Pensemos em nossas ações. Como recebemos o Reino e as pessoas humanas que encontramos ao longo do nosso caminho? Como nos portamos diante da proposta do Reino? Como nos percebemos e agimos nos relacionamentos familiares, corporativos e sociais? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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sexta-feira, 25 de maio de 2018

Igualdade de gênero.

Sexta-Feira da 7ª Semana.


A comunidade de Marcos preocupa-se com as relações familiares e a igualdade compartilhada em direitos e deveres. Estamos em  Marcos 10,1-12.

1 Jesus foi para o território da Judéia, do outro lado do Jordão. As multidões se reuniram de novo, em torno de Jesus. E ele, como de costume, as ensinava. 2 Alguns fariseus se aproximaram de Jesus. Para pô-lo à prova, perguntaram se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher. 3 Jesus perguntou: "O que Moisés vos ordenou?" 4 Os fariseus responderam: "Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e despedi-la". 5 Jesus então disse: "Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu este mandamento. 6 No entanto, desde o começo da criação Deus os fez homem e mulher. 7 Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. 8 Assim, já não são dois, mas uma só carne. 9 Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!" 10 Em casa, os discípulos fizeram, novamente, perguntas sobre o mesmo assunto. 11 Jesus respondeu: "Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, cometerá adultério contra a primeira. 12 E se a mulher se divorciar de seu marido e casar com outro, cometerá adultério."



A sociedade de então era impregnada pelo modelo do pater familias que tinha poder de vida e de morte sobre os membros da família. A herança do judaísmo e a sociedade romana reconheciam direitos apenas aos machos-varões, enquanto que às mulheres cabia apenas o papel de procriação e sem valorização diante relações sociais e de poder. Esta herança ainda rege o inconsciente de muitas pessoas e gerações. Não é à toa que ainda hoje, o macho exige a submissão da fêmea e este agir é combatido pelas leis que punem a violência doméstica e o feminicídio. Não é à toa que a discriminação contra a mulher, ainda subsiste no mercado de trabalho, onde as estatísticas mostram que estas recebem salários menores que os homens. Não é à toa que, equivocadamente, na cultura patriarcal, tudo é permitido aos homens enquanto que qualquer comportamento feminino é visto com críticas e desconfianças. Não é à toa que o 'inconsciente machista-coletivo' responsabiliza a mulher pelos estupros sofridos e exculpam os homens. Pensemos nas nossas ações. São misóginas? São sexistas?  São machistas? O que representam estes conceitos? A igualdade de gêneros é bastante presente na mensagem do Carpinteiro. Ele não discriminava a mulher. Busca-se em muitos aspectos o desvio da compreensão do texto para a decantada 'indissolubilidade' do matrimonio,  colocando a letra da lei, acima do amor que rege as relações, este sim indissolúvel. Os afetos regem as relações humanas. Quando não mais existe o afeto, não mais subsistem relações a serem preservadas. A proteção apresentada no texto busca muito mais garantir os direitos das mulheres numa sociedade impregnada pelo machismo, que falar a respeito marco legal. A justeza das relações dependem antes do grau de conscientização. A mulher é sujeito da sua própria história sem qualquer distinção em relação ao homem, ambos seres humanos e corresponsáveis governo da criação, construção e transformação da realidade, com igualdade e respeito. Pensemos nisso.  Que a paz esteja com tod@s!

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quinta-feira, 24 de maio de 2018

Sal e Paz.

Quinta-feira da 7ª Semana.


A comunidade Marcos nos revela que a vida pacífica e em fraternidade tempera e dá gosto ao cotidiano do povo. A simplicidade das relações sociais daqueles seguidores que viviam na periferia de Roma, à margem do poder e dos conflitos por este desencadeados apresentava-se como uma nova proposta de sociedade. Estamos em Marcos 9,41-50.


41 Quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa. 42 E se alguém escandalizar um desses pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço. 43 Se tua mão te leva a pecar, corta-a! 44 É melhor entrar na Vida sem uma das mãos, do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga. 45 Se teu pé te leva a pecar, corta-o! 46 É melhor entrar na Vida sem um dos pés, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno. 47 Se teu olho te leva a pecar, arranca-o! É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno, 48 ‘onde o verme deles não morre, e o fogo não se apaga’”. 49 Pois todos hão de ser salgados pelo fogo. 50 Coisa boa é o sal. Mas se o sal se tornar insosso, com que lhe restituireis o tempero? Tende, pois, sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros.

