Sábado antes da Epifania.
A tradição das comunidades compilada por Marcos, mostra ao mundo não judaico, a filiação divina de Jesus, o reconhecimento dessa paternidade, o ato de perfilhamento direto e público pelo Pai. Há uma mensagem intrínseca nesta mensagem. Estamos em Mc 1, 7-11.
7 João Batista pregava, dizendo: "Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. 8 Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo". 9 Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galiléia, e foi batizado por João no rio Jordão. 10 E logo, ao sair da água, viu o céu se abrindo, e o Espírito, como pomba, descer sobre ele.11 E do céu veio uma voz: "Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer".
O evangelho de Marcos foi escrito em Roma, para o mundo romano, como era conhecido o Ocidente de então. O texto mostra o perfilhamento público e direto de Jesus, pelo D-us Pai Criador. Segundo o costume romano, ao "pater familias' bastava o reconhecimento público do filho e estava efetuado o ato jurídico de paternar ou assumir a responsabilidade paternal ou paternidade por aquele humano ser. Este ato de reconhecimento público, gerava direitos e deveres, tais como a obediência do filho ao pai e a proteção do pai ao filho. Os filhos do pater, os filii familias, podiam ser filh@s biológicos ou adotivos e, ainda, irm@s e sobrinhos. É interessante que Marcos coloca esta passagem após o batismo efetuado por João Batista, ao qual tod@s estavam submetidos como rito de passagem e de adesão aos valores da conversão ao Reino. Jesus igualmente passa por esse rito. A instituição romana do pater familias, mostrada por Marcos, coloca-nos sob a perspectiva da obediência e proteção de um único Pai que a tod@s recebe e acolhe pelo Amor. Torna-se mais fácil assim, às comunidades de seguidores não originárias do judaísmo, a compreensão do novo fenômeno trazido por Jesus: a paternidade de D-us em relação à toda a humildade, a escolha de D-us em relação a toda criatura criada e não apenas em relação a um povo específico. Existe como que uma analogia ao jus sanguinis que a tod@s estende a paternidade, visando dar um 'abrigo legal' aos foram nascidos pelo batismo, fora de determinado povo ou nação. Aqui encontramos mais uma concepção revolucionária da comunidade de seguidores do movimento de Jesus, a universalidade que coloca na filiação ao alcance de tod@s! Pensemos na responsabilidade de nos considerarmos 'filhos do mesmo Pai'. Esta concepção a tod@s responsabiliza e compromete na condição de irm@s. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!
Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário