sábado, 31 de março de 2018

O silêncio do Sábado.

Sábado Santo.


Após os acontecimentos terríveis da Sexta-Feira, temos o silêncio do Sábado. Na vida é assim: as dores se acalmam e os acontecimentos seguem seu curso. A dinâmica própria da vida nos impulsiona para além dos nossos próprios limites e continuamos a viver:

Enquanto não chega a manhã da Ressurreição...

Pai, no silêncio desta noite:
guarda-me em Tuas Mãos,
aquece-me o coração,
guia-me pelas Tuas veredas,
protege-me da ira dos malvados,
defende-me, Te peço!

Pai, quero que saibas:
em Ti ponho a minha confiança,
em Ti coloco a minha esperança,
em Ti busco refúgio,
em Ti encontro o perdão,
em Ti, minha segurança!

Pai, que nesta Sexta-Feira:
quando tudo parece perdido,
quando somente vislumbramos a dor,
quando a angústia a tudo envolve,
quando o desespero nos corrói,
quando o sofrimento nos invade,
possamos sonhar com a aurora!

Pai, aprendamos de Ti:
que és a certeza da nossa vida,
que és a brisa benfazeja,
que és a luz em meio às trevas,
que és o meu consolo e fortaleza,
sustentando-me até o raiar do novo dia!


É hora de preparar a casa e o coração para entender tudo o que se passou. Existirá algum sentido nisso tudo? Aguardemos pela Vigília no encontro com os irmãos! Para descobrirmos o que se passou tornar-se necessário ir até o túmulo, como fizeram Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago, e Salomé, conformo texto compilado em Marcos 16,1-7. Elas foram ao encontro! Saíram de onde estavam e se moveram. Não ficaram acuadas. Caminharam! Empreenderam uma pequena jornada! E a grande preocupação delas era esta: 'Quem rolará para nós a pedra da entrada do túmulo?' E o que vão encontrar? Quais as nossas preocupações? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.


sexta-feira, 30 de março de 2018

Tudo está consumado?

Sexta-feira da Paixão do Senhor.


Este foi o primeiro grande desafio das comunidades dos primeiros seguidores: explicar o aparente fracasso e morte, como preliminar da vitória e da vida que ressurgiria. Jesus foi morto, não por nossos pecados, porém por um sistema de exploração que não tolerava a perda do poder político-econômico. O anúncio de Jesus consistia na apresentação do D-us Pai Criador e da gratuidade do perdão. O D-us Amoroso que acolhe, sempre perdoa e tudo dá. O D-us de Amor que nada pede, que não explora seus filhos e que não troca a Graça pelo dinheiro. Jesus constituía um grande risco para a economia do Templo de Jerusalém, que era a maior força econômica do Oriente Médio, à época. Para os sacerdotes, daquele tempo, o pecado e a Graça de D-us, que o apagava, tinham um preço, na conformidade de 'tabelas' elaboradas pela engenhosidade humana. E quantos bois, cabras, bodes e pombos, foram dados em ofertas, comprados diretamente no comércio do Templo? Pessoas comuns nunca transportariam animais ao longo das extenuantes viagens à pé, levavam o dinheiro e os trocava diretamente no Templo, que fornecia a matéria para o culto e os sacrifícios. Tudo muito prático e estruturado. Uma nação inteira, com romarias compostas por um povo 'carregado de pecados e culpas', aliviadas de imediato por solícitos religiosos sempre dispostos a fornecer o que precisavam mediante um determinado preço. Quanto mais pesada a consciência tomada pela culpa, maior o preço para para aliviá-la. Este era o negócio que não poderia ser prejudicado: a circulação do dinheiro, os lucros econômicos e o sistema de poder. E quanto disso não persiste na atualidade? Estamos em  João 18,1-19,42.

