segunda-feira, 30 de abril de 2018

Expressão do amor.

Alegrias da Páscoa: 30° Dia.



Quem ama, cuida! Já diz a sabedoria popular. O texto de hoje, Jo 14,21-26, vai no mesmo sentido ao referir que aquele que O ama, guarda a Sua Palavra. Cuidar e guardar, são dois verbos que traduzem a profundidade do amor. 


21 “Quem acolheu os meus mandamentos e os observa, esse me ama. Ora, quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele”. 22 Judas − não o Iscariotes − disse-lhe: “Senhor, como se explica que te manifestarás a nós e não ao mundo?” 23 Jesus respondeu-lhe: “Se alguém me ama, guardará minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. 24 Quem não me ama não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou. 25 Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. 26 Mas o Defensor, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito”.

Amar não é palavra, é verbo, portanto ação. Não se cuida aqui daquelas experiências intimistas e desgarradas da realidade, de cunho individualista e egoísta. Aqui não vale o dizer e o pensar, sem o fazer, sem a repercussão no cotidiano e no âmbito social que é transformado por esta ação. Ninguém ama para dentro ou apenas a si, porém para fora e ao outro. Para o Carpinteiro e seus seguidores não havia distinção entre o falar e o agir. Eram a mesma coisa e não subsistiria um, sem o outro. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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domingo, 29 de abril de 2018

Somos trabalhadores da mesma vinha.

Alegrias da Páscoa: 29° Dia.

Qual a expectativa que temos em relação aos nossos seres amados? Certamente será a de que cresçam sadios, fortes e sejam felizes! Qual a nossa expectativa em relação ao que semeamos ao longo da Vida? Seria diferente? É disso que trata o texto de hoje, Jo 15,1-8. 

1“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. 2 Todo ramo que em mim não dá fruto ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda. 3 Vós já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei. 4 Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto, se não permanecerdes em mim. 5 Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6 Quem não permanecer em mim, será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados. 7 Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado. 8 Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos.


Nada mais próximo daquela realidade que a comparação com a videira que é uma planta que produz uvas. Tem de crescer e produzir frutos! Ninguém lança sementes ou cuida de um parreiral para vê-se frustrado ao final com a planta que fenece ou com a sua incapacidade de produzir frutos. O Carpinteiro deu a sua Vida pelo parreiral, semeou esperança, ensinou o Caminho da Paz e da Justiça, afastou as ervas daninhas que eram impeditivas ao florescimento do Reino, ora é natural que venham novos agricultores para dar continuidade ao seu trabalho e que as videiras cada vez mais floresçam e deem frutos. Tod@s somos responsáveis pela semeadura e cultivo das sementes do Reino. Somos cuidadores da mesma Vinha. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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sábado, 28 de abril de 2018

Mostra-nos o Pai.


Alegrias da Páscoa: 28° Dia.

Certamente esta é uma indagação subjacente ao querer humano. Não seria diferente com os Companheiros do Carpinteiro. É da resposta a este pedido de que trata o texto de hoje, João 14, 7-14. 


7 “Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E desde agora o conheceis e o vistes”. 8 Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!” 9 Jesus respondeu: “Há tanto tempo estou convosco, e não me conheces Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: “Mostra-nos o Pai”? 10 Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. 11 Acreditai-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditai, ao menos, por causa destas mesmas obras. 12 Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai, 13 e o que pedirdes em meu nome, eu o realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. 14 Se pedirdes algo em meu nome, eu o realizarei.


E a resposta muito simples, vem logo após uma outra indagação. Há quanto tempo estou convosco e não Me conheces? Estou na tua frente! Pois é! Quantas vezes O procuramos nas liturgias intermináveis e nos cultos com discursos exaltados? Nas igrejas, nas peregrinações, nos santuários mais distantes? E no entanto Ele está ali, desapercebido, bem a nossa frente! Bem diante do nosso nariz e nas nossas relações do cotidiano! Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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sexta-feira, 27 de abril de 2018

Acolhimento

Alegrias da Páscoa: 27° Dia.

A Casa do Pai tem muitas moradas. É disso que trata o texto de hoje, Jo 14,1-6.


1 “Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. 2 Na casa de meu Pai, há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós, 3 e quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que onde eu estiver estejais também vós. 4 E para onde eu vou, vós conheceis o caminho”. 5 Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 6 Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”.

É o lugar onde tod@s são bem-vindos! É o lugar do bem-comum! É a nossa casa por ser a do nosso Pai! Lá ninguém é estranho! É lugar de acolhimento e de misericórdia! É lugar onde tod@s têm assento à Mesa! Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!


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quinta-feira, 26 de abril de 2018

Igualdade

Alegrias da Páscoa: 26° Dia.



Hoje a leitura, Jo 13,16-20, nos traz a reflexão a respeito da igualdade. 


16“Em verdade, em verdade vos digo: o servo não está acima do seu senhor e o mensageiro não é maior que aquele que o enviou. 17 Se sabeis isto, e o puserdes em prática, sereis felizes.18 Eu não falo de vós todos. Eu conheço aqueles que escolhi, mas é preciso que se realize o que está na Escritura: “Aquele que come o meu pão levantou contra mim o calcanhar”. 19 Desde agora vos digo isto, antes de acontecer, a fim de que, quando acontecer, creiais que eu sou. 20 Em verdade, em verdade vos digo, quem recebe aquele que eu enviar, me recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou”.

É bastante simples ao ligar os extremos da servidão e do senhorio, daquele que envia e daquele que é enviado, fazendo a correlação direta com a consciência e a prática que gera a felicidade. Não há maior ou menor em nossa humanidade. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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quarta-feira, 25 de abril de 2018

Sinais da mudança.

Alegrias da Páscoa: 25° dia.


O texto de hoje nos fala da mudança ocorrida no grupo de companheiros do movimento de Jesus, Marcos 16,15-20. Da mesma forma que a alegria não se contém em si, a Boa-Nova da Ressurreição, que não era uma experiência individual e, sim, coletiva não poderia ser refém de um número restrito de pessoas, casta ou corporações. Tinha que esparramar-se pelos quatro cantos do mundo, qual água serena e cândida, porém poderosa em seu agir, que ao seguir seu curso, a tudo modifica, rega e fecunda a terra rachada pela escassez, trazendo Vida e Esperança. 


15 e disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura” 16 Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. 17 Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; 18 se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”. 19 Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu, e sentou-se à direita de Deus. 20 Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio dos sinais que a acompanhavam.

A novidade desse movimento era o empoderamento de tod@s, a partir do seguimento dos ensinamentos do Carpinteiro e a consequente modificação da realidade. E esta ação requalificadora da Vida, não pode ser tomada apenas e tão somente como de hábito, dissociada da nossa realidade. Cura de doentes? Quantas doenças nos aflige a alma, o corpo e a sociedade? Pegar em serpentes e beber venenos? Para quê pior serpente venenosa do que o próprio homem em suas relações sociais e políticas ao disseminar o veneno da mentira, do ódio e do embuste? Falar novas línguas? Nada mais é que falar a linguagem que todos entendem! Quem não entende a retidão de propósitos, o compromisso, a ética e a verdade, do mesmo modo que o ato de cuidar, de curar, de acarinhar e de amar? Expulsar 'demônios'? Nada mais é que a expressão dos males que nos assolam e a nossa sociedade? Não se cuida de figura mitológica, porém de humanos que perpetram e disseminam o mal? O que dizer dos homens que efetuaram a recente chacina que ceifou a vida de nove trabalhadores rurais, com requintes de crueldade, que foram os capangas e de seus senhores, os mandantes? E é dessa realidade de injustiça, de ódio, de morte e de desencanto que os seguidores do Carpinteiro foram enviados para combater o bom combate e levar a Justiça, o Amor, a Vida e a Esperança . Os sinais identificadores daqueles que são os trabalhadores do Reino, os defensores da Vida e os construtores de uma nova Realidade são bastante claros, pois estes são os companheir@s-irm@s de Jesus! Em dias de tanta movimentação e conflitos em nossa sociedade, vale a pena parar e refletir para distinguir quais são aqueles que constroem o bem-comum e quais são as ações que defendem os direitos dos nossos cidadãos e os pobres! Qual a ação coletiva que defende os interesses e direitos sociais? Quem atenta contra a Vida? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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terça-feira, 24 de abril de 2018

Sentimento de pertença.

Alegrias da Páscoa: 24° Dia.



A leitura de hoje, Jo 10,22-30, nos fala de um momento de festa quando o Carpinteiro passeava. E mais uma vez D'Ele duvidavam.


22 Celebrava-se, em Jerusalém, a festa da Dedicação do Templo. Era inverno. 23 Jesus passeava pelo Templo, no pórtico de Salomão. 24 Os judeus rodeavam-no e disseram: “Até quando nos deixarás em dúvida? Se tu és o Messias, dize-nos abertamente”. 25 Jesus respondeu: “Já vo-lo disse, mas vós não acreditais. As obras que eu faço em nome do meu Pai dão testemunho de mim; 26 vós, porém, não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas. 27 As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço, e elas me seguem. 28 Eu dou-lhes a vida eterna, e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão. 29 Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai. 30 Eu e o Pai somos um”.


E numa postura bem humana que é o ato de passear, responde a respeito da Sua unidade com o Pai. E justamente na noite de hoje, ouvi o refrão de um canto numa celebração: 'D-us é Pai, D-us é Amor, para toda a humanidade!' Fica a indagação se guardamos em nós este sentimento de pertença e unidade? Somos construtores da Paz que se inicia nos círculos mais próximos de convivência familiar, vizinhança, trabalho e sociedade? Somos do Pai? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

Foto: Ricardo Coelho.



segunda-feira, 23 de abril de 2018

Como reconhecer o Bom Pastor?

