Domingo da 1ª Semana.
A comunidade de Marcos nos mostra o Caminho, enquanto processo de 'con-versão', que nos impulsiona para o deserto, prepara para a Missão e para a mudança necessária. Jesus é modelo para os seguidores do Caminho. Estamos em Marcos 1,12-15.
12 o Espírito levou Jesus para o deserto. 13 E ele ficou no deserto durante quarenta dias, e aí foi tentado por Satanás. Vivia entre animais selvagens, e os anjos o serviam. 14 Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galiléia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: 15 “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!”
Vemos aqui o itinerário do Espírito, preparado para o Plano Salvador de Jesus e para o Caminho daqueles que pretendem o seguimento. Jesus vai ao deserto, o povo de D-us passou pelo deserto e nós somos convidados a irmos ao deserto. É um tempo de encontro decisivo com o processo de conversão que muda as nossas vidas. O silêncio nos ajuda a ir ao deserto e aprendermos a ouvir o tempo e as pessoas; O Espírito nos guia e conduz o nosso Caminho, que nos move e impulsiona, possibilita a Graça da 'con-versão' e do encontro com a causa e adesão ao Movimento de Jesus; O deserto nos convida à oração e ao jejum (despojamento daquilo que nos impede de compartilhar a vida com os irm@s); A figura do 'Mal', figura literária, representa a divisão, a discórdia, a destruição do outro, a violência, enfim tudo o que nos leva na direção do egoísmo, da injustiça e do desrespeito da vida humana do 'espírito fratricida'; A figura do 'Mal' representa o 'reino da mentira', representado pelo engodo, pela corrupção e pelas artimanhas dos detentores do poder. Este texto representa o que temos de bom, de bem e de melhor, ao lado da luta interior com as 'feras' que habitam o coração de cada homem e mulher, nesta existência humana. Por fim, a leitura nos convida a 'Con-versão de Caminho', da oração para a ação e o agir transformador da Palavra e na Voz do Senhor que modifica a cada um de nós em profetas, propagadores da Paz, de criaturas violentas em semeadores da Justiça. A Boa-Nova é a base de tudo, a Palavra que se Carne, o Evangelho de Jesus. A conversão não é fácil e exige um processo constante de mudança na direção do Evangelho pela vida afora. Após inaugurar o mundo novo, com o mergulho (batismo por João Batista) no Jordão, oEspírito impulsiona Jesus e a nós, para o enfrentamento das nossas feras interiores. O povo de D-us, no Êxodo, fez um caminho preparatório, Jesus igualmente faz o seu Caminho, e nós somos convidados, pois o Caminho se faz ao andar. É construído a cada dia na avaliação dos erros, no perdão mútuo e na retomada em direção da Verdade e da Vida. Lutemos contra os nossos medos, os nossos fantasmas interiores, as nossas limitações. As figuras apocalípticas são descrições destas lutas de superação interior. As comunidades são iluminadas na prática do bem e da justiça. O Caminho nos mostra que o encontro com o D-us que acreditamos se faz presente na história, passa pelo cuidado e responsabilidade com os outros, próximos ou distantes, integrantes ou não da mesma comunidade, enfim o cuidado com tod@s as criaturas, sem qualquer exclusão ou preconceito, e, por último, a a forma pela qual respondemos a este Amor de D-us por nós e pela humanidade. A conversão pressupõe reconhecer o sinal dos tempos e direcionar o nosso agir na conformidade do agir de Jesus. O seguidor do Caminho não pode empreender a jornada em companhia do egoísmo, da violência, da mentira, das artimanhas do poder e da espoliação do outro, do empobrecido ou de qualquer ser humano. O seguidor do Caminho anda na confiança, na Esperança, na construção de um mundo mais justo, igual e fraterno, um mundo novo de justiça e paz. Caminhemos nesta Quaresma em direção à Páscoa do Senhor! Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s.
Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.
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