1 Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cedron. Havia aí um jardim, onde ele entrou com os discípulos. 2 Também Judas, o traidor, conhecia o lugar, porque Jesus costumava reunir-se aí com os seus discípulos. 3 Judas levou consigo um destacamento de soldados e alguns guardas dos sumos sacerdotes e fariseus, e chegou ali com lanternas, tochas e armas. 4 Então Jesus, consciente de tudo o que ia acontecer, saiu ao encontro deles e disse: A quem procurais? 5 Responderam: A Jesus, o nazareno. Ele disse: Sou eu. Judas, o traidor, estava junto com eles. 6 Quando Jesus disse "sou eu", eles recuaram e caíram por terra. 7 De novo lhes perguntou: A quem procurais? Eles responderam: A Jesus, o nazareno. 8 Jesus respondeu: Já vos disse que sou eu. Se é a mim que procurais, então deixai que estes se retirem. 9 Assim se realizava a palavra que Jesus tinha dito: "Não perdi nenhum daqueles que me confiaste". 10 Simão Pedro, que trazia uma espada consigo, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O nome do servo era Malco. 11 Então Jesus disse a Pedro: Guarda a tua espada na bainha. Não vou beber o cálice que o Pai me deu?" 12 Então, os soldados, o comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o amarraram. 13 Conduziram-no primeiro a Anás, que era o sogro de Caifás, o sumo sacerdote naquele ano. 14 Foi Caifás que deu aos judeus o conselho: "É preferível que um só morra pelo povo". 15 Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus. Esse discípulo era conhecido do sumo sacerdote e entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote. 16 Pedro ficou fora, perto da porta. Então o outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, saiu, conversou com a encarregada da porta e levou Pedro para dentro. 17 A criada que guardava a porta disse a Pedro: Não pertences também tu aos discípulos desse homem? Ele respondeu: Não. 18 Os empregados e os guardas fizeram uma fogueira e estavam se aquecendo, pois fazia frio. Pedro ficou com eles, aquecendo-se. 19 Entretanto, o sumo sacerdote interrogou Jesus a respeito de seus discípulos e de seu ensinamento. 20 Jesus lhe respondeu: Eu falei às claras ao mundo. Ensinei sempre na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem. Nada falei às escondidas. 21 Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que falei; eles sabem o que eu disse. 22 Quando Jesus falou isso, um dos guardas que ali estava deu-lhe uma bofetada, dizendo: É assim que respondes ao sumo sacerdote? 23 Respondeu-lhe Jesus: Se respondi mal, mostra em quê; mas, se falei bem, por que me bates? 24 Então, Anás enviou Jesus amarrado para Caifás, o sumo sacerdote.Não és tu também um dos discípulos dele? Pedro negou: "Não!" 25 Simão Pedro continuava lá, em pé, aquecendo-se. Disseram-lhe: Não és tu, também, um dos discípulos dele? Pedro negou: Não! 26 Então um dos empregados do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha cortado a orelha, disse: Será que não te vi no jardim com ele? 27 Novamente Pedro negou. E na mesma hora, o galo cantou. 28 De Caifás, levaram Jesus ao palácio do governador. Era de manhã cedo. Eles mesmos não entraram no palácio, para não ficarem impuros e poderem comer a páscoa. 29 Então Pilatos saiu ao encontro deles e disse: Que acusação apresentais contra este homem? 30 Eles responderam: Se não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti! 31 Pilatos disse: Tomai-o vós mesmos e julgai-o de acordo com a vossa lei. Os judeus lhe responderam: Nós não podemos condenar ninguém à morte. 32 Assim se realizava o que Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer. 33 Então Pilatos entrou de novo no palácio, chamou Jesus e perguntou-lhe: Tu és o rei dos judeus? 34 Jesus respondeu: Estás dizendo isto por ti mesmo, ou outros te disseram isto de mim? 35 Pilatos falou: Por acaso, sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste? 36 Jesus respondeu: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas teriam lutado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui. 37 Pilatos disse a Jesus: Então tu és rei? Jesus respondeu: Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz. 38 Pilatos disse a Jesus: O que é a verdade? Ao dizer isso, Pilatos saiu ao encontro dos judeus e disse-lhes: Eu não encontro nenhuma culpa nele. 39 Mas existe entre vós um costume, que pela páscoa eu vos solte um preso. Quereis que vos solte o rei dos judeus? 40 Então, começaram a gritar de novo: Este não, mas Barrabás! Barrabás era um bandido., 19-1 Então Pilatos mandou flagelar Jesus. 2 Os soldados teceram uma coroa de espinhos e colocaram-na na cabeça de Jesus. Vestiram-no com um manto vermelho, 3 aproximavam-se dele e diziam: Viva o rei dos judeus! E davam-lhe bofetadas. 4 Pilatos saiu de novo e disse aos judeus: Olhai, eu o trago aqui fora, diante de vós, para que saibais que não encontro nele crime algum. 5 Então Jesus veio para fora, trazendo a coroa de espinhos e o manto vermelho. Pilatos disse-lhes: Eis o homem! 6 Quando viram Jesus, os sumos sacerdotes e os guardas começaram a gritar: Crucifica-o! Crucifica-o! Pilatos respondeu: Levai-o vós mesmos para o crucificar, pois eu não encontro nele crime algum. 7 Os judeus responderam: Nós temos uma lei, e, segundo esta lei, ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus. 8 Ao ouvir estas palavras, Pilatos ficou com mais medo ainda. 9 Entrou outra vez no palácio e perguntou a Jesus: De onde és tu? Jesus ficou calado. 10 Então Pilatos disse: Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te crucificar? 11 Jesus respondeu: Tu não terias autoridade alguma sobre mim, se ela não te fosse dada do alto. Quem me entregou a ti, portanto, tem culpa maior. 12 Por causa disso, Pilatos procurava soltar Jesus. Mas os judeus gritavam: Se soltas este homem, não és amigo de César. Todo aquele que se faz rei, declara-se contra César. 13 Ouvindo estas palavras, Pilatos levou Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado "Pavimento", em hebraico "Gábata". 14 Era o dia da preparação da páscoa, por volta do meio-dia. Pilatos disse aos judeus: Eis o vosso rei! 15 Eles, porém, gritavam: Fora! Fora! Crucifica-o! Pilatos disse: Hei de crucificar o vosso rei? Os sumos sacerdotes responderam: Não temos outro rei senão César. 16 Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado, e eles o levaram. 17  Jesus tomou a cruz sobre si e saiu para o lugar chamado "Calvário", em hebraico "Gólgota". 18 Ali o crucificaram, com outros dois: um de cada lado, e Jesus no meio. 19 Pilatos mandou ainda escrever um letreiro e colocá-lo na cruz; nele estava escrito: "Jesus, o nazareno, o rei dos judeus". 20 Muitos judeus puderam ver o letreiro, porque o lugar em que Jesus foi crucificado ficava perto da cidade. O letreiro estava escrito em hebraico, latim e grego. 21 Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: Não escrevas "o rei dos judeus", mas sim o que ele disse: "Eu sou o rei dos judeus". 22 Pilatos respondeu: O que escrevi, está escrito. 23 Depois que crucificaram Jesus, os soldados repartiram a sua roupa em quatro partes, uma parte para cada soldado. Quanto à túnica, esta era tecida sem costura, em peça única de alto a baixo. 24 Disseram então entre si: Não vamos dividir a túnica. Tiremos a sorte para ver de quem será. Assim se cumpria a escritura que diz: "Repartiram entre si as minhas vestes e lançaram sorte sobre a minha túnica". Assim procederam os soldados. 25 Perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. 26 Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: Mulher, este é o teu filho. 27 Depois disse ao discípulo: Esta é a tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a acolheu consigo. 28 Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a escritura se cumprisse até o fim, disse: Tenho sede. 29Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. 30 Ele tomou o vinagre e disse: Tudo está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. 31 Era o dia da preparação para a páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz. 32 Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro que foram crucificados com Jesus. 33 Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; 34 mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. 35 Aquele que viu, dá testemunho e seu testemunho é verdadeiro; e ele sabe que fala a verdade, para que vós também acrediteis. 36 Isso aconteceu para que se cumprisse a escritura, que diz: "Não quebrarão nenhum dos seus ossos". 37 E outra escritura ainda diz: "Olharão para aquele que transpassaram". 38 Depois disso, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus - mas às escondidas, por medo dos judeus - pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus. Pilatos consentiu. Então José veio tirar o corpo de Jesus. 39 Chegou também Nicodemos, o mesmo que antes tinha ido de noite encontrar-se com Jesus. Levou uns trinta quilos de perfume feito de mirra e aloés. 40 Então tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no, com os aromas, em faixas de linho, como os judeus costumam sepultar. 41 No lugar onde Jesus, foi crucificado, havia um jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. 42 Por causa da preparação da páscoa, e como o túmulo estava perto, foi ali que colocaram Jesus.