Alegrias da Páscoa: 23° Dia.


Em tempos de tantos discursos a qual voz escutar? Ontem, de igual forma que hoje, somos desafiados à construção de uma nova e sincera relação ao longo da jornada, que o Carpinteiro chama de Caminho e na nossa prática, que Ele chama de Vida. A profunda relação que se estabelece é basicamente de confiança para a gestão do cotidiano e o alcance da construção do mundo novo. É disso que trata o texto de hoje, Jo 10,1-10.



1 “Em verdade, em verdade vos digo, quem não entra no redil das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. 2 Quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. 3 A esse o porteiro abre, e as ovelhas escutam a sua voz; ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz para fora. 4 E, depois de fazer sair todas as que são suas, caminha à sua frente, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. 5 Mas não seguem um estranho, antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos”. 6 Jesus contou-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que ele queria dizer. 7 Então Jesus continuou: “Em verdade, em verdade vos digo, eu sou a porta das ovelhas. 8 Todos aqueles que vieram antes de mim são ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os escutaram. 9 Eu sou a porta. Quem entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem. 10 O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”. 



E o que é a porta do redil? Nada mais é que o acesso à realidade na qual o humano ser está inserido. A porta da realidade é a única existente capaz de conduzir ao âmago da existência humana e tocar-lhe o coração. E mais, a densidade dessa nova relação é tão grande que a tod@s conhece pelo nome. Conhecer pelo nome, ontem, diferentemente de hoje, significava apreender o outro na sua transparência mais absoluta, de mente e coração. Estar junto! E o pastor será reconhecido e a sua voz terá a força necessária para conduzir. Quem pastoreia segue com rebanho e segue em nosso meio, segue conosco e segue na mesma condição. Não se apropria, não estorque, não é um fardo para o rebanho. A sua Vida sempre será o cuidado com suas ovelhas. A nova relação estabelecida pelo Mestre é basicamente e unicamente de serviço à humanidade. E o ladrão sempre será aquele que locupletar-se e tirar proveito próprio do povo sofrido do Senhor. E, ainda, aquele que ao invés de servir, colocar mais 'cangas no pescoço' para obstar a sua libertação e mantê-lo na alienação. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

Foto: Ricardo Coelho.

domingo, 22 de abril de 2018

Eu sou o bom pastor.

Alegrias da Páscoa: 22° Dia.



Neste tempo os textos recorrem por vezes, à figura do pastor e guia, justamente aquele que assume o encargo do cuidado com o coletivo. É neste contexto que a leitura de hoje, Jo 10,11-18, nos leva à reflexão sobre o exercício desse ofício.


11 “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. 12 O mercenário, que não é pastor e não é dono das ovelhas, vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge, e o lobo as ataca e dispersa. 13 Pois ele é apenas um mercenário que não se importa com as ovelhas. 14 Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, 15 assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas. 16 Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: também a elas devo conduzir; elas escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor. 17 É por isso que meu Pai me ama, porque dou a minha vida, para depois recebê-la novamente. 18 Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo; tenho poder de entregá-la e tenho poder de recebê-la novamente; essa é a ordem que recebi de meu Pai”.


Note-se que o Carpinteiro não fala de qualquer pastor, porém no bom pastor que é justamente aquele que dá a sua Vida! Quem ama, cuida! O cuidar na acepção da palavra, exclui o mercenário e o ladrão. Esta afirmação nos leva a indagação do que nos move em relação às pessoas e ao coletivo social? O mercenário não se importa com o rebanho, com a corporação ou com a sociedade. O seu agir tem o cunho individualista ao serviço dos seus próprios interesses ou de algum grupo específico. O cuidar identifica o cuidador! Ele conhece todos pelo nome e estes o escutam. As nossas escolham carregam em si a possibilidade de transformação ou a de confirmação do está posto, quer seja o justo ou o injusto? Mais uma vez, o autor afasta a possibilidade de formulação de um entendimento proselitista que busca amealhar adeptos a determinado movimento. Muito pelo contrário, invoca a figura de vários redis, lugares e grupos. Ressalta apenas a figura do Pai de tod@s e da Casa Comum! Nada mais interessa! Quem partilha a Vida, a recebe de volta. Até porque na partilha ninguém perde, tod@s são saciados! Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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sábado, 21 de abril de 2018

Liberdade

Alegrias da Páscoa: 21° Dia.


Tinha algumas pessoas que reclamavam da dureza das palavras, pois o Carpinteiro não colocava 'panos mornos' no seu discurso e no seu agir, que formavam uma unidade. É disso do que trata a leitura de hoje, Jo 6,60-69. E, ainda, registra que muitos desistiram de segui-Lo!