A preservação dos ensinamentos do Mestre era de extrema importância para a sobrevivência da nova proposta de sociedade, pois seria possível dar início a sua instauração a partir da superação do mal que  envenenava o relacionamento na vida em comunidade. A mensagem do Reino que era iminente, constituía-se com Esperança para os empobrecidos de múltiplas origens e de todos os recantos do império romano. A realidade à época, tanto quanto nos nossos dias, era um desafio constante a ser transformado e, portanto, superado. Naquele tempo, tanto quanto no nosso, como é possível encontrarmos a Esperança? A nossa resposta, tanto quanto a do passado, certamente, será a que foi encontrada naquela época. Compartilhamento do bem, até de um copo d'água. Preservar-se na jornada, não dar causa e não compactuar com os escândalos, que podem causar constrangimento até as nossas crianças.  E quantos escândalos  não vemos hoje nas igrejas? As mãos que tocam, os pés que nos levam pela jornada e os olhos que nos guiam no Caminho, são componentes de uma linguagem simbólica e cheia de representatividade a respeito do nosso agir, a quem servimos e aonde queremos chegar. Pensemos se o nosso propósito e o nosso agir estão de acordo com a proposta do Reino. Pensemos na realidade que nos rodeia e qual a nossa vontade e ação transformadora, de acordo com a igualdade que provém do Pai. Pensemos em nossas relações familiares, corporativas e sociais e, ainda, se estão ao serviço do Amor do Pai Criador. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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quarta-feira, 23 de maio de 2018

Quem não é contra nós é a nosso favor.

Quarta-feira da 7ª Semana.



A comunidade de Marcos teve a experiência do que era viver num lugar cosmopolita, com pessoas vindas dos lugares mais distantes ao coração império. Roma era o centro político e administrativo e de igual forma que as pessoas chegavam, também partiam. E assim, conseguiram vislumbrar a universalidade da mensagem que se propagava. Estamos em Marcos 9,38-40.

38 João disse a Jesus: "Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue". 39 Jesus disse: "Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. 40 Quem não é contra nós é a nosso favor".

A história nos mostra a impossibilidade de manter-se o monopólio da mensagem do Nazareno, que se esparrama como água pelo chão e faz o solo florescer e produzir frutos. Não importa de onde vem o bem que é realizado e a mudança provocada nas relações. A mensagem do Reino vê-se  pela fidelidade à Boa-Nova do Carpinteiro, sendo esta a única centralidade. A árvore produzirá bons frutos e por estes é que será conhecida. É bastante significativo este texto, principalmente num mundo onde muitos se arvoram em detentores da verdade menosprezando o povo, reduzindo-o  a mero objeto, dizimista ou integrante da cadeia de exploração. O homem e a mulher merecem respeito, pois a eles igualdade foi dado o 'poder' de gerir a própria existência e destino, e, ainda, lutar contra o 'mal', expulsando-o e transformando a realidade. O povo não é gado para ser tratado como rebanho. Pensemos no respeito às pessoas. Pensemos na partilha de decisões e de auto-determinação. Pensemos naqueles que comungam das propostas do bem-comum e uma sociedade mais justa. Pensemos na democracia. Que a paz esteja com tod@s!

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terça-feira, 22 de maio de 2018

Olhamos apenas os nossos interesses?

Terça-feira da 7ª Semana.


A competição e a compreensão das novas relações sociais propostas pelo Reino é  a reflexão compilada em Marcos 9,30-37, a partir da experiência das comunidades e da visão estabelecida das analogias do poder existentes no mundo romano.

30 Jesus e seus discípulos atravessaram a Galiléia. Ele não queria que ninguém soubesse disso, 31 pois estava ensinando a seus discípulos. E dizia-lhes: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão, mas, três dias após sua morte, ele ressuscitará”. 32 Os discípulos, porém, não compreendiam estas palavras e tinham medo de perguntar. 33 Eles chegaram a Cafarnaum. Estando em casa, Jesus perguntou-lhes: “Que discutíeis pelo caminho?” 34 Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior. 35 Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!” 36 Em seguida, pegou uma criança, colocou-a no meio deles, e abraçando-a disse: 37 “Quem acolher em meu nome uma dessas crianças, é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher, está acolhendo, não a mim, mas aquele que me enviou”.