Na Vida é assim: tudo chega a um termo. O ponto de chegada após o Caminho. A Missão cumprida. A finalização. As dores e os prantos têm o seu final, de igual forma que as alegrias e os sorrisos. A nossa vida tem disso. Tem muito disso! Não é à toa que os 'antigos', dos tempos dos nossos avós, guardavam um silêncio profundo neste dia e as rádios 'tocavam músicas fúnebres' (como eram entendidos os clássicos). As imagens cobertas nas igrejas e o silêncio nas ruas completavam o quadro de um sentimento coletivo e do entendimento daquele momento em nossa cultura ibérica, herdada dos invasores e conquistadores da última 'cruzada' que se abateu por estas terras há quinhentos anos. A espoliação foi tão grande que sempre pensei que os santos nas igrejas eram cobertos pelo 'roxo da vergonha' pelo genocídio ocorrido na América Latina e do Norte, no chamado Novo Mundo. Tudo em nome de qual deus? Nestas novas terras que foram espoliadas ao longo dos séculos em nome do 'deus mercado' que se alimentou das suas entranhas e bebeu das suas veias abertas. Esta terra latino-americana, profundamente ibérica em sua cultura 'embranquecida' e miscigenada, a contragosto da elite, com a cultura indígena dos povos exterminados e com a cultura africana dos povos escravizados. A reflexão crítica nos mostra as várias formas de dominação cultural. É deste "caldo cultural" que chega aos nossos dias  os mais diversos sentimentos que alimentam este período e a leitura que fazemos a respeito do Tempo da Quaresma e do Tríduo de preparação para a Páscoa. Parece-me que o nosso povo, ainda vive sob os efeitos de uma 'Sexta-Feira Santa' que já dura quinhentos anos. Os sinais de Esperança são crucificados pelos interesses e políticas econômicas dos poderosos em detrimento do povo empobrecido. Onde encontrar o 'Aleluia' para ser cantado nessas vidas?  A Vida humana não pode se desenrolar 'eternamente' num 'epílogo'. Nesta Sexta-Feira, apesar de toda dor e violência sofrida, que nós, das mais variadas maneiras as sentimos, haverá de passar e apenas ficar na memória como uma história do passado.  A Vida não pode sucumbir à morte, pois se assim o fosse a nossa existência estaria fadada a uma 'morte-em-vida' ou a 'uma não-vida'. A memória deste dia nos revela que apesar de toda a dor, não podemos ser indiferentes ao humano-senso-encarnado de que a Vida irá sair vitoriosa. Pode demorar... até mais do que o imaginado, porém a Vida seguirá o seu curso. A Vida não pode acabar na 'não-vida', pois ela tem em si a Força do Universo e enquanto existir, não haverá lugar para a morte. A Vida sempre encontra o seu Caminho. A Esperança tripudia da morte e dela ri. A nossa sociedade necessita urgentemente de Esperança. As vítimas da violência  necessitam urgentemente da Esperança. As vítimas dos crimes de ódio e da discriminação necessitam urgentemente da Esperança. Nós necessitamos manter viva a Esperança! A história mostra que a mensagem do Reino não sucumbiu na execução da 'morte-ignomínia' da cruz. A história não acabou naquela sexta-feira. A nossa história pode até passar por uma 'Sexta-Feira', porém não sucumbirá! Sempre haverá um amanhã. Caminhemos para o esplendor sonhado da manhã da Páscoa da Ressurreição. Esperemos! Vivamos! Lutemos! A Vida continua e é contínua, da mesma forma que o rio busca o mar. "Por mais escura que seja a noite, mais carrega em si a madrugada", assim pregava Dom Hélder Câmara. Os Evangelhos e os primeiros seguidores, não se preocuparam em descrever a imagem do Nazareno, isto não era importante, o fundamental era disseminar as idéias de Justiça, Paz, Igualdade e de Perdão. As imagens fenecem, porém não se matam as idéias. O que realmente importa é o Caminho que Ele mostrou. A Vida e o Sonho, são essenciais ao ser humano! Livremo-nos das culpas e vivamos na Graça gratuita do D-us de Amor e do seu acolhimento e perdão. Sejamos livres e conscientes criadores de uma nova história e de um mundo novo à imagem do Reino. Que o Senhor, por seu exemplo e força, nutra e sustente o seu povo a Caminho. Olho pela janela nesta sexta-feira, chuvosa e de céu fechado, que não me assusta, pois guardo a Esperança de um novo dia que virá radiante na aurora de algum dia. O céu se abrirá em um novo tempo. Esta é a certeza que acalenta o meu coração! Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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quinta-feira, 29 de março de 2018

Amou, até o fim!

Quinta-feira da Semana Santa.



Era a despedida. A última refeição. A mesa partilhada com os primeiros seguidores. E, mais uma oportunidade para oferecer uma lição de humildade. Por fim, o memorial da presença d'Aquele que continuaria em nosso meio. O memorial da unidade e da partilha. Estamos em João 13,1-15.


1 Era antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. 2 Estavam tomando a ceia. O diabo já tinha posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de entregar Jesus. 3 Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de Deus tinha saído e para Deus voltava,  4 levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. 5 Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido. 6 Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: “Senhor, tu me lavas os pés?” 7 Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás”. 8 Disse-lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!” Mas Jesus respondeu: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”. 9 Simão Pedro disse: “Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”. 10 Jesus respondeu: “Quem já se banhou não precisa lavar senão os pés, porque já está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não todos”. 11 Jesus sabia quem o ia entregar; por isso disse: “Nem todos estais limpos”. 12 Depois de ter lavado os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo. E disse aos discípulos: “Compreendeis o que acabo de fazer? 13 Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou.  14 Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros.  15 Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz.

A mensagem final seria a de dar continuidade fazendo as mesmas coisas que Ele fez: amar e servir, até o fim! Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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quarta-feira, 28 de março de 2018

Senhor, será que sou eu?

Quarta-feira da Semana Santa.



A comunidade de Mateus compilou a tradição referente àqueles últimos dias em Jerusalém. O clima de desconfiança era grande. O Mestre percebia o contexto e o desenrolar dos acontecimentos. Pelo relato, os seguidores não haviam se dado conta do que estava por acontecer. Estamos em Mateus 26,14-25.