60 muitos dos discípulos de Jesus, que o escutaram, disseram: “Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?” 61 Sabendo que seus discípulos estavam murmurando por causa disso mesmo, Jesus perguntou: “Isto vos escandaliza? 62 E quando virdes o Filho do Homem subindo para onde estava antes? 63 O Espírito é que dá vida, a carne não adianta nada. As palavras que vos falei são espírito e vida. 64 Mas entre vós há alguns que não crêem”. Jesus sabia, desde o início, quem eram os que não tinham fé e quem havia de entregá-lo. 65 E acrescentou: “É por isso que vos disse: ninguém pode vir a mim, a não ser que lhe seja concedido pelo Pai”. 66 A partir daquele momento, muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele. 67 Então, Jesus disse aos doze: “Vós também vos quereis ir embora?” 68 Simão Pedro respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. 69 Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”.

Assim é o Espírito que sopra a Vida, ao longo da humana existência. O Mestre nos mostra o Caminho, que antes de tudo sempre estará no âmbito das nossas escolhas e no respeito à nossa liberdade. Crer é seguir o Carpinteiro! Quem mais teria Palavras de Vida? E isso nada tem de proselitismo, pois Ele não fundou religião. É do chão da realidade da nossa vida que Ele indica as Palavras de Eternidade! Tod@s somos convidados a sermos Sant@s de D-us e compromissarmos com o Projeto do Reino. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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sexta-feira, 20 de abril de 2018

Pão da unidade.

Alegrias da Páscoa: 20º Dia.


No texto de hoje, João 6,52-59, o Carpinteiro nos mostra a possibilidade de vida-compartilhada. A superação das divisões humanas é fundamental para a superação do ódio, das discriminações e das fobias sociais. O que a mensagem nos demonstra é o sentido de um novo entendimento da unicidade do Criador e da criatura. 


52 os judeus discutiam entre si, dizendo: "Como é que ele pode dar a sua carne a comer?" 53 Então Jesus disse: "Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. 54 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. 55 Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. 56 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. 57 Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim o que me come viverá por causa de mim. 58 Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram. Eles morreram. Aquele que come este pão viverá para sempre". 59 Assim falou Jesus, ensinando na sinagoga em Cafarnaum.


O Amor do Pai nos envolve e enlaça numa relação plena. A adesão à proposta de Jesus nos coloca em outros patamares da compreensão das relações humanas. A adesão à proposta de Jesus nos leva à superação das dicotomias tão humanas entre o pensar e o agir. A adesão à proposta de Jesus nos coloca a Caminho do Reino de Igualdade, Justiça e Paz. É o viver o novo e o que virá de melhor, no aqui, no agora e no tempo presente. É não viver a suspirar pela saudade de um passado ou apenas desejoso de um futuro inatingível. É buscar a Vida Plena enquanto dom da própria vida, a cada instante da nossa existência. É ter a certeza de que o Mestre fez a jornada e continua conosco em meio a nossa. É a vitória de cada dia que surge, em constante recomeço, como a aurora da Ressurreição em nossas vidas. É a certeza de que o Caminho não se constrói sozinho, porém em comunidade. É deixar que o Mistério do Seu sacrifício nos inunde e nos permita alçar novos patamares existenciais. É viver o dom da comunhão plena de Amor do Pai em nós, N'Ele e no coletivo social. A comunhão do Corpo e Sangue de Jesus, nada mais que a percepção mais profunda em seu sentido mais pleno de Vida e da possibilidade de um novo tempo em nossa existência e na humanidade. Agora está conosco a responsabilidade de transformação e de construção de nova realidade. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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quinta-feira, 19 de abril de 2018

A transcendência do pão.

Alegrias da Páscoa: 19º Dia. 


Existe algo mais transcendente e, ao mesmo tempo, tão próximo da nossa humana compreensão do que a idéia do pão? Alimento simples, barato e ao alcance de tod@s! Alimento que nos dá força para a jornada, símbolo do nosso fortalecimento! Alimento que pode facilmente ser partilhado, símbolo da nossa comunhão! É disso do que trata a simbologia expressa na leitura de hoje, Jo 6,44-51.

44 “Ninguém pode vir a mim, se o pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia. 45 Está escrito nos Profetas: “Todos serão discípulos de Deus”. Ora, todo aquele que escutou o Pai e por ele foi instruído, vem a mim. 46 Não que alguém já tenha visto o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. 47 Em verdade, em verdade vos digo, quem crê possui a vida eterna.48 Eu sou o pão da vida. 49 Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. 50 Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. 51 Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”.

O Carpinteiro chama a atenção daquela multidão, conclamando-a a saírem da passividade de meros ouvintes à atividade de discípulos. Em outras palavras: Sejam responsáveis pela sua vida; vocês nunca viram a D-us; Eu sou o Pão Vivo descido do Céu; outrora a humanidade passivamente foi alimentada, agora façam diferente, pois esta proposta é de uma mudança radical de Projeto de Vida, que dou a vocês no mundo! O Mestre nos mostra que é possível a Ressurreição das situações de morte em que as nossas mentes, pessoas, grupos, corporações ou sociedade, se acham imersos. A Vida plena é possível apenas em Vida, pois o contrário da vida é a morte. A mensagem central contida em todos os textos é a de que a Vida vence a morte para nossa alegria! É nisso que devemos crer! Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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quarta-feira, 18 de abril de 2018

Senhor, dá-nos sempre desse pão!