O poder seduz, o poder é  cruel, o poder busca apenas os próprios interesses. Não podemos olvidar que o texto foi escrito em Roma, em meados dos anos sessenta e setenta do primeiro século. Os primeiros seguidores tiveram a experiência de ver de perto estas relações políticas e as disputas provocadas na capital do maior império do ocidente. Sabiam do que estavam falando, por experiência própria, pois respiravam os valores dos círculos do poder político de então. Nas novas relações sociais propostas pelo Reino temos a lição de que o poder é um serviço à sociedade e não a satisfação dos próprios interesses de ascensão pessoal e de manipulação dos interesses. O ideal de serviço é totalmente oposto ao de satisfação e de locupletação pessoal. Olhar com os olhos de uma criança é conseguir identificar o bem existente e promover as ações necessárias para a promoção desse bem-estar social a tod@s. É um olhar com simplicidade e desprovido de preconceitos. Os primeiros seguidores viviam em comunidades e o que preponderava era o bem-comum. O Caminho dos seguidores do Nazareno é trilhado pelo mundo e não fora dele. Cabe aos seguidores  a transformação da realidade em novas situações. Estando no mundo os seguidores têm responsabilidade social e política para a construção do novo. Os seguidores não podem ser "bobinhos" pensar que tudo se resolve sem a necessidade da sua contribuição para a política do bem-comum e do bem-estar social. Pensemos nisso.  Pensemos na nossa participação. Pensemos nas eleições e quem iremos apoiar e votar. Que a paz esteja com tod@s!

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segunda-feira, 21 de maio de 2018

Adianta lutar?

Segunda-feira da 7a Semana.



O texto de hoje está situado logo após o episódio do Monte Tabor, aonde o Nazareno e três dos seguidores, vivenciaram a experiência daquilo que haveria de surgir, vislumbrando o Reino. No entanto ao descerem para o encontro com a realidade na qual estavam inseridos, se sentiram impotentes diante da situação encontrada.  Estamos em Marcos 9,14-29.


14 descendo Jesus do monte com Pedro, Tiago e João e chegando perto dos outros discípulos, viram que estavam rodeados por uma grande multidão. Alguns mestres da Lei estavam discutindo com eles. 15 Logo que a multidão viu Jesus, ficou surpresa e correu para saudá-lo. 16 Jesus perguntou aos discípulos: “Que discutis com eles?” 17 Alguém na multidão respondeu: “Mestre, eu trouxe a ti meu filho que tem um espírito mudo. 18 Cada vez que o espírito o ataca, joga-o no chão e ele começa a espumar, range os dentes e fica completamente rijo. Eu pedi aos teus discípulos para expulsarem o espírito, mas eles não conseguiram”. 19 Jesus disse: “geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando terei de suportar-vos? Trazei aqui o menino”. 20 E levaram-lhe o menino. Quando o espírito viu Jesus, sacudiu violentamente o menino, que caiu no chão e começou a rolar e a espumar pela boca. 21 Jesus perguntou ao pai: “Desde quando ele está assim?” O pai respondeu: “Desde criança. 22 E muitas vezes, o espírito já o lançou no fogo e na água para matá-lo. Se podes fazer alguma coisa, tem piedade de nós e ajuda-nos”. 23 Jesus disse: “Se podes!... Tudo é possível para quem tem fé”. 24 O pai do menino disse em alta voz: “Eu tenho fé, mas ajuda a minha falta de fé”. 25 Jesus viu que a multidão acorria para junto dele. Então ordenou ao espírito impuro: “Espírito mudo e surdo, eu te ordeno que saias do menino e nunca mais entres nele”. 26 O espírito sacudiu o menino com violência, deu um grito e saiu. O menino ficou como morto, e por isso todos diziam: “Ele morreu!” 27 Mas Jesus pegou a mão do menino, levantou-o e o menino ficou de pé. 28 Depois que Jesus entrou em casa, os discípulos lhe perguntaram a sós: “Por que nós não conseguimos expulsar o espírito?” 29 Jesus respondeu: “Essa espécie de demônios não pode ser expulsa de nenhum modo, a não ser pela oração”.