14 um dos doze discípulos, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes 15 e disse: “Que me dareis se vos entregar Jesus?” Combinaram, então, trinta moedas de prata. 16 E daí em diante, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus.17 No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?” 18 Jesus respondeu: “Ide à cidade, procurai certo homem e dizei-lhe: “O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou celebrar a Páscoa em tua casa, junto com meus discípulos”.19 Os discípulos fizeram como Jesus mandou e prepararam a Páscoa. 20 Ao cair da tarde, Jesus pôs-se à mesa com os doze discípulos. 21 Enquanto comiam, Jesus disse: “Em verdade eu vos digo, um de vós vai me trair”. 22 Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a lhe perguntar: “Senhor, será que sou eu?” 23 Jesus respondeu: “Quem vai me trair é aquele que comigo põe a mão no prato. 24 O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura a respeito dele. Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem! Seria melhor que nunca tivesse nascido!” 25 Então Judas, o traidor, perguntou: “Mestre, serei eu?” Jesus lhe respondeu: “Tu o dizes”. 

Quem é capaz de ser fiel aos ensinamentos do Mestre e ao Caminho? Quem é capaz de ser fiel à Justiça e construtor da Paz? Quem é capaz de ser fiel ao Reino, que começa aqui e agora? Quem é capaz de construir a igualdade e viver a Esperança? Devemos nos perguntar, igualmente, aqueles primeiros seguidores, repetindo ainda hoje: Senhor, será que sou eu traidor? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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terça-feira, 27 de março de 2018

Senhor, para onde vais?

Terça-feira da Semana Santa.



As comunidades joaninas resgatam a tradição dos momentos mais graves, durante aqueles últimos dias em Jerusalém. Estando à mesa com os seus seguidores primeiros, descrevem as emoções do Mestre, reações dos presentes e os seguintes diálogos. É bastante rico o relato dos detalhes. Estamos em João 13,21-33.36-38.



21 Jesus ficou profundamente comovido e testemunhou: “Em verdade, em verdade vos digo, um de vós me entregará”. 22 Desconcertados, os discípulos olhavam uns para os outros, pois não sabiam de quem Jesus estava falando. 23 Um deles, a quem Jesus amava, estava recostado ao lado de Jesus. 24 Simão Pedro fez-lhe um sinal para que ele procurasse saber de quem Jesus estava falando. 25 Então, o discípulo, reclinando-se sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe: “Senhor, quem é?”  26 Jesus respondeu: “É aquele a quem eu der o pedaço de pão passado no molho”. Então Jesus molhou um pedaço de pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. 27 Depois do pedaço de pão, Satanás entrou em Judas. Então Jesus lhe disse: “O que tens a fazer, executa-o depressa”. 28 Nenhum dos presentes compreendeu por que Jesus lhe disse isso. 29 Como Judas guardava a bolsa, alguns pensavam que Jesus lhe queria dizer: “Compra o que precisamos para a festa”, ou que desse alguma coisa aos pobres. 30 Depois de receber o pedaço de pão, Judas saiu imediatamente. Era noite.  31 Depois que Judas saiu, disse Jesus: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. 32 Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo. 33 Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco. Vós me procurareis, e agora vos digo, como eu disse também aos judeus: “Para onde eu vou, vós não podeis ir”. 36 Simão Pedro perguntou: “Senhor, para onde vais?” Jesus respondeu-lhe: “Para onde eu vou, tu não me podes seguir agora, mas seguirás mais tarde”. 37 Pedro disse: “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu darei a minha vida por ti!” 38 Respondeu Jesus: “Darás a tua vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: o galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes”.

A tensão estava chegando a um ponto crítico e muitos não percebiam a situação que os ameaçava, estava chegando a um desfecho. Não havia lugar para infantilidades, arroubos juvenis ou ações despropositadas. O seguimento de Jesus exige uma consciência crítica da realidade, pois não se encontra nos 'refúgios da sacristia',  nas 'práticas descarnadas da vida real' ou, ainda, na ausência de consciência de uma fé adulta. O seguimento do Mestre traria consequência a tod@s! Qual a disponibilidade para a fidelidade ao seguimento de Jesus para aquelas pessoas? E hoje? Temos uma fé adulta ou nos comportamos como pessoas infantilizadas? Somos infantilizados? Sabemos para onde caminhamos? Pensemos nisso. Que a paz esteja com todos!


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segunda-feira, 26 de março de 2018

Muitos acreditavam n'Ele.

Segunda-feira da Semana Santa.


A comunidade resgata a tradição oral da última semana do Mestre em Jerusalém. Após a entrada triunfal, o Nazareno escolhe visitar a casa de amigos em Betânia. Estamos em João 12,1-11.


1 Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde morava Lázaro, que ele havia ressuscitado dos mortos. 2 Ali ofereceram a Jesus um jantar; Marta servia e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. 3 Maria, tomando quase meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo. 4 Então, falou Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de entregar: 5 “Por que não se vendeu este perfume por trezentas moedas de prata, para dá-las aos pobres?” 6 Judas falou assim, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão; ele tomava conta da bolsa comum e roubava o que se depositava nela.  7 Jesus, porém, disse: “Deixa-a; ela fez isto em vista do dia da minha sepultura. 8 Pobres, sempre os tereis convosco, enquanto a mim, nem sempre me tereis”. 9 Muitos judeus, tendo sabido que Jesus estava em Betânia, foram para lá, não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Jesus ressuscitara dos mortos. 10 Então, os sumos sacerdotes decidiram matar também Lázaro 11 porque por causa dele, muitos deixavam os judeus e acreditavam em Jesus.



