Quinta-feira da 8ª Semana.
As comunidades registram a tradição que rememora a mesa comum, a ceia-refeição, a partilha de bens e o Amor-Comunhão. Estamos em Marcos 14,12-16.22-26.
12 No primeiro dia dos Ázimos, quando se imolava o cordeiro pascal, os discípulos disseram a Jesus: “Onde queres que façamos os preparativos para comeres a Páscoa?” 13 Jesus enviou então dois dos seus discípulos e lhes disse: “Ide à cidade. Um homem carregando um jarro de água virá ao vosso encontro. Segui-o 14 e dizei ao dono da casa em que ele entrar: “O Mestre manda dizer: onde está a sala em que vou comer a Páscoa com os meus discípulos?” 15 Então ele vos mostrará, no andar de cima, uma grande sala, arrumada com almofadas. Aí fareis os preparativos para nós!” 16 Os discípulos saíram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus havia dito, e prepararam a Páscoa. 22 Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, tendo pronunciado a bênção, partiu-o e entregou-lhes, dizendo: “Tomai, isto é o meu corpo”. 23 Em seguida, tomou o cálice, deu graças, entregou-lhes, e todos beberam dele. 24 Jesus lhes disse: “Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos. 25 Em verdade vos digo, não beberei mais do fruto da videira, até o dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus”. 26 Depois de ter cantado o hino, foram para o monte das Oliveiras.
A humanidade guarda desde os tempos antiquíssimos a sacralidade do alimento-refeição, oferta de Amor e o sacrifício-oblação. O Carpinteiro resume este ato-celebração num mesmo ato, o humano e o divino. Humano, pois o alimento sustenta o corpo e festeja a união das pessoas em torno a uma mesa comum. Enquanto os homens saciam a sua fome, mantêm as mãos ocupadas com o alimento e não carregam armas ou podem proporcionar qualquer ataque, pois se sentem seguros em meio à reunião. Não agridem, nem são agredidos. Divino, pois as mais diversas culturas oferecem alimentos às divindades, oferendas e sacrifícios, desde tempos imemoriais. Neste ato, porém o significado é outro, consiste no Amor-Comunhão, na partilha de bens para um Mundo Novo e do D-us que inverte a direção do sacrifícios, pois não é mais o homem que imola à divindade e, sim, o Divino que se imola na Mesa dos Homens, instituindo a Aliança, reafirmando que o Eterno nos ama com Amor de Pai e nos resgata para a divindade comum do humano. hoje rememoramos este Ato de Amor, uma simples refeição humana que torna-se sagrada pela benção e partilha do D-us que assumiu a nossa existência e tornou-se alimento para o Caminho. A esta mesa tod@s acorrem como convidados, confiança dos que buscam, força dos fracos, esperança dos desesperados, consolo dos aflitos, fortaleza e confiança dos que lutam. A mesa do Pai que a tod@s acolhe! A Mesa da Justiça, da Paz e da Igualdade! Pensemos neste Pão que se transforma, nos redime e constrói uma nova realidade. Pensemos na força do humano alçado ao Divino, dando novo sentido a toda a existência humana. Pensemos se as nossas ações dignificam o humano. Pensemos que o Divino dignifica o humano. Pensemos se as nossas famílias afetivas, comunidades, corporações e sociedade, realmente dignificam o humano. Pensemos nisso. Cristo está conosco, em nosso meio e conosco caminha! Cristo, Pão para uma nova sociedade! Cristo, Pão para um novo mundo! Que a paz esteja com tod@s!
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