Alegrias da Páscoa: 18º Dia.



Na leitura de hoje, João 6,35-40, em continuidade a de ontem, vemos o Rabi se apresentando como o Pão da Vida. Neste texto muito denso e profundo, percebemos que o povo não entendia a sua Missão. 


35“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede. 36 Eu, porém, vos disse que vós me vistes, mas não acreditais. 37 Todos os que o Pai me confia virão a mim, e quando vierem, não os afastarei.  38 Pois eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39 E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. 40 Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia”.

O pão está presente no nosso cotidiano. A linguagem figurativa daquele componente tão presente, à época, nas refeições, de igual forma que ainda hoje, constitui o melhor exemplo retórico-comparativo, uma tradução perfeita em linguagem popular.  É o alimento que nos mantém vivos, fortalece e nos dá as forças necessárias para subsistir. Recorda-se aqui do episódio da Samaritana, quando o Mestre, fala da água. Pão e água estão presentes dia a dia da humanidade. Falar deles é transmitir a essencialidade da Missão do Nazareno entre nós. É falar do Reino e da sua transcendência, já na história humana e a da sua inserção nas relações sociais. É buscar as causas que provocam os males e, a partir daí, encontrar a solução para tudo o que aflige os Filhos da Criação do Pai. São as idéias que nos guiam do mundo 'pensado' como justo e igual, para transformação de uma realidade não condizente com os paradigmas do Reino 'imaginado' e aguardado. A Palavra é etéria, elevada, sublime e motivadora do agir, enquanto concretização da ideia. Quando nos é explicado que não se cuida de um alimento que perece, dá-nos a exata dimensão do seguimento do Caminho. É o 'pão' que nos dá coragem como sustento na jornada. O 'pão' que supre as nossas necessidades básicas, enquanto humanos, porém nos provoca a compreensão da transcendência das relações. O homem é muito mais que o sistema quer torná-lo. O homem não é apenas energia corpórea para produção. O homem é sentimento, sonho e construtor de uma realidade. O homem  é inteligência e não apenas o extinto de sobrevivência animal. O homem que cria a sua realidade, igualmente pode transformá-la. O Pão da Vida é aceitar o Caminho que o Mestre nos ensinou. A falta de alimento fazia o povo queixar-se de que estavam sendo castigados. A fome é uma inimiga das mais ferozes. O discurso do Pão da Vida nos aproxima da benção do Pai e mostra que D-us está presente em nosso meio através de Jesus de Nazaré. Não dependemos de condições exteriores para a solução das nossas demandas, porém dotados de inteligência e senso de justiça, seremos capazes de trilhar o Caminho do Reino, que começa aqui e agora. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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terça-feira, 17 de abril de 2018

Eu sou o pão da vida.

Alegrias da Páscoa: 17º Dia.



O texto de hoje, João 6,30-35, nos convida a uma profunda reflexão. Não se cuida de uma simples leitura, porém de uma meditação para melhor apreensão da mensagem contida no Quarto Evangelho. É como uma espiral em ascensão, que a cada volta nos eleva a novo patamar. É assim que os assuntos são tratados neste Evangelho, embora pareçam repetitivos, nos convida a alçar a novas compreensões. 


30 Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obras fazes? 31 Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: “Pão do céu deu-lhes a comer”. 32 Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33 Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. 34 Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. 35 Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.


Após a multiplicação dos pães, o povo ainda continuava sem entender qual era a mensagem de Jesus. Ainda pediam sinais. Tanto é que ainda acreditam ser Moisés o grande libertador, com todas as suas características bem próprias de liderança, pois ainda guardavam a memória da saída do Egito e da formação da identidade de um povo e nação. Para que o Rabi fosse maior que Moisés, entendiam que Ele deveria realizar obras maiores. A apreensão do sentido do agir e aquilo que se constrói é fundamental para sociedade. O povo estava muito arraigado nos esquemas de dominação do passado e não compreendiam a extensão da proposta de Jesus para as relações humanas. O Mestre buscava a evolução do tecido social e a construção de uma nova humanidade. Para o Nazareno, ser fiel ao passado não significa fechar-se à evolução humana dos conceitos e da ótica que nos ajuda a visualizar e compreender os fenômenos do nosso tempo. O pão que D-us envia à humanidade dá-nos o entendimento do eterno e não apenas o de determinado momento histórico. O que D-us nos deu em Jesus foi a apreensão do eterno que segue através dos tempos. A construção do Reino e da nova sociedade não estão presos a um projeto temporário, embora inserido na história. O pão da igualdade, o pão da justiça e o pão da paz são aspirações de toda a humanidade que não podem estar presas a velhas formulas. “Senhor, dá-nos sempre desse pão”, é o pedido. E a resposta encontra-se no discernimento diante dos fatos sempre atuais: “Eu sou o pão da vida." Alimentar-se desse pão é buscar o Caminho que Ele ensinou; aprender com as suas lições; e guiar o nosso agir, na  construção do mundo novo, de igual forma que o seu agir. É o que nos dá a Vida em abundância. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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segunda-feira, 16 de abril de 2018

E o povo tinha fome.