Como proceder ao enfrentamento do mal, numa sociedade que vive refém do medo? Como superar a nossa impotência diante dos males provocados nas pessoas e que 'escravizam', 'subjugam' e 'exploram' a sociedade? O cerne da questão colocada, a partir da situação descrita em linguagem figurativa própria dos textos antigos, consiste em vivenciar um episódio em que o mal é  maior que a nossa capacidade de solução. Foi escrito este Evangelho em Roma, em tempos muito duros de perseguição pelo poder central romano. Os males, ainda hoje, assolam a nossa sociedade: violência, tráfico de drogas, desemprego, guerras, ausência de políticas públicas para enfrentamento  da miséria, analfabetismo e acesso à educação pelos empobrecidos e tantos outros. O texto nos mostra que os seguidores não conseguiram dar solução à aflição e desespero do povo.  O relato nos chama a atenção para o agir de Jesus que indaga a causa da doença que colocava em risco de vida a criança e busca a solução, sem populismo. A questão fundamental é como reagimos diante da nossa impotência para a solução dos males que nos afligem na atualidade. Nos deixamos vencer pelo medo?   Sucumbimos à nossa própria impotência e a do povo? A chegada do Reino nos mostra um poder mais forte que as situações de medo e de morte. Não há lugar para os que lucram e enriquecem às custas do medo do povo. Não há lugar para a discriminação contra as formas de relacionamento com o sagrado,  nem tampouco para exposição e 'venda' de 'milagres'. Pensemos na nossa vida. Pensemos no nosso relacionamento com o sagrado. Pensemos nas nossas reações ante a impotência diante de uma realidade cruel. Pensemos nisso.  A conclusão é de que torna-se necessária muita oração e reflexão sobre a ação. Revisitar os ensinamentos do Carpinteiro para alimentar a nossa Esperança. O Mestre é que nos coloca de pé, de igual forma que aquele menino! Que a paz esteja com tod@s!

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domingo, 20 de maio de 2018

Sequência de Pentecostes


1. Espírito de Deus,
Enviai dos céus
Um raio de luz! (bis)

Vinde Pai dos pobres,
Dai aos corações
Vossos sete dons. (bis)

2. Consolo que acalma,
Hóspede da alma,
Doce alívio, vinde! (bis)
No labor descanso,
Na aflição remanso,
No calor aragem. (bis)

3. Ao sujo lavai,
Ao seco regai,
Curai o doente. (bis)
Dobrai o que é duro,
Guiai no escuro,
O frio aquecei. (bis)

4. Enchei, luz bendita,
Chama que crepita,
O íntimo de nós! (bis)
Sem a luz que acode,
Nada o homem pode,
Nenhum bem há nele. (bis)

5. Dai à vossa Igreja
Que espera e deseja
Vossos sete dons. (bis)
Dai em prêmio ao forte
Uma santa morte,
Alegria eterna. (bis)
Amém! Amém!




O Espírito do Senhor - Salmo 68 - Reginaldo Veloso.

O Espírito do Senhor 
o universo todo encheu,
tudo abarca em seu saber,
tudo enlaça em seu amor,
Aleluia! Aleluia! Aleluia! Aleluia! (bis)

1.Levanta-se Deus, cadê os inimigos?...
Na sua presença perecem os iníquos!
- São como fumaça que desaparece,
São cera no fogo que logo derrete!
Aleluia! Aleluia! Aleluia! Aleluia! (bis)

2.Os justos se alegram diante de Deus,
Cantai ao Eterno, vibrai, filhos seus!
- Abri o caminho ao grão cavaleiro,
Dançai diante dele, o Eterno, o Primeiro!
Aleluia! Aleluia! Aleluia! Aleluia! (bis)

3.Dos órfãos é Pai, das viúvas Juiz!
Em sua morada, só Ele é quem diz:
- Quem ‘stava sozinho família encontrou,
Quem ‘stava oprimido minha mão libertou!
Aleluia! Aleluia! Aleluia! Aleluia! (bis)

4.À frente do povo saíste, ó Deus,
Os céus gotejaram, a terra tremeu;
- Na sua presença se abala o Sinai,
É Deus que avança, que avança e vai!
Aleluia! Aleluia! Aleluia! Aleluia! (bis)

5.U’a chuva abundante do céu derramaste
E a tua herança exausta saciaste; 
- Fizeste em tua paz viver teu rebanho
E os necessitados tiveram seu ganho!
Aleluia! Aleluia! Aleluia! Aleluia! (bis)

