Sábado da 4ª Semana.
A comunidade de Marcos rememora a partir da tradição, a ação e a compaixão de Jesus pelos pobres e sofredores, as ovelhas sem pastor. Estamos em Marcos 6,30-34.
30 os apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram tudo o que haviam feito e ensinado. 31 Ele lhes disse: “Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco”. Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo que não tinham tempo nem para comer. 32 Então foram sozinhos, de barco, para um lugar deserto e afastado. 33 Muitos os viram partir e reconheceram que eram eles. Saindo de todas as cidades, correram a pé e chegaram lá antes deles. 34 Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas.
Os primeiros seguidores voltaram da missão. Encontram o Mestre que os alerta para a necessidade de descansar e de recuperar as forças, de parar e de refletir, de contemplar a ação. No nosso cotidiano buscamos um ativismo desenfreado: trabalhamos, mergulhamos nas redes sociais, assistimos telejornais e, em seguida, 'assistimos as novelas'. parecemos autômatos ou papagaios que reproduzem o senso-comum sem qualquer reflexão. Esquecemos ou não encontramos espaço para viver a vida real com as pessoas humanas. As relações sociais se tornaram virtuais ou televisivas. No texto antecedente Jesus pergunta a Pedro, a Filipe e a Bartolomeu como tinha sido a missão e eles vão narrando os acontecimentos e o que fizeram. Quantos espaços de conversa existem atualmente nas famílias, nas corporações e na sociedade para a troca de experiência, para as narrativas e para o aprendizado a partir da troca de saberes? Aprendizado é isto: uma troca de saberes e de experiencias de vida. O nosso povo é esquecido, sem consciência política e social em razão de não contarmos ou de não conhecermos a nossa história. Esquecemos com muita facilidade o que fizeram as autoridades corruptas. A cada eleição se apresentam como ovelhas em pele de cordeiro e não buscamos indagar o que fizeram nos anos anteriores. Quais são as pessoas que admiramos ou lembramos? Os grandes jogadores de futebol? Os heróis dos desenho animados? Os dramas dos personagens das novelas? São estrelas momentâneas e o que nos deixam de ensinamentos? Uma geração sucede a outra! Temos muitas histórias bonitas em nossas comunidades e que são inspiradoras do compromisso com a transformação e a criação de uma nova realidade. A realidade é muito dura para o nosso povo. Vivemos um tempo de morte social dos pobres pelo descaso e pela ausência de políticas socais. Basta necessitarmos e vermos as filas dos hospitais, onde busca-se o socorro, o tratamento e os medicamentos que muitas vezes não encontram. O que dizer das ausências dos médicos e da inexistência de leitos nas UTI's tão noticiadas? O que dizer da violência e das guerras do tráfico nas periferias que colhem tantas vidas? Os pobres estão desorganizados e sedentos de justiça e de paz. O Mestre nos mostra a compaixão por este povo, que são ovelhas sem cuidado. Devemos reaprender a falar, a narrar e a conversar sobre os nossos problemas para buscarmos soluções. Como podemos re-pensar a nossa vida se durante o nosso cotidiano somos bombardeados por um mídia de cunho ideológico, com mensagens subliminares, que buscam nos afastar da realidade vivida e integrar-nos numa realidade 'Matrix' e manipulada politicamente? Antes disseram que tudo iria melhorar, no entanto, o preço do botijão de gás ronda os R$ 80,00; o litro da gasolina ronda os R$ 5,00; o valor do salário mínimo voltou a ser restringido; a reforma da previdência, que não é deficitária, ameaça a tod@s. E estamos anestesiados. A mídia vende a ideia de que estamos melhores. Será? Saiamos da frente da televisão, busquemos conversar pessoalmente para iluminar a nossa realidade. As redes sociais são vitimas das "fake news" (boato maldoso na rede), e todos passam a reproduzir sem um mínimo de verificação da fonte ou de comprovação da veracidade. Busquemos ver a realidade, para julgá-la e agir de acordo com a verdade, com a justiça e com a igualdade. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!
Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.
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