Alegrias da Páscoa: 16º Dia.


O texto de hoje, João 6,22-29, nos remete a um interessante episódio, ocorrido logo após a partilha dos pães, quando muitos foram alimentados. O povo teve saciada a sua fome naquele dia, porém no dia seguinte ainda procuravam pelo Mestre, atravessaram até o Mar da Galiléia, par ir ao seu encontro.

22 No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar constatou que havia só uma barca e que Jesus não tinha subido para ela com os discípulos, mas que eles tinham partido sozinhos. 23 Entretanto, tinham chegado outras barcas de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças. 24 Quando a multidão viu que Jesus não estava ali, nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum. 25 Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” 26 Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. 27 Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”. 28 Então perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?” 29 Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.

A busca pela satisfação das necessidades básicas é inerente ao ser humano. O povo passava por privações e realmente tinha fome. Não é à toa que o Mestre percebe a situação: "estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos." O Rabi tinha uma preocupação com o bem-estar e a satisfação das necessidades básicas, porém era necessário que entendessem os sinais de que a vida em comunidade, aonde houvesse uma preocupação mútua com o bem-estar de tod@s e a partilha de bens eram fundamentais para a solução dos problemas. Então conclui o episódio: “A obra de D-us é que acrediteis naquele que ele enviou”. Jesus era o enviado a mostrar o caminho para uma sociedade mais solidária, justa e igualitária. O Reino de justiça e de paz, onde as pessoas não tivessem fome; um lugar onde as necessidades básicas como saúde, habitação, educação e alimentação fossem satisfeitas; um lugar de esperança e de concretização das promessas do Pai Criador, já aqui na Terra e que continuaria pela eternidade. Os ensinamentos de Jesus não eram 'paternalistas' ou 'caritativos', antes mostrava o Caminho e as possibilidades dos seres humanos para resolução dos seus problemas com o banimento das práticas egoístas e das guerras. Hoje, nos noticiários, mais uma vez a Síria é bombardeada. E quem está por trás disso? Os senhores da guerra, da indústria bélica e petróleo. A ambição pelo lucro em detrimento do ser humano. Pensemos nisso. Pensemos nas nossas possibilidades e nas nossas práticas se conduzem realmente a uma mudança de realidade ou apenas ao alívio de uma consciência pesada? Pensemos, honestamente, na diferença entre o nosso discurso e a nossa prática que justifica o nosso comodismo e imobilismo, diante das mais diversas situações da Vida. Pensemos na construção de um mundo mais justo e humano, não apenas na distante Síria, porém em nossas relações familiares, corporativas e sociais. Pensemos naquilo que está ao nosso alcance fazer. Que a paz esteja com todos!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

domingo, 15 de abril de 2018

Vós sereis testemunhas.

Alegrias da Páscoa: 15º Dia. 



A leitura de hoje, Lucas 24,35-48, nos faz retornar ao ambiente da primeira semana após a execução do Nazareno. É a continuidade do texto compilado referente aos discípulo no caminho de Emaús. 


35 os dois discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. 36 Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!”37 Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um fantasma. 38 Mas Jesus disse: “Por que estais preocupados, e por que tendes dúvidas no coração? 39 Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. 40 E, dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés.  41 Mas eles ainda não podiam acreditar, porque estavam muito alegres e surpresos. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” 42 Deram-lhe um pedaço de peixe assado. 43 Ele o tomou e comeu diante deles. 44 Depois disse-lhes: “São estas as coisas que vos falei quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. 45 Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras, 46 e lhes disse: “Assim está escrito: “O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia,  47 e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém”. 48 Vós sereis testemunhas de tudo isso”.