6.Falou sua Palavra, saem os portadores,
Debandam os reis e fartam-se os pobres! 
- Imenso é o poder do Eterno-Amor,
Subindo às alturas, cativos livrou!
Aleluia! Aleluia! Aleluia! Aleluia! (bis)

7. Bendito, o Eterno Senhor, todo dia,
Tu és quem nos salva, quem nos alivia;
- Tu és nosso Deus, o libertador!
Quem livra da morte? Só Deus salvador!
Aleluia! Aleluia! Aleluia! Aleluia! (bis)

O Espírito do Senhor 
o universo todo encheu,
tudo abarca em seu saber,
tudo enlaça em seu amor,
Aleluia! Aleluia! Aleluia! Aleluia! (bis)

Versão: Reginaldo Veloso
Antifona: Missal Romano
Estrofes: Salmo 68



Pentecostes: Unidade na Diversidade.

Alegrias da Páscoa: 50° Dia.



O Espírito Santo é a Força que inspira, impele e movimenta o Projeto de D-us e os seguidores na Terra! É disso de que trata a leitura de hoje, Jo 20,19-23.


19 Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”. 20 Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. 21 Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. 22 E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23 A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”.


E chegamos a Pentecostes! Não há partes, apenas o todo! Formamos a unidade na diversidade do todo, um coração novo que nos é dado, na imensa diversidade humana. Ninguém fica de fora! A misericórdia do Pai nos traz o Filho, humano e na construção de um mundo de irmãos, alvo do Divino e de toda a Criação. Não há divisões, a unidade nos faz superar todas as separações ao aceitarmos a plenitude da Graça com toda a diversidade humana que acolheu. A medida do Amor passa a ser a mesma com a qual fomos amados, acolhidos e salvos pelo Projeto do Reino, pelo Projeto da Igualdade e Projeto do D-us Único, Pai-Criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis, do Filho que é Irmão dos Homens e Mulheres deste mundo e que foi executado por defender a Vida e o Direito de todos serem livres, felizes e senhores da sua própria história. O Senhor voltou ao Pai! Em Pentecostes os seus seguidores assumiram a Missão e saíram do espaço onde estavam escastelados: desceram da 'sala' e foram ao encontro do povo e das suas humanas chagas. O Espírito a todos contagiou, levando-os e enchendo o Universo. Recebamos os sete dons: sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade e respeito a D-us e ao Projeto do Reino. As cores liturgias são vermelhas, pois muito sangue foi derramado e muitos mártires deram suas Vidas, vitimas das mais horrendas execuções, para que o Caminho pudesse continuar existindo ao longo da História. Não confundamos a representatividade do Espírito com aquela simples, inofensiva e bucólica 'pombinha da paz'. O Espírito Santo é a Força que inspira, impele e movimenta o Projeto de D-us e os seguidores na Terra! É disso de que trata a leitura de hoje, Jo 20,19-23. Vinde Santo Espírito, e renovareis a face da Terra! Será que realmente entendemos, aspiramos e lutamos por isso? Foi aí que a Igreja começou! O Espírito sopra e vai onde quer! Ninguém pode detê-Lo! Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

P.S. Amanhã, a Vida continuará e novos rumos surgirão com a série de reflexões "O Tempo que se chama hoje", com a Graça de D-us, na perseverança, e a bondade, ajuda e colaboração inestimável dos irm@s.

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sábado, 19 de maio de 2018

O que realmente importa?

 Alegrias da Páscoa: 49° Dia.




Talvez esta seja a indagação que fazemos ao longo do Caminho. Certamente os papéis desempenhados no seguimento do Mestre, por João e Pedro, foram distintos. A leitura de hoje, Jo 21,20-25, nos fala um pouco das relações, afeições e questionamentos existentes entre os seguidores a cerca do que estava reservado a cada um em termos de missão.


20 Pedro virou-se e viu atrás de si aquele outro discípulo que Jesus amava, o mesmo que se reclinara sobre o peito de Jesus durante a ceia e lhe perguntara: “Senhor, quem é que te vai entregar?” 21 Quando Pedro viu aquele discípulo, perguntou a Jesus: “Senhor, o que vai ser deste?” 22 Jesus respondeu: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa isso? Tu, segue-me!” 23 Então, correu entre os discípulos a notícia de que aquele discípulo não morreria. Jesus não disse que ele não morreria, mas apenas: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?” 24 Este é o discípulo que dá testemunho dessas coisas e que as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. 25 Jesus fez ainda muitas outras coisas, mas, se fossem escritas todas, penso que não caberiam no mundo os livros que deveriam ser escritos.


