sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Sabeis interpretar o tempo presente?

Sexta-feira da 29ª Semana.


A leitura de hoje, nos recorda a necessidade de estarmos atentos às adversidades conjunturais do tempo presente. A preocupação contida no discurso colocado, nos dá a exata dimensão da inquietação das comunidades com a realidade na qual estavam inseridas. Estamos em Lc 12,54-59:

54 Jesus dizia às multidões: 'Quando vedes uma nuvem vinda do ocidente, logo dizeis que vem chuva. E assim acontece.  55  Quando sentis soprar o vento do sul, logo dizeis que vai fazer calor. E assim acontece. 56 Hipócritas! Vós sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu. Como é que não sabeis interpretar o tempo presente? 57 Por que não julgais por vós mesmos o que é justo? 58 Quando, pois, tu vais com o teu adversário apresentar-te diante do magistrado, procura resolver o caso com ele enquanto estais a caminho. Senão ele te levará ao juiz, o juiz te entregará ao guarda, e o guarda te jogará na cadeia. 59 Eu te digo: daí tu não sairás, enquanto não pagares o último centavo.'


As comunidades eram acossadas por perigos reais e imediatos. Pelo que lemos do texto, existiria uma discordância básica quanto ao enfrentamento dos desafios: o primeiro, numa postura alienada da realidade, buscava olhar para 'cima' e aguardar que tudo fosse resolvido pelo 'céu' e que o 'arrebatamento' com a volta do 'Cristo', tudo solucionaria; o segundo, numa postura inserida na realidade, busca a análise e  a percepção das correlações de forças, para a solução dos conflitos, com base na Justiça. Esta última parece ter sido a mais lógica, tanto assim que restou registrada na memória a partir das reflexões das comunidades. O olhar para o entorno é básico na convivência humana.  As mais diversas situações requeriam uma resposta das comunidades, pois diziam respeito ao cotidiano das relações sociais. Estas situações colocavam em risco os direitos do ser humano, tais como viver, con-viver e existir, com a dignidade, o respeito e a satisfação das necessidades básicas. Pensemos na Defesa dos Direitos Humanos. Pensemos na Defesa dos Direitos Socais e do Trabalho. Pensemos na Defesa do Meio Ambiente. Pensemos na Defesa dos direitos Civis da População e das Minorias. Pensemos que nada do que é humano poderá ser alheio, estranho ou ignorado pelas comunidades. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Uma verdade incômoda...

Quinta-feira da 29ª Semana.


Trilhando os textos compilados, nos deparamos com uma das dificuldades vividas pelas primeiras comunidades: a constatação de uma realidade incômoda. A prática dos ensinamentos do Carpinteiro, em razão de opor-se à  injustiça, não permitia aos seguidores que fossem cúmplices ou que compactuassem com as situações que negavam a possibilidade da vida-compartilhada, do direito à vida-plena e da dignidade da humana-vida. O Reino não permitia aos seguidores que fechassem os olhos e buscassem a alienação em relação a humana-realidade na qual estavam inseridos. Estamos em Lc 12,49-53:


49 "Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso! 50 Devo receber um batismo, e como estou ansioso até que isto se cumpra! 51 Vós pensais que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer a divisão. 52 Pois, daqui em diante, numa família de cinco pessoas, três ficarão divididas contra duas e duas contra três; 53 ficarão divididos: o pai contra o filho e o filho contra o pai; a mãe contra a filha e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora e a nora contra a sogra".


Com o passar do tempo, as mesmas dificuldades vividas por Jesus, passaram a fazer parte da Vida dos seguidores. O Caminho não é fácil para aqueles que se propõem a viver a fidelidade ao Reino. A utopia buscada pelos seguidores não é uma realidade estática, ao revés, é  dinâmica como a própria Vida  que busca a evolução. O nascimento e o crescimento, por vezes pressupõem desafios à convivência humana. Os seguidores, logo descobriram que não teriam uma "paz dos cemitérios" ou "de costas" para a dureza e crueza da realidade vivida pelo resto da humanidade.  A capacidade de aceitar os desafios que impedem o  crescimento e a propagação dos valores do Reino, logo foram percebidos pelas comunidades e tornaram-se um conflito presente no cotidiano. Reflitamos a respeito das nossas vidas e do que nos propõe o Reino. Perguntemos sempre o que Jesus faria diante das situações do cotidiano? Como se comportaria? A resposta a estas perguntas passaram a nortear o Caminho dos primeiros seguidores e dos demais ao longo da história. Certamente, também irá guiar-nos a tod@s no tempo que se chama hoje. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Sejamos fiéis...