O seguidores estavam acuados, escondidos, temerosos, traumatizados e desiludidos. Parecia que nada os convenceriam do contrário. É neste contexto que a tradição relata este episódio. Tenhamos em mente que não existe uma preocupação de narrar fatos, porém de relatar com o olhar da fé uma nova realidade. Muitos desejavam provas da ressurreição e gostariam de encontrar-se com o Ressuscitado. A tradição busca responder a esses questionamentos. Jesus pode ser encontrado em qualquer situação cotidiana da Vida, ao longo do caminho, a mesa e no em meio a comunidade. O olhar dos seguidores deve ser o da fé, quando falham os sentidos. O Ressuscitado está conosco, é acessível, é alguém da nossa família. Ele entra em nossa vida, nas relações familiares, nas relações corporativas e, enfim, em todas as relações sociais. Jesus é a nossa referência e da comunidade, que mesmo inseguros, tristes e desiludidos, nos dá a Paz, como força restauradora para a condição humana e continuidade da luta pela existência. As dúvidas dos primeiros seguidores são igualmente as nossas. O conhecimento da história nos conduz a uma fé madura e raciocinada. Para melhor compreensão daqueles fatos não há lugar para a infantilidade ou mediocridade. É necessário tocar as feridas do seu corpo sofrido e macerado na paixão, para que melhor possamos compreender a dimensão do seu sacrifício. O Nazareno não descolou da sua humanidade ou evaporou da realidade. A sua existência foi profundamente humana e a sua ressurreição igualmente será a nossa. Na Vida não há lugar para a euforia, que logo soçobra, nem para a desilusão que nos leva ao descrédito. Ao longo do Caminho, evitemos os extremos. A Vida tem o seu próprio curso. Talvez por isso Ele tenha pedido algo para comer, para demostrar que a segue adiante, com todas as sua limitações e possibilidades. A vida é concreta! A comunidade reunida descobre a sua responsabilidade com a transformação da realidade na qual estão inseridos e buscam formas de sua modificação através da partilha e satisfação das necessidade dos vivos. Os mortos não têm vida, pois esta já cessou. A partilha do pão e da palavra são essenciais à evolução para uma nova humanidade. Os patamares superiores serão atingidos após a compreensão e inteligência desses atos. Por isso, o relato nos fala de que o Rabi Ressuscitado lhes abriu a inteligência. Por fim,  a universalidade da promessa com o anúncio a todas as nações sobre o Caminho do Reino. Pensemos nisso. Somos capazes de compreender a dimensão desses atos ou procuramos adaptá-los à nossa fé infantilizada? Somos capazes de desenvolver uma fé adulta? Somos capazes de testemunhar uma fé a partir da criticidade àquela e à nossa realidade? Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

sábado, 14 de abril de 2018

Não tenhais medo.

Alegrias da Páscoa: 14º Dia.



O texto de hoje, João 6,16-21, nos convida a 'olhar pelo retrovisor', sem perder a direção na estrada e suplantar as dificuldades do tempo presente. Era o primeiro século onde as comunidades tiveram que vencer o medo das perseguições e encontrar um sentido que resignificasse a própria Vida. E dentro desse contexto a superação do trauma da humilhação, da violência e da execução na cruz. 


16 Ao cair da tarde, os discípulos desceram ao mar. 17 Entraram na barca e foram em direção a Cafarnaum, do outro lado do mar. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo ao encontro deles. 18 Soprava um vento forte e o mar estava agitado. 19 Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros, quando enxergaram Jesus, andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo. 20 Mas Jesus disse: "Sou eu. Não tenhais medo". 21 Quiseram, então, recolher Jesus na barca, mas imediatamente a barca chegou à margem para onde estavam indo.



O Mestre e os seus ensinamentos são a força que nos dá coragem para vencer as tempestades. Os textos da comunidade joanina estão repletos de uma linguagem metafórica e carregados de um simbolismo que busca resgatar o sentido pleno das experiências vividas pelos primeiros seguidores. A vida nos ensina que recordar é mais que contar a nossa história, porém consiste em olhar um passado repleto de imagens, de experiências afetivas e de aprendizado. Rememorar o passado significa mergulhar no sentimento mais profundo das pessoas envolvidas. O sentir humano é percebido não apenas com a razão, que aliás é suplantada na maioria das vezes pelas emoções. Não é à toa que os aromas e a música nos despertam a memória afetiva, por vezes, adormecida. As comunidades passavam por dificuldades no primeiro século após a execução do Rabi da Nazaré. Os tempos eram bastante difíceis. Necessitavam resgatar a memória dos ensinamentos e das experiências vividas outrora, para poderem transpor aquele momento histórico. Rememorar a presença do Nazareno era a certeza de que poderia segurar na sua mão, vencer o medo e superar os desafios.  Ainda hoje se canta: "Põe tua mão na mão do meu Senhor que acalma o mar." O mar representa o desconhecido, a força poderosa e incontrolável da natureza. Era o lugar do desafio, do sofrimento, do cumprimento das penas nas galés, desconhecido onde chegavam os perigosos inimigos, de batalhas cruéis e de morte.  Quem dominasse o mar, conquistaria o mundo! Pensemos nos nos medos. Pensemos em tudo que nos paralisa diante da vida. Pensemos nas nossas 'tempestades' pessoais, corporativas e sociais, e na nossa capacidade de vencê-las. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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sexta-feira, 13 de abril de 2018

O milagre da partilha.

Alegrias da Páscoa: 13º Dia.


O texto nos coloca diante de um quadro onde o povo precisa comer. Eram empobrecidos, pessoas famintas e doentes, que iam atrás daquele homem por fazer-lhes arder a Esperança na busca de solução para as suas desditas e doenças, enfim buscavam a cura para os males que lhes afligiam a vida. Estamos em  João 6,1-15.