As relações humanas e o destino de cada mulher ou homem, guarda uma especificidade dentro do coletivo. Aderir ao Projeto do Reino e do Pai-Comum não representa uma anulação das histórias individuais e de suas habilidades, antes de tudo representa pô-las ao serviço e integra-las no campo harmonioso do universo. Descubramos o nosso lugar para darmos seguimento no Caminho. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s! 


P.S. Amanhã chegaremos ao final desta série de reflexões. As Alegrias da Páscoa serão encerradas com a chegada do Pentecostes, a festa da diversidade. A vida continua e novos rumos surgirão com a série de reflexões "O Tempo que se chama hoje", a partir da próxima segunda-feira, com a Graça de D-us, na perseverança, e a bondade, ajuda e colaboração inestimável dos irm@s.

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sexta-feira, 18 de maio de 2018

Amar, cuidar e seguir.

Alegrias da Páscoa: 48° Dia.


Três verbos, três ações, três exigências. O texto de hoje, Jo 21,15-19, chama a atenção para este diálogo entre o Mestre e Pedro. 

15e, depois de comerem, perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse: “Apascenta os meus cordeiros”.16 E disse de novo a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro disse: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas”. 17 Pela terceira vez, perguntou a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Respondeu: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas. 18 Em verdade, em verdade te digo: quando eras jovem, tu te cingias e ias para onde querias. Quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres ir”. 19 Jesus disse isso, significando com que morte Pedro iria glorificar a Deus. E acrescentou: “Segue-me”.

É uma conversa carregada de intensa simbologia, a um, Pedro que havia negado o Carpinteiro, por três vezes durante a Sua prisão e execução, agora recebe uma nova chance, a dois, agora vai apascentar, cuidar e zelar pelos seguidores, sendo fiel até à própria execução em Roma, anos após, a três, o seguimento do Carpinteiro e a fidelidade aos seus ensinamentos nos impõe um comprometimento que nos levará por vezes, até onde nunca desejaríamos estar. É dessa conjunção de três fatores e das suas consequências com o Projeto do Reino, que nos adverte o Filho do Pai, e nos convoca à livremente aderirmos a condição de Irmãos das Mulheres, dos Homens e de toda a Humanidade, sem qualquer distinção! Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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quinta-feira, 17 de maio de 2018

Tod@s somos um.

Alegrias da Páscoa: 47° Dia.




A integralidade e unicidade da humanidade, Jo 17,20-26. Somos chamados à responsabilidade, justamente a partir do compromisso do Nazareno com o Pai do Céu.

20 “Pai santo, eu não te rogo somente por eles, mas também por aqueles que vão crer em mim pela sua palavra; 21 para que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, e para que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste. 22 Eu dei-lhes a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um: 23 eu neles e tu em mim, para que assim eles cheguem à unidade perfeita e o mundo reconheça que tu me enviaste e os amaste, como me amaste a mim. 24 Pai, aqueles que me deste, quero que estejam comigo onde eu estiver, para que eles contemplem a minha glória, glória que tu me deste porque me amaste antes da fundação do universo. 25 Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci, e estes também conheceram que tu me enviaste. 26 Eu lhes fiz conhecer o teu nome, e o tornarei conhecido ainda mais, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu mesmo esteja neles”.

Pensemos em tudo o que nos foi oportunizado ao longo da nossa existência humana. Será que assumimos os nossos papéis e responsabilidades com aqueles que estão no nosso entorno e em sociedade? Fugimos ou nos isolamos em projetos egoístas que nos afastam da realidade? Procuramos nas nossas pseudo-crenças justificativas para as nossas omissões e cumplicidades? Procuramos brindar o coletivo com as nossas ausências pseudo-justificativas que a ninguém convence, muito menos a nós, apenas para nos furtarmos as responsabilidades assumidas? Qual o nosso compromisso de Amor para a construção de uma nova realidade? O Carpinteiro deu-nos a conhecer o Pai! Analisemos se o nosso agir corresponde às expectativas do Pai que nos foi mostrado pelo Filho! Para onde direcionamos o nosso querer e o nosso agir? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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quarta-feira, 16 de maio de 2018

Guarda-nos ó Pai!

Alegrias da Páscoa: 46º Dia.