Não havia como retroceder diante daquela situação. O cenário estava formado. Jesus era reconhecido por seu agir em favor de tod@s os desvalidos e empobrecidos. Maria, irmã de Lázaro, buscando agradar-Lhe e reconhecendo a sua condição de Mestre,  compra um perfume caríssimo, que incensa toda a casa ao ser usado para lavar-Lhe os pés. Judas Iscariotes que era o tesoureiro do grupo e desviava fundos, reclama em razão de que a quantia gasta deveria ter ido para a caixa comum,  por ele administrada. A população reconhecia em Jesus, o Mestre, e acorria ao encontro. Lázaro era a testemunha viva dos seus prodígios.  A elite estava cada vez mais decidida não apenas a executar a Jesus, porém também a Lázaro que constituía uma prova do seu ministério em favor do povo.  Não era bastante apenas destruir o Salvador, desejavam apagar todos os vestígios da sua obra e da sua passagem no meio de nós. Aos poderosos não importava apenas a sua morte, porém a destruição de qualquer vestígio que pudesse recordar a sua existência. Pretendiam o aniquilamento até das lembranças! E quanto disso não vemos ao longo da história até aos nossos dias? Quando não matam fisicamente, buscam a execução moral publica, através da mentira e da deturpação das ações. Buscam extinguir tudo o que foi criado e o bem que foi realizado a favor do povo, até extinguir da memória o seu legado. É a chamada 'execução política'! Apostam na memória 'curta' do povo. Apostam na propaganda 'enganosa' e 'engenhosa' da mídia, que busca discutir até conceitos jurídicos apresentados aos tribunais pela defesa, antes até da conclusão do julgamento, sem que haja acolhimento ou rejeição judicial da tese. Apostam no esquecimento. Enquanto uns conseguem enxergar a grandeza da Missão do Nazareno, outros buscam apagar até a sua memória. A semana continua.  A esta segunda, sucederá a terça, e assim por diante até o Domingo da Ressurreição. Pensemos em nossa realidade. Pensemos em nossa vida. Pensemos no nosso agir. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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domingo, 25 de março de 2018

Bendito o que vem em nome do Senhor.

Domingo de Ramos.

Hoje a leitura rememora a entrada de Jesus em Jerusalém. As comunidades, através dos séculos, celebram este momento. Como seria possível a um Carpinteiro, que se fez pobre entre os empobrecidos, habitante da periferia, oriundo da vila-favela de Nazaré e de uma região sob jugo estrangeiro, repetir o triunfo guardado aos grandes exércitos e aos reis da época? Muitos percebem o acinte, a coragem e a grandeza daquele ato: a ousadia de parodiar e ridicularizar o ritual de vitória dos poderosos-conquistadores, entrar montado num jumento e o povo nas ruas cobrindo a sua passagem com ramos de oliveira. Estamos em  Marcos 11,1-10.

1Quando se aproximaram de Jerusalém,na altura de Betfagé e de Betânia,junto ao monte das Oliveiras,Jesus enviou dois discípulos,2dizendo: 'Ide até o povoado que está em frente,e logo que ali entrardes,encontrareis amarrado um jumentinhoque nunca foi montado.Desamarrai-o e trazei-o aqui!3Se alguém disser: 'Por que fazeis isso?',dizei: 'O Senhor precisa dele,mas logo o mandará de volta'.'4Eles foram e encontraram um jumentinho amarradojunto de uma porta, do lado de fora, na rua,e o desamarraram.5Alguns dos que estavam ali disseram:'O que estais fazendo,desamarrando este jumentinho?'6Os discípulos responderam como Jesus havia dito,e eles permitiram.7Trouxeram então o jumentinho a Jesus,colocaram sobre ele seus mantos, e Jesus montou.8Muitos estenderam seus mantos pelo caminho,outros espalharam ramos que haviam apanhado nos campos.9Os que iam na frente e os que vinham atrás gritavam:'Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor!10Bendito seja o reino que vem,o reino de nosso pai Davi!Hosana no mais alto dos céus!'


E assim foi feito! A elite subserviente ao poder de ocupação tremeu nas bases; a elite religiosa percebeu o perigo da iminente perda de status e privilégios; e os romanos não desejavam se indispor, ainda mais, com a população subjugada e lavaram as mãos, deixando o 'serviço sujo' da execução para os 'fantoches'. O povo, por sua vez, desejava um grande rei, que fosse forte e dominador, que o livrasse do jugo opressor estrangeiro. Cada um enxergava o Mestre, conforme as suas necessidades e os seus medos. A tensão social era imensa e estava a sair do controle. De um lado, uma elite assustada e, de outro, o povo exultante aguardando a mudança da realidade. É este o cenário daquele dia, que hoje, passados dois mil anos, recordamos. O Mestre era corajoso e cumpria sua Missão e estava consciente das consequências do seu ato. O povo rejubilava com a perspectiva de que um 'salvador da pátria', porém não estavam conscientes de que tod@s deveriam ser responsáveis pela mudança e cuidarem-se uns dos outros, em comunidades, como irm@s e filhos do mesmo Pai Criador. O povo estava ansioso, a desejar que a mudança 'caísse do céu", sem qualquer esforço ou compromisso, pois em verdade desejavam apenas passar da condição de oprimidos a de opressores. E este foi o motivo da grande decepção, que o tornou sensível à mídia de então, transformando a euforia em frustração, cujo resultado veremos na próxima sexa-feira. E, por não crerem n'Ele, findaram votar pela morte do Libertador, instigados pela elite dominante de então. Pensemos em nossos atos. Pensemos nas nossas escolhas. Pensemos no nosso agir. Pensemos a quem serve as nossas ações. Pensemos em que mundo desejamos construir. Ao erguer os nossos ramos, neste domingo, pensemos em qual mundo desejamos viver e deixar para os nossos filhos! Alguma semelhança com os nossos dias? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!



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Anunciação.

Anunciação: ocorre todos os dias em qualquer lugar...


Bendita aquela que acredita:

na sua forca,
no seu sonho,
no seu papel
de construtora do mundo novo!



Bendita aquela que aceita,
não titubeia,
é disponível,
e transforma
a partir do seu lagar!


Bendita aquela que gera Vida, 
acolhe a missão,
descobre no seu íntimo
a Graça do seu poder
e pari a mudança!


Benditas sejam todas as Marias,
que nas atitudes cotidianas,
se reconhecem em si mesmas
como geradoras de vida 
e criadoras de uma nova realidade!

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sábado, 24 de março de 2018

Que vos parece?

Sábado da 5ª Semana.



A tradição registra na comunidade joanina o crescimento do movimento de Jesus e a reação da elite que, por medo, tentavam uma solução drástica para calá-lo.  Estamos em João 11,45-56.