1 Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. 2 Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. 3 Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com os seus discípulos.  4 Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.  5 Levantando o olhos e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” 6 Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer.  7 Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”. 8 Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9 “Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isto para tanta gente?” 10 Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens.  11 Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. 12 Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!” 13 Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido.  14 Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”.  15 Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte. 


É necessário termos uma compreensão do simbolismo do texto. A época era a da Páscoa, na qual o povo rememorava a libertação, o seguimento de Moisés por uma multidão de cativos, a travessia do Mar Vermelho e que foram alimentados no deserto com o maná. Na compilação que nos é trazida por João, igualmente, estamos na época da Páscoa, e Jesus atravessa o Mar da Galiléia, seguido por uma multidão, sedenta de Esperança e faminta. De igual forma a fome se manifesta em lugar deserto. como alimentá-los? Filipe usa a lógica do sistema e não apresenta uma solução. O salário mínimo seria, àquela época de 1 denário, tendo calculado que seriam necessários 200 denários. Não tinham dinheiro suficiente nem onde comprar ou buscar. É André quem busca uma solução, tendo encontrado um menino com cinco pães e dois peixes, um início de resolução do problema que era o de alimentar 5.000 pessoas. A benção e a distribuição evoca a lembrança da ceia derradeira de Jesus quando partilhou com a comunidade a refeição. A repartição do pão traz a lembrnaça o que deve ocorrer nas comunidades, não sendo admitido que as pessoas passem fome. E quantos famintos vemos nos dias de hoje? E quantos famintos existem nos países que se dizem cristãos? E quantos famintos existem bem próximos de nós, que nos dizemos cristãos? A partilha não nos deixará mais pobres, pois ainda sobrará "doze cestos" repletos de alimentos e todos serão saciados. Pão em todas as mesas! O povo percebe a Jesus, como Messias, porém conforme a ideologia da época, "queriam um grande rei que fosse forte e dominador". O Rabi percebe e se afasta, pois ainda não havia chegado o momento. E quanto a nós? O que falta para percebemos os sinais do Caminho? Estamos realmente dispostos  superarmos os nossos egoísmos cotidianos? Estamos dispostos à partilhar? Os sinais de Jesus nos mostra o imenso Amor de D-us pela humanidade. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!  


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quinta-feira, 12 de abril de 2018

Somos do Pai.

Alegrias da Páscoa: 12º Dia.


O texto de hoje, João 3,31-36, nos convida a deixarmos de olhar apenas para nós mesmos e para as circunstâncias nas quais estamos inseridos no cotidiano. É necessário que vislumbremos além das nossas limitações para podermos nos capacitar e vencer as nossas dificuldades. É preciso olhar para o alto. É um convite a lembrarmos dos ensinamentos do Nazareno. O tempo já havia passado e  tornara-se necessário recordar os princípios, preceitos e palavras  do Mestre, para que fosse possível percebe-Lo no seio da comunidade.  



31 “Aquele que vem do alto está acima de todos. O que é da terra, pertence à terra e fala das coisas da terra. Aquele que vem do céu está acima de todos. 32 Dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. 33 Quem aceita o seu testemunho atesta que Deus é verdadeiro. 34 De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, porque Deus lhe dá o espírito sem medida. 35 O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão. 36 Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna. Aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele”.


A experiência da vida tem dessas coisas: muitas vezes falamos ou recordamos algum ensinamento e, outras vezes, tornar-se preciso que sejamos lembrados. Muitas vezes estamos inseridos, mergulhados ou nos afogando em meio às contradições da nossa vida pessoal, corporativa e social, no entanto é preciso parar e deixar fluir a certeza do Amor do Pai que nos foi apresentado pelo Filho Amado. É disso que nos fala a lição de hoje: se pensarmos como Aquele que vem do alto, seremos capazes de descobrir as muitas coisas positivas que estão ao nosso redor, as quais não conseguimos vislumbrar. Aquele que vem do alto é marcado pela gratuidade do dom de D-us e nada solicita em troca; nos apresenta o Amor-Serviço pela construção do bem-maior;  e nos eleva à condição de Filhos do Criador, o que nos dignifica enquanto homens e mulheres nesta Terra. A mensagem do Rabi nos mostra um ambiente profundamente humanizado e de respeito ao ser humano. E esta mensagem é contagiante e nos provoca uma mudança de atitude. Alegria e Boa-Nova andam juntas, de igual modo que o serviço e o testemunho. Aquele que recebe o bem na gratuidade, igualmente o partilha. Por fim, o Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão. Viver a certeza do Amor do Pai também nos eleva à condição de filhos muito amados. O Amor é gratuito, porém somos livres para recusá-lo. É o que acontece em todas as relações humanas. A aceitação ou a recusa estão dentro do nosso livre-arbítrio ou direito de escolha. Pensemos nas nossas escolhas. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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