Quarta-feira da 1ª Semana.
Os textos compilados pelas primeiras comunidades relatam as experiências de vivência e de ordem prática, a refletir sobre os apelos, os conflitos e os questionamentos que lhes batiam à porta. São excertos da realidade que os fustigava e das soluções apresentadas. Estamos em Lucas 11,29-32.
29 quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. 30 Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31 No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará juntamente com os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior que Salomão. 32 No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas”.
As oportunidade nos são dadas pela vida. E quantas vezes as desperdiçamos? A realidade e o cotidiano nos indicam as situações que merecem uma reflexão a respeito da causa e do efeito. E quantas vezes nos deixamos levar ou sermos manietados por interesses, pessoas ou grupos? E quantos foram atrás do 'pato amarelo', símbolo da fraude e do engodo, hoje arrependidos? A vida propõe caminhos e soluções, estamos dispostos a percebe-los? É exatamente o que ocorria àquele tempo e, ainda, hoje se repete. O Nazareno nos apresenta um Pai, uma nova proposta de relacionamento pessoal, corporativo e social, enfim um novo mundo, sem senhores ou escravos, de pessoas livres e libertas, de justiça e de paz. E o que ocorre? A dureza de coração e insensibilidade para além de si mesmo, junta-se a incapacidade de ir ao encontro do outro, fenece diante de uma centralidade egocêntrica e xenófoba. O grande desafio das primeiras comunidades era vencer o conceito do monopólio da verdade revelada apenas a um povo, que apenas admitia àquelas tribos e seus descendentes a categoria de 'escolhidos ou eleitos' de privilegiados por D-us. O texto nos traz o exemplo do povo de Nínive e do Reino de Sabá, povos estrangeiros que aderiram à mensagem e foram acolhidos não pela nacionalidade e, sim, pela razão de terem aderido à proposta, escutado e modificado o seu pensar e o seu agir. O que nos une aos outros são as ações concretas, as condições comuns e existências nas quais nos encontramos e, por fim, a leitura que fazemos da realidade e a comunhão de valores. A disponibilidade e a compaixão são essenciais para o Caminho ao longo da Vida, constitui uma jornada concreta e histórica na imersão da humanidade e das suas necessidades. O Reino e o movimento de Jesus não é para os mortos, porém para a concretude das relações humanas. Afinal este D-us que conhecemos fez-se humano, tornou-se carne - encarnou-se - no ventre de Maria. Assumir a condição humana é o maior exemplo de que devemos fazer ao longo do Caminho. Devemos desenvolver a capacidade de lutar contra o nosso e egoísmo e egocentrismo para fortalecer a compreensão do mundo e das relações sociais a partir do outro, possibilitando acolhê-lo, integrá-lo e assumi-lo como irm@ e parceir@ no trilhar do Caminho do Reino. Note-se que a mensagem de redenção alude ao coletivo, a comunidades, cidades e povos, afastando a compreensão mesquinha do individualismo que destrói a sociedade e a sua coletividade. A mensagem é para tod@s que desejem aderir ao movimento de Jesus, espelhando-se no seu agir. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!
Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.
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