As despedidas geram cuidados e recomendações. Partir é sempre um "sair" para seguir adiante, um Caminho, porem também é um "ficar" com os amados no coração. O tempo de ficar tinha passado para o Carpinteiro, era necessário seguir o Caminho, eram urgentes as recomendações a respeito da unidade e da presença do Pai que nos guarda em nosso meio. Estamos em  João 17,11b-19.


11b “Pai santo, guarda-os em teu nome, o nome que me deste, para que eles sejam um assim como nós somos um. 12 Quando eu estava com eles, guardava-os em teu nome, o nome que me deste. Eu os guardei e nenhum deles se perdeu, a não ser o filho da perdição, para se cumprir a Escritura. 13 Agora, eu vou para junto de ti, e digo estas coisas, estando ainda no mundo, para que eles tenham em si a minha alegria plenamente realizada. 14 Eu lhes dei a tua palavra, mas o mundo os rejeitou, porque não são do mundo, como eu não sou do mundo. 15 Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. 16 Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo. 17 Consagra-os na verdade; a tua palavra é verdade. 18 Como tu me enviaste ao mundo, assim também eu os enviei ao mundo. 19 Eu me consagro por eles, a fim de que eles também sejam consagrados na verdade”.

Para o Carpinteiro que já havia cumprido a sua Missão, tornava-se bastante clara a percepção de que a continuidade e a perpetuação da mensagem cabia às comunidades primevas. Chega o momento em que o humano exaure as suas forças e cabe às novas gerações dar continuidade à criação.  A criatura segue o Caminho proposto pelo Criador, Pai de tod@s as coisas e Princípio Universal. A criatura não entende a dimensão desse Princípio Universal e empreende uma busca. A evolução humana nos coloca em marcha no mundo visível e palpável à nossa compreensão. É o nosso desafio diário e perpétuo: a construção de um mundo novo, dar sequencia à evolução e modificar a realidade para melhor e mais conforme os princípios da Justiça, da Paz e da Igualdade. É bastante simples e ao mesmo tempo exigente, vez que este Caminho constitui um desafio e exige de tod@s nós a superação do egoísmo e dos projetos individualistas. A Comunidade nos aponta o ambiente propício para o crescimento, com seus anseios e contradições. O Pai nos guarda e nos dá as forças necessárias para empreender a jornada do crescimento. O Nazareno nos mostrou, nos ensinou, nos deu os exemplo e seguiu pelo Caminho. Caminhemos também nós sob a proteção do D-us Criador.  Sigamos adiante. Pensemos nisso. que a paz esteja com tod@s!

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terça-feira, 15 de maio de 2018

Somos do Pai.

Alegrias da Páscoa: 45° Dia.



Toda despedida gera algum tipo de compromisso. O Mestre retornou à Casa do Pai. Na despedida, Ele pede ao Pai pelos continuadores da Missão. É disso que trata a leitura de hoje, Jo 17,1-11a.

1 Jesus ergueu os olhos ao céu e disse: “Pai, chegou a hora. Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho te glorifique a ti, 2e, porque lhe deste poder sobre todo homem, ele dê a vida eterna a todos aqueles que lhe confiaste. 3 Ora, a vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e àquele que tu enviaste, Jesus Cristo. 4 Eu te glorifiquei na terra e levei a termo a obra que me deste para fazer. 5E agora, Pai, glorifica-me junto de ti, com a glória que eu tinha junto de ti antes que o mundo existisse. 6 Manifestei o teu nome aos homens que tu me deste do meio do mundo. Eram teus, e tu os confiaste a mim, e eles guardaram a tua palavra. 7 Agora eles sabem que tudo quanto me deste vem de ti, 8 pois dei-lhes as palavras que tu me deste, e eles as acolheram, e reconheceram verdadeiramente que eu saí de ti e acreditaram que tu me enviaste. 9 Eu te rogo por eles. Não te rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. 10 Tudo o que é meu é teu e tudo o que é teu é meu. E eu sou glorificado neles. 11a Já não estou no mundo, mas eles permanecem no mundo, enquanto eu vou para junto de ti”.

O Carpinteiro cuidou até o fim daqueles que Lhe foram confiados. A Face do Criador havia sido mostrada em toda Sua Misericórdia! A Missão fora cumprida na sua integralidade. O Caminho estava à descoberto para tod@s que desejassem seguir adiante. Havia a necessidade de que tod@s permanecessem firmes no Caminho. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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