45 muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele. 46 Alguns, porém, foram ter com os fariseus e contaram o que Jesus tinha feito. 47 Então os sumos sacerdotes e os fariseus reuniram o Conselho e disseram: “Que faremos? Este homem realiza muitos sinais. 48 Se deixamos que ele continue assim, todos vão acreditar nele, e virão os romanos e destruirão o nosso Lugar Santo e a nossa nação”. 49 Um deles, chamado Caifás, sumo sacerdote em função naquele ano, disse: “Vós não entendeis nada. 50Não percebeis que é melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira?” 51 Caifás não falou isso por si mesmo. Sendo sumo sacerdote em função naquele ano, profetizou que Jesus iria morrer pela nação. 52 E não só pela nação, mas também para reunir os filhos de Deus dispersos. 53 A partir desse dia, as autoridades judaicas tomaram a decisão de matar Jesus. 54 Por isso, Jesus não andava mais em público no meio dos judeus. Retirou-se para uma região perto do deserto, para a cidade chamada Efraim. Ali permaneceu com os seus discípulos. 55 A Páscoa dos judeus estava próxima. Muita gente do campo tinha subido a Jerusalém para se purificar antes da Páscoa. 56 Procuravam Jesus e, ao reunirem-se no Templo, comentavam entre si: “Que vos parece? Será que ele não vem para a festa?”


É interessante notar que os representantes da elite buscam eliminar a Jesus, não porque se tratasse de um embusteiro, um demagogo ou um oportunista, porém por representar a real possibilidade de transformação daquela realidade e que os desalojaria dos seus privilégios,  status social e conivência com as legiões de ocupação romana. É interessante que buscam a justificativa na 'religião' para desculpar as suas ações. Tudo isto era apenas um 'cortina de fumaça' para conquistar o apoio da população. Vê-se que o povo estava ao lado do Mestre, o viam como justo e verdadeiro. A decisão de executá-lo havia sido tomada. Aguardavam apenas uma oportunidade.  Estavam preparando o momento, através da 'mídia' de então, veiculando mentiras e distorcendo a realidade.  E quanto disso não vemos isso através da história? Esses 'grupos hegemônicos' que buscam apenas o interesses próprios e transformam a mentira em verdade para tudo aquilo que lhes convém. E quanto disso não vemos nas relações sociais e corporativas, quando corriqueiramente as 'fofocas', a 'conversa de pé de ouvido' e o 'jogo de interesses' distorcem a realidade e privilegiam o oportunismo interesseiro?  Pensemos se as nossas ações constroem a verdade, a justiça e a paz? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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sexta-feira, 23 de março de 2018

Mostrei-vos boas obras.

Sexta-feira da 5ª Semana.



João 10,31-42


31 os judeus pegaram pedras para apedrejar Jesus. 32 E ele lhes disse: “Por ordem do Pai, mostrei-vos muitas obras boas. Por qual delas me quereis apedrejar?” 33 Os judeus responderam: “Não queremos te apedrejar por causa das obras boas, mas por causa de blasfêmia, porque sendo apenas um homem, tu te fazes Deus!” 34 Jesus disse: “Acaso não está escrito na vossa Lei: “Eu disse: vós sois deuses”? 35 Ora, ninguém pode anular a Escritura: se a Lei chama deuses as pessoas às quais se dirigiu a palavra de Deus, 36 por que então me acusais de blasfêmia, quando eu digo que sou Filho de Deus, eu a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo? 37 Se não faço as obras do meu Pai, não acrediteis em mim. 38 Mas, se eu as faço, mesmo que não queirais acreditar em mim, acreditai nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai”. 39 Outra vez procuravam prender Jesus, mas ele escapou das mãos deles. 40 Jesus passou para o outro lado do Jordão, e foi para o lugar onde, antes, João tinha batizado. E permaneceu ali. 41 Muitos foram ter com ele, e diziam: “João não realizou nenhum sinal, mas tudo o que ele disse a respeito deste homem, é verdade”. 42 E muitos, ali, acreditaram nele.

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quinta-feira, 22 de março de 2018

Antes que te formaste.

Quinta-feira da 5ª Semana.


A tradição compilada pela comunidade joanina nos inspira a busca do conhecimento da pessoa do Mestre e da sua Missão. Estamos em João 8,51-59.


51“Em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, jamais verá a morte”. 52 Disseram então os judeus: “Agora sabemos que tens um demônio. Abraão morreu e os profetas também, e tu dizes: “Se alguém guardar a minha palavra jamais verá a morte”. 53 Acaso és maior do que nosso pai Abraão, que morreu, como também os profetas? Quem pretendes ser?”54 Jesus respondeu: “Se me glorifico a mim mesmo, minha glória não vale nada. Quem me glorifica é o meu Pai, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus. 55 No entanto, não o conheceis. Mas eu o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria um mentiroso, como vós! Mas eu o conheço e guardo a sua palavra. 56 Vosso pai Abraão exultou, por ver o meu dia; ele o viu, e alegrou-se”. 57 Os judeus disseram-lhe então: “Nem sequer cinquenta anos tens, e viste Abraão!” 58 Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, antes que Abraão existisse, eu sou”. 59 Então eles pegaram em pedras para apedrejar Jesus, mas ele escondeu-se e saiu do Templo.



É fundamental termos consciência do nosso papel ao longo do Caminho. Era necessário que as comunidades de seguidores percebessem quem era Jesus e qual a dimensão da sua Missão. O desconhecimento levaria a criação de um mito desvinculado da realidade.  O conhecimento integral é capaz de libertar e dar um novo sentido e ânimo,  para a perpetuação da Missão transformadora iniciada pelo Nazareno. E quanto a nós? O conhecemos?  Nos conhecemos? Percebemos a realidade na qual estamos inseridos? Temos uma consciência transformadora da realidade? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!


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quarta-feira, 21 de março de 2018

A verdade liberta!

Quarta-feira da 5ª Semana.


A comunidade joanina compilou a tradição a respeito da nova compreensão do sentimento de universalidade do homem e sua filiação divina. Estamos em João 8,31-42.