Quarta-feira da 29ª Semana.



A tradição, mais uma vez, registra a inquietação das primeiras comunidades com a concretização das promessas do Reino.  Esperavam que viesse dos Céus, pois na Terra estavam a cumprir o papel  e o Caminho que lhes havia sido  apontado pelos ensinamentos do Nazareno.  Note-se que estas comunidades não tiveram um contato direto com Jesus, apenas registraram a memória oral daquilo que lhes fora passado. Estamos falando de Lc 12,39-48:

39 "Ficai certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que arrombasse a sua casa. 40 Vós também ficai preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes". 41 Então Pedro disse: "Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos?" 42 E o Senhor respondeu: "Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor vai colocar à frente do pessoal de sua casa para dar comida a todos na hora certa? 43 Feliz o empregado que o patrão, ao chegar, encontrar agindo assim! 44 Em verdade eu vos digo: o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. 45 Porém, se aquele empregado pensar: “Meu patrão está demorando", e começar a espancar os criados e as criadas, e a comer, a beber e a embriagar-se, 46 o senhor daquele empregado chegará num dia inesperado e numa hora imprevista, ele o partirá ao meio e o fará participar do destino dos infiéis. 47 Aquele empregado que, conhecendo a vontade do senhor, nada preparou, nem agiu conforme a sua vontade, será chicoteado muitas vezes. 48 Porém, o empregado que não conhecia essa vontade e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!".


É patente a inquietação das primeiras comunidades com a demora na concretização do Reino.  Era urgente uma melhor compreensão daquilo que fora objeto da mensagem de libertação.  E agora, o que fazer? Haveria algum sentido? Seriam recompensados? Afinal de contas de que adiantaria as renúncias em prol da comunidade? A partilha de bens?  E o pior é que passou-se a valorizar o sacrifício e o sofrimento como forma de redenção. Percebe-se nas entrelinhas as críticas àqueles que investidos de mais responsabilidade, abusavam da autoridade conferida sobre a comunidade. Há uma preocupação muito grande com a concretização das promessas do Reino e a transformação da realidade e que ainda persiste nos dias de hoje. É na construção de uma nova realidade que podemos perceber os sinais do Reino.  Depende de nós e da nossa fidelidade aos ensinamentos. O Reino e os seus efeitos práticos, certamente não cairão dos céus como um "pacote", um "embrulho" ou uma "prenda", pronta para consumo ao ser aberta. A construção do Reino é exigente e depende da nossa fidelidade àquilo que nos foi confiado. Na Palavra que se fez Carne, está embutida uma escolha pela humanidade e pelo ser humano. O humano criado deve buscar a semelhança ao Criador. E, a partir daí, evoluir para a perfeição. Reflitamos a respeito das nossas expectativas a respeito da mensagem do Reino que nos foi confiada e da sua compreensão na nossa realidade. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

(Nilson)



 Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Estejamos atentos...

Terça-feira da 29ª Semana.


As comunidades começavam a ficar ansiosas com o tempo que passava e continuavam a aguardar o retorno D'Aquele que iria resgatá-los. A compreensão da mensagem propagada a respeito de Jesus e  do Reino, necessitavam ser melhor  construídas e apreendidas pelos seguidores. Era indispensável manter a Esperança viva em meio às adversidades. A conjuntura política e social não era fácil, tornando-se cada vez mais explosiva e culminando com a destruição do Templo e a Diáspora em 70 dC, além no próprio Império onde eram perseguidos.  Os seguidores não estavam alheios a esta situação. Estamos em Lc 12,35-38:


35 Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas. 36 Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrirem, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater. 37 Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade, eu vos digo: Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá. 38 E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão, se assim os encontrar!


O grande desafio para o Caminho é encontrar e manter a Esperança em meio à jornada da Vida. A comunhão de vontades para a construção do Bem e da sua correlação com os grupos e a sociedade, constitui uma busca incessante da Justiça e da Paz. Este trilhar é exigente e necessita de uma constante vigilância, pois não será palmilhado com belas palavras e gestos teatrais, porém com a prática insistente do Bem, por menor e mais escondido que seja, no cotidiano das nossas Vidas. O pensar o Bem constitui o primeiro passo para a sua materialização no mundo dos viventes e a transformação da realidade.  Falar o Bem, numa segunda etapa, precisa da coragem para revelá-lo ao mundo e enfrentar as distorções da realidade. A terceira, e última etapa,  que é a mais desafiadora, consiste na prática, que pressupõe a desinstalação e a superação do egoísmo para ir ao encontro do outro, através da ação e das obras. O agir no mundo é exigente e requer um desprendimento em favor do coletivo. Não é fácil, pois o paradigma proposto é o do próprio Cristo que encontrou a Cruz! O desafio para os seguidores é imenso, a história que o diga. Pensemos nisso. Reflitamos a respeito do superação do egoísmo nosso a cada dia e tenhamos a coragem de agir em prol de um novo mundo mais conforme ao Reino, proposto por Jesus. Que a paz esteja com tod@s!

