Sexta-feira da 2ª Semana.
A comunidade de Marcos rememora a escolha dos doze primeiros seguidores. Há relatos, em Lc 10,1, que os seguidores chegaram a setenta e dois. A tradição reflete que doze foram escolhidos para que ficassem com Ele. Estamos em Marcos 3,13-19.
13 Jesus subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram até ele. 14 Então Jesus designou Doze, para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar, 15 com autoridade para expulsar os demônios. 16 Designou, pois, os Doze: Simão, a quem deu o nome de Pedro; 17 Tiago e João, filhos de Zebedeu, aos quais deu o nome de Boanerges, que quer dizer "Filhos do trovão"; 18 André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o cananeu, 19 e Judas Iscariotes, aquele que depois o traiu.
A tradição ressalta que os primeiros seguidores foram escolhidos para ficar com Jesus, conviver e formar comunidade, por um lado e, por outro, levar a Boa-Nova ao povo, pregar e dar combate ao 'mal' que assolava a vida da população, através das crendices que a escravizavam, dominavam e fomentavam a dominação pelas autoridades civis e religiosas. O estilo literário coloca a figura da subida do monte ou da montanha, tal qual Moisés (Ex 24,12). Esta subida representa a ascensão a um novo patamar, um crescimento, uma evolução. É estar mais próximo de D-us, do Reino e da Vontade do Pai, em linguagem figurada. É o sair da condição anterior para atingir um novo limite da experiência humana e encontrar a divindade encarnada na nossa realidade. A escolha dos doze primeiros seguidores estabelece um núcleo mais estável, que propicia a formação de uma comunidade de Vida. A prática torna-se o primado da mensagem de Jesus, pois o falar e o agir constituía uma unidade indissolúvel na pedagogia do Carpinteiro. Nada melhor que a partilha da Vida em comunidade para experienciar a concretude do Reino que constitui um projeto de transformação da realidade vivida. Não podemos esquecer que a escolha dos doze seguidores, traz às comunidades a sucessão das doze tribos de Israel. Agora a Nova Aliança é fundada em comunidade de adesão à vontade do Pai e disposição para a construção do Reino. Tod@s são bem-vindos! A origem, os laços de sangue e a condição social não mais tem importância. Assim nasceu a primeira comunidade do Novo Tempo, do Novo Testamento. A comunidade formada em torno de Jesus tem a característica de ser uma escola do Projeto do Reino; ser missionária, pois não é fechada em si, indo ao encontro dos humanos em qualquer lugar ou situação; e, por fim viver em meio aos pobres da periférica Galiléia, portando inserida no mundo e nas contradições da existência humana. Os nomes dos seguidores em sua maioria estão dentro da tradição judaica dos patriarcas, exceto Filipe que é um nome grego, portanto estrangeiro. A Boa-Nova não mais poderia estar restrita a um povo. A humanidade era, agora, convidada para a Nova Aliança. Somos capazes de acolher e formar comunidade? Como nos portamos em relação aos nossos humanos semelhantes e seres criados? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!
Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.
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