Domingo da 4ª Semana.
A leitura de hoje nos convida a viver a alegria, a vislumbrar, a fortalecer a Esperança, para a Páscoa que há de vir. Estamos em João 3,14-21.
14 “Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, 15 para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. 16 Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17 De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. 18 Quem nele crê, não é condenado, mas, quem não crê, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito. 19 Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más. 20 Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. 21 Mas, quem age conforme a verdade, aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus.
O texto nos relata um duro diálogo, quase um monólogo, entre Jesus e Nicodemos. A Graça de D-us perpassa toda a realidade humana e a redime. A história da Serpente de Bronze (ídolo cananeu) no deserto é referido, posto que D-us utiliza-se das limitações humanas para que o bem ocorra. O povo do deserto estava saudoso do Egito, pois passava por privações, doenças e morte no deserto. Ao passarem por uma região enfestada de cobras, muitos morreram. Para que o povo cresse, permitiu a utilização desse instrumento, para a cura e para o bem. De igual forma, a cruz não foi dada por D-us a Jesus, porém foi a consequência dos atos, do seguimento e da fidelidade de Jesus para a redenção do homem com o projeto de um Reino de Paz e de Justiça. A dor será substituída pela alegria. Os que semeiam em lágrimas, colherão os frutos com sorrisos. D-us nos ama e não desiste de nós. A Misericórdia do Pai é eterna e tem compaixão por nós. D-us se utilizou de Ciro, um rei pagão, por misericórdia para libertar o seu povo. O povo era escravizado, pela corrupção e pela violência. D-us ergueu o seu povo da lama da violência, da corrupção, da desigualdade social e dos interesses espúrios. A transformação ocorre, na medida em que colaborarmos para a modificação dessa realidade. Jesus denuncia com muita força a corrupção religiosa, possivelmente já estava condenado por afrontar os interesses da elite. Nicodemos que é membro dessa elite o procura na calada da noite para não ser visto em sua companhia e quase sem pronunciar palavra alguma passa a escutá-lo. O texto nos mostra o final do episódio, porém Nicodemos, ao chegar, reconhecendo a Jesus: “Rabi, sabemos que vens da parte de D-us como mestre, pois ninguém pode fazer os sinais que fazes, se Deus não estiver com ele” (3,2). A missão de Jesus é irrenunciável e busca mostrar que a Vida em Plenitude é possível. Crer em Jesus não é professar uma fórmula de fé, porém buscar o seguimento do seu Caminho, do seu agir e da sua maneira de viver. Jesus nos apresenta um D-us que nos ama de maneira incondicional. Jesus nos mostra que a pertença a D-us deixa de ser um privilégio exclusivista e o coloca ao alcance de tod@s. O Nazareno não vem ao mundo, sequer para nos julgar, muito menos para nos condenar. Constata-se um equívoco na tradução do original grego 'dar a sentença' ou 'julgar'. Se D-us apenas nos ama, não nos julga. Os homens é que criam as suas 'convicções' e condenam os outros, tentando buscar justificativas inócuas. No texto observa-se que a elite preferiu as trevas da exclusividade, da desigualdade e do status quo, saudosa de um passado baseado na desigualdade social. O Caminho é exigente e difícil. A realidade é desafiadora. Do D-us de Amor apenas poderá vir o Amor. O nome disso é fé. A Luz é sinônimo de Vida Plena e da nossa possibilidade de viver a Esperança para além do dilema exposto no "Paradoxo de Epicuro" (filósofo grego que viveu entre 341 a.C - 271 a.C.) e de todas as contradições existenciais. Qual D-us buscamos? O julgador por convicção e aplicador de penas ou o terno Amor do Pai Criador que a tod@s? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!
Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.
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