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segunda-feira, 22 de outubro de 2018

A vida não consiste na abundância de bens.

Segunda-feira da 29ª Semana.


A tradição registra as reflexões a respeito da acumulação de bens e as suas consequências para a comunidade, a partir das experiências com as conversões que passaram a integrar o Caminho. Estamos em Lc 12,13-21:


13 alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: "Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo". 14 Jesus respondeu: "Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos bens?" 15 E disse-lhes: "Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens".16 E contou-lhes uma parábola: "A terra de um homem rico deu uma grande colheita. 17 Ele pensava consigo mesmo: 'Que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita'. 18 Então resolveu: 'Já sei o que vou fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir maiores; neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. 19 Então poderei dizer a mim mesmo: Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!' 20 Mas Deus lhe disse: 'Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?' 21 Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus".

A interpelação da pessoa que reconhecia a sapiência e a liderança de Jesus, se dirige a Ele, para resolver uma contenda relativa ao patrimônio herdado. Vê-se da resposta do Nazareno, um posicionamento a respeito da acumulação de bens: "Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos bens?" Passa então a adverti-lo contra a ganância. Recordo que no mais das vezes que ao transitarmos pelas ruas lemos em adesivos: "Propriedade do Senhor Jesus" ou "Presente de D-us". No entanto ao final do texto é feito um questionamento que a tod@s concita, ontem ou hoje, a partir a seguinte pergunta: E para quem ficará o que tu acumulaste? A questão lança um novo olhar sobre a relação com D-us, que o recoloca num âmbito diametralmente oposto a Mensagem de Jesus.  D-us virou um dispensador de bens materiais? D-us virou um empresário? D-us passou a "agradar" as pessoas com benesses? D-us foi tomado pelo "capital"? Lembro-me de um antigo canto das comunidades:  Pensou que estava seguro/Na mesma noite morreu/Levaram só ele à cova/ficou tudo o que era seu. Reflitamos a respeito das nossas práticas. São egoístas?  E aquilo que o Pai quer para nós? O que de fato pedimos ou semeamos? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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domingo, 21 de outubro de 2018

Novos valores.

Domingo da 29ª Semana.


As ambições humanas e as disputas pelos primeiros lugares estão representadas no texto de hoje. As comunidades de seguidores tiveram que lidar com isso ao longo da história. Estamos em Marcos 10,35-45.

Naquele tempo, 35 Tiago e João, filhos de Zebedeu, foram a Jesus e lhe disseram: "Mestre, queremos que faças por nós o que vamos pedir". 36 Ele perguntou: "O que quereis que eu vos faça?"37 Eles responderam: "Deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda, quando estiveres na tua glória!"38 Jesus então lhes disse: "Vós não sabeis o que pedis. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? Podeis ser batizados com o batismo com que vou ser batizado?"39 Eles responderam: "Podemos". E ele lhes disse: "Vós bebereis o cálice que eu devo beber, e sereis batizados com o batismo com que eu devo ser batizado. 40 Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. É para aqueles a quem foi reservado". 41 Quando os outros dez discípulos ouviram isso, indignaram-se com Tiago e João. 42 Jesus os chamou e disse: "Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. 43 Mas, entre vós, não deve ser assim; quem quiser ser grande, seja vosso servo; 44 e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos. 45 Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos".