31 Jesus disse aos judeus que nele tinham acreditado: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, 32 e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. 33 Responderam eles: “Somos descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém. Como podes dizer: “Vós vos tornareis livres”?” 34 Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. 35 O escravo não permanece para sempre numa família, mas o filho permanece nela para sempre. 36 Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres. 37 Bem sei que sois descendentes de Abraão; no entanto, procurais matar-me, porque a minha palavra não é acolhida por vós. 38 Eu falo o que vi junto do Pai; e vós fazeis o que ouvistes do vosso pai”. 39 Eles responderam então: “Nosso pai é Abraão”. Disse-lhes Jesus: “Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão! 40 Mas agora, vós procurais matar-me, a mim, que vos falei a verdade que ouvi de Deus. Isto, Abraão não o fez. 41 Vós fazeis as obras do vosso pai”. Disseram-lhe, então: “Nós não nascemos do adultério, temos um só pai: Deus”. 42 Respondeu-lhes Jesus: “Se Deus fosse vosso Pai, certamente me amaríeis, porque de Deus é que eu saí, e vim. Não vim por mim mesmo, mas foi ele que me enviou”.



O que nos conduz no Caminho? O que nos leva em direção ao D-us Criador do Universo? O que nos firma a nova compreensão da relação do homem como o divino criado pelo Pai?  A compreensão de Abraão como pai levava a uma identidade nacional e de pertença de um povo exclusivo a D-us? O Mestre nos traz a compreensão de a humanidade inteira é obra da Criação, a filiação ao sagrado de D-us e sobre o valor de todo homem ou mulher, criaturas criadas, em relação ao Pai Criador. A verdade que liberta é a crença na igualdade, na justiça e na criatura humana. Aí encontramos a Boa-Nova! E as portas foram abertas para todos os povos! Todos são integrados nesta nova perspectiva. O Amor do Pai é inclusivo! Pensemos nas nossas ações. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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terça-feira, 20 de março de 2018

Aquele que me enviou está comigo.

Terça-feira da 5ª Semana.


As comunidades joanina compilaram a tradição que refere a confiança do D-us que está em nosso meio e caminha conosco pela história.  Estamos em João 8,21-30.


21 “Eu parto, e vós me procurareis, mas morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou, vós não podeis ir”. 22 Os judeus comentavam: “Por acaso, vai-se matar? Pois ele diz: “Para onde eu vou, vós não podeis ir”?” 23 Jesus continuou: “Vós sois daqui debaixo, eu sou do alto. Vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo. 24 Disse-vos que morrereis nos vossos pecados, porque, se não acreditais que eu sou, morrereis nos vossos pecados”. 25 Perguntaram-lhe pois: “Quem és tu, então?” Jesus respondeu: “O que vos digo, desde o começo. 26 Tenho muitas coisas a dizer a vosso respeito, e a julgar, também. Mas aquele que me enviou é fidedigno, e o que ouvi da parte dele é o que falo para o mundo”.27 Eles não compreenderam que lhes estava falando do Pai. 28 Por isso, Jesus continuou: “Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que eu sou, e que nada faço por mim mesmo, mas apenas falo aquilo que o Pai me ensinou. 29 Aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou sozinho, porque sempre faço o que é de seu agrado”. 30 Enquanto Jesus assim falava, muitos acreditaram nele.



O nome disso é confiança que nos proporciona a certeza do Caminho, em meio às adversidades. É necessário manter a direção, o ritmo e o desejo pelo seguimento. Às vezes a realidade nos desencoraja e nos desafia. Somos tomados pelo cansaço e pela descrença no cumprimento da Missão. O Mestre busca nos encorajar a seguir adiante. As comunidades estavam cercadas pelos mais diversos desafios que colocavam em risco a continuidade, a sobrevivência da mensagem e a difusão da sua potencialidade transformadora de um mundo novo. O Caminho necessita ser construído a cada passo rumo ao infinito. A história estava apenas no início e por ser contada. A Esperança necessitava ser mantida. A comunidade busca manter vivo o sentimento de que não estão sozinhos ao longo da jornada. Ele está conosco! Sempre!  Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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segunda-feira, 19 de março de 2018

19 de março: São José, personificação da figura paterna.


O ventre de Maria gerou o Verbo,
Filho de D-us.
O amor e o afeto de José, 
que não tinha o seu sangue,
O acolheu como filho...
e formaram uma Família!
Certamente não era uma família tradicional,
para os padrões de ontem e de hoje.
Quem, ainda nos dias de hoje,
é capaz de amar e acolher como seu o filho alheio?
Acompanhou-O na infância,
embalou-O em seus braços,
sustentou-O com seu trabalho,
levou-O à escola da Sinagoga,
orientou-O nos estudos...
Na sua carpintaria, ensinou-Lhe o seu ofício
e a consciência de classe.
O nome disso é paternidade,
que muito mais que substantivo,
José transformou em ação e verbo: PATERNAR!
E foi capaz, de criar, de orientar e amar...
o Filho do Pai, o Salvador do Mundo!
As famílias são fundadas no afeto e no amor,
não apenas no sangue!
E assim foi a humana família de Jesus!
Daqui escuto o espocar dos fogos na Paróquia de São José de Casa Caiada.
Viva São José!

Foto colhida na internet. Crédito não conhecido.


José...

Segunda-feira da 5ª Semana



As comunidades rememoram a história de José, que paternou a Jesus, filho de Maria. Ele sentiu na pele a dor e a dúvida quanto ao seguimento de um Caminho que não havia escolhido para si, quando se deparou com a futura esposa já grávida. Sem dúvida uma bela história de amor e de acolhimento, que resultou na formação de uma família fora dos padrões tradicionais, unida pelos laços do afeto e da inclusão humana. Estamos em Mateus 1,16.18-21.24a.


16 Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo. 18 A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo.19 José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria em segredo. 20 Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: "José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo.  21 Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados". 24a Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado.


A grandeza do amor de José, por Maria, fez com que ele resistisse ao primeiro impulso de rejeita-la, no que decerto estaria plenamente justificado pela sociedade e pela lei vigente. As consequências para as mulheres naquelas condições eram terríveis. É certo que diante daquela sociedade machista, ele igualmente foi corajoso e contra toda a realidade adversa, assume a Maria e ao seu filho. A Luz da Graça perpassa todos os obstáculos e nos traz a Esperança. Aceitar o seguimento do Reino consiste em acolher a lógica do Amor que nos coloca em oposição à lógica humana. O Reino nos propõe novas relações sociais, a partir da transformação da realidade. O agir de José foi lastreado a partir da condição em que Maria se encontrava e naquela que Jesus estaria após o seu nascimento. A sua ação foi pensando no bem do outro. José venceu a si próprio e ao egoísmo humano, e se abriu para um projeto muito mais amplo para o bem dos semelhantes. E quanto a nós? Estamos dispostos a enfrentar as situações  difíceis, à luz do Reino ou de nossos propósitos egoístico e projetos pessoais?  Pensemos nisso.  Que a paz esteja com tod@s!

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domingo, 18 de março de 2018

Ter consciência da Missão.

Domingo da 5ª Semana.


A comunidade joanina recorda a importância de se ter consciência da Missão e de cultivar a Esperança em tempos difíceis. Estamos em João 12,20-33.


20 havia alguns gregos entre os que tinham subido a Jerusalém, para adorar durante a festa. 21 Aproximaram-se de Filipe, que era de Betsaida da Galiléia, e disseram: “Senhor, gostaríamos de ver Jesus”. 22 Filipe combinou com André, e os dois foram falar com Jesus. 23 Jesus respondeu-lhes: “Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado. 24 Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas, se morre, então produz muito fruto. 25 Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna. 26 Se alguém me quer seguir, siga-me, e onde eu estou estará também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará. 27 Agora sinto-me angustiado. E que direi? “Pai, livra-me desta hora?” Mas foi precisamente para esta hora que eu vim. 28 “Pai, glorifica o teu nome!” Então veio uma voz do céu: “Eu o glorifiquei e o glorificarei de novo!” 29 A multidão, que aí estava e ouviu, dizia que tinha sido um trovão. Outros afirmavam: “Foi um anjo que falou com ele”. 30 Jesus respondeu e disse: “Essa voz que ouvistes não foi por causa de mim, mas por causa de vós. 31 É agora o julgamento deste mundo. Agora o chefe deste mundo vai ser expulso, 32 e eu, quando for elevado da terra, atrairei todos a mim”. 33 Jesus falava assim para indicar de que morte iria morrer”.


É interessante vermos o registro de que estrangeiros, no caso os gregos, também subiam à Jerusalém nas festas, e é nesta oportunidade que buscam ao Mestre de Nazaré para falar-lhe. É importante observar que o Rabi os acolhe e lhes dispensa a sua atenção. O discurso é dirigido a tod@s os homens e mulheres de todas as nacionalidades. Não mais persiste o exclusivismo de determinado contingente ou nacionalidade. O povo de D-us é composto por todos os seres humanos. A semente que caiu na terra e morreu, irá frutificar para o bem de tod@s. A dimensão que Jesus quer demonstrar é que sua proposta consiste na inclusão humana, de todas as matizes e de todos que vivem e respiram, ao Reino de Justiça, de Paz e de Igualdade. Pensemos em nossas ações. Pensemos se assim agimos. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

Foto: Ricardo Coelho.

sábado, 17 de março de 2018

Porventura o Messias virá da Galiléia?

Sábado da 4a Semana.


A comunidade joanina registra o preconceito com o qual os seguidores do Rabi de Nazaré tiveram que lidar. O movimento de Jesus, de igual forma que o Nazareno, já estava condenado sem sequer serem ouvidos ou de saberem o que tinham feito.  Havia muitas divisões naquela sociedade, de igual forma que ainda hoje, e cada um busca acreditar no que quer ou naquilo que lhe for mais conveniente. Estamos em João 7,40-53.


40 ao ouvirem as palavras de Jesus, algumas pessoas diziam: “Este é, verdadeiramente, o Profeta”. 41 Outros diziam: “Ele é o Messias”. Mas alguns objetavam: “Porventura o Messias virá da Galiléia? 42 Não diz a Escritura que o Messias será da descendência de Davi e virá de Belém, povoado de onde era Davi?” 43 Assim, houve divisão no meio do povo por causa de Jesus. 44 Alguns queriam prendê-lo, mas ninguém pôs as mãos nele. 45 Então, os guardas do Templo voltaram para os sumos sacerdotes e os fariseus, e estes lhes perguntaram: “Por que não o trouxestes?” 46 Os guardas responderam: “Ninguém jamais falou como este homem”. 47 Então os fariseus disseram-lhes: “Também vós vos deixastes enganar? 48 Por acaso algum dos chefes ou dos fariseus acreditou nele? 49 Mas esta gente que não conhece a Lei, é maldita!” 50 Nicodemos, porém, um dos fariseus, aquele que se tinha encontrado com Jesus anteriormente, disse: 51“Será que a nossa Lei julga alguém, antes de o ouvir e saber o que ele fez?” 52 Eles responderam: “Também tu és galileu, porventura? Vai estudar e verás que da Galiléia não surge profeta”. 53 E cada um voltou para sua casa.




O texto nos fala que alguns viam Mestre como um profeta, pois não se calava diante da injustiça social vigente; outros o viam como o Messias Libertador que conduziria o povo para a vitória contra as forças romanas de ocupação. É certo, porém, que em ambas as hipóteses estes mesmos atributos lhe eram negados em razão do preconceito quanto a sua origem. Os 'doutores e mestres da Lei' fecharam os seus olhos e ouvidos, tornando-se cegos e surdos para aquela realidade. Estavam descolados do mundo real e viviam  numa "zona de conforto" que lhes garantia status social, dinheiro e poder.  Como poderiam ter a mesma percepção que os soldados, que faziam parte da massa de empobrecidos e trabalhadores assalariados que dependiam dos patrões aos quais serviam? As palavras do Rabi não lhes tocava o coração, pois na realidade vinham em prejuízo dos privilégios que os beneficiavam e do seu agir em desfavor do povo, da verdade e da justiça. As palavras do Mestre colocavam em risco toda aquela estrutura de dominação. E quanto disso não vemos hoje sob os mais diversos argumentos? E quantos não defendem o 'deus-mercado' em detrimento de uma massa de explorados e espoliados? E quantos já não defendem a privatização até das águas que constituem um bem universal? Somos responsáveis por nossas ações. Pensemos a quem servem os nossos preconceitos? Pensemos para onde nos levam as nossas ações?Pensemos nos muros que nos separam e que a quais interesses servem? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

Foto: Ricardo Coelho.