Alegrias da Páscoa: 17º Dia.
O texto de hoje, João 6,30-35, nos convida a uma profunda reflexão. Não se cuida de uma simples leitura, porém de uma meditação para melhor apreensão da mensagem contida no Quarto Evangelho. É como uma espiral em ascensão, que a cada volta nos eleva a novo patamar. É assim que os assuntos são tratados neste Evangelho, embora pareçam repetitivos, nos convida a alçar a novas compreensões.
30 Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obras fazes? 31 Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: “Pão do céu deu-lhes a comer”. 32 Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33 Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. 34 Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. 35 Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.
Após a multiplicação dos pães, o povo ainda continuava sem entender qual era a mensagem de Jesus. Ainda pediam sinais. Tanto é que ainda acreditam ser Moisés o grande libertador, com todas as suas características bem próprias de liderança, pois ainda guardavam a memória da saída do Egito e da formação da identidade de um povo e nação. Para que o Rabi fosse maior que Moisés, entendiam que Ele deveria realizar obras maiores. A apreensão do sentido do agir e aquilo que se constrói é fundamental para sociedade. O povo estava muito arraigado nos esquemas de dominação do passado e não compreendiam a extensão da proposta de Jesus para as relações humanas. O Mestre buscava a evolução do tecido social e a construção de uma nova humanidade. Para o Nazareno, ser fiel ao passado não significa fechar-se à evolução humana dos conceitos e da ótica que nos ajuda a visualizar e compreender os fenômenos do nosso tempo. O pão que D-us envia à humanidade dá-nos o entendimento do eterno e não apenas o de determinado momento histórico. O que D-us nos deu em Jesus foi a apreensão do eterno que segue através dos tempos. A construção do Reino e da nova sociedade não estão presos a um projeto temporário, embora inserido na história. O pão da igualdade, o pão da justiça e o pão da paz são aspirações de toda a humanidade que não podem estar presas a velhas formulas. “Senhor, dá-nos sempre desse pão”, é o pedido. E a resposta encontra-se no discernimento diante dos fatos sempre atuais: “Eu sou o pão da vida." Alimentar-se desse pão é buscar o Caminho que Ele ensinou; aprender com as suas lições; e guiar o nosso agir, na construção do mundo novo, de igual forma que o seu agir. É o que nos dá a Vida em abundância. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!
Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.
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