O que buscam as pessoas ao longo da sua existência? O que as motivam e impulsionam? O que dá sentido e satisfação às nossas vidas? Sejamos honestos conosco e façamos uma análise do nosso agir para termos consciência aonde pretendemos chegar com as nossas ações. A compreensão motivacional da nossa intervenção no mundo requer uma clareza de objetivos. A Vida nos propõe caminhos, porém caberá a nós as escolhas e responsabilidade em  arcar com as consequências. Existe uma lei de causa e efeito que mantém um equilíbrio no universo. A pergunta do Carpinteiro poderia ser colocada hoje à qualquer pessoa,  da seguinte maneira:  O que você pretende com o seguimento do Caminho? O que você busca? Quais são os seus interesses pessoais? Poder? Destaque? Fortuna? E assim, existiriam mil perguntas a serem feitas. E, ainda é certo que as nossas respostas apresentariam mil justificativas em defesa daquilo que almejamos. Aqui não vale a cultura dos que pretendem "tirar vantagem em tudo", "da farinha pouca, meu pirão primeiro" ou do famoso "jeitinho brasileiro". A resposta é clara e inverte os valores vigentes numa sociedade desvirtuada pela ambição do lucro,  do capital, da concorrência, do destaque e da ascensão social.  Quer ser grande?  Seja pequeno! Quer ser o primeiro? Seja o último! Quer ser o senhor? Seja o servidor! O Reino não busca o modelo estabelecido pelas sociedades. O Reino busca a transformação da realidade em novos critérios de Amor, de Justiça, de Paz e de Igualdade. Pensemos nos nossos valores. Pensemos nas nossas ações. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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sábado, 20 de outubro de 2018

Qual testemunho?

Sábado da 28ª Semana.


As primeiras comunidades de seguidores refletiram bastante a respeito do que é dar um testemunho. Eram pessoas simples, excluídas e temerosas das situações nas quais poderiam ser expostas. É nesta conjuntura que encontramos o texto em Lucas 12,8-12:

8 Todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, o Filho do Homem também dará testemunho dele diante dos anjos de Deus. 9 Mas aquele que me renegar diante dos homens, será negado diante dos anjos de Deus. 10 Todo aquele que disser alguma coisa contra o Filho do Homem será perdoado. Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo não será perdoado. 11 Quando vos conduzirem diante das sinagogas, magistrados e autoridades, não fiqueis preocupados como ou com que vos defendereis, ou com o que direis. 12 Pois nessa hora o Espírito Santo vos ensinará o que deveis dizer.'


Como enfrentariam as sinagogas, magistrados e autoridades? Certamente, não seria com discursos teóricos, exclusão, discriminação, perseguição, ameaça, suborno, eloquência, gritos, ascensão social, enriquecimento ou intimidação, muito menos usando o nome D'Ele em vão ou clamando a torto e a direito: Senhor! Senhor! Ao revés, a prática da justiça, da paz e da igualdade, falaria por eles. Não é o discurso de ódio e de força, que Jesus legou; porém a prática do amor, da verdade, da perfilhação de D-us, da acolhida e da dignidade humana. D-us não quer escravos, seres submissos ou medrosos. D-us nos fez para a liberdade, de cabeça erguida para a sociedade e para o Reino, construído por tod@s, com bem-estar, felicidade e necessidades básicas garantidas, já aqui no mundo! Pesemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Não tenhais medo.

Sexta-Feira da 28ª Semana.


A narrativa nos deixa entrever o crescimento do movimento de Jesus, quando 'milhares' passaram a buscar N'Ele a Esperança necessária para enfrentamento das adversidades. Estamos em Lc 12,1-7:

Naquele tempo, milhares de pessoas se reuniram, a ponto de uns pisarem os outros. Jesus começou a falar, primeiro a seus discípulos: “Tomai cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não há nada de oculto que não venha a ser conhecido.Portanto, tudo o que tiverdes dito na escuridão, será ouvido à luz do dia; e o que tiverdes pronunciado ao pé do ouvido, no quarto, será proclamado sobre os telhados.Pois bem, meus amigos, eu vos digo: não tenhais medo daqueles que matam o corpo, não podendo fazer mais do que isto. Vou mostrar-vos a quem deveis temer: temei aquele que, depois de tirar a vida, tem o poder de lançar-vos no inferno.Sim, eu vos digo, a este temei. Não se vendem cinco pardais por uma pequena quantia? No entanto, nenhum deles é esquecido por Deus. Até mesmo os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais”.

O discurso do Nazareno atraía as multidões, em razão de falar-lhes a respeito dos acontecimentos do cotidiano e daquilo que os atormentava. Não era dirigido ao céu ou com palavras desperdiçadas ao vento. Emergia, sim, da motivação em demostrar que a vida poderia der diferente. As dores e as esperanças, as alegrias e as tristezas do povo também eram as Suas. Nada do que fosse humano  era causa de indiferença. Alerta para o "fermento" dos fariseus e a sua hipocrisia, que criavam "doutrinas" de entorpecimento e alienação da realidade que serviam apenas à dominação; falava das tramas, dos acordos, dos pactos e das articulações dos poderosos que eram feitas às escondidas, porém viriam a ser descobertos; e, ainda, dizia que tudo aquilo que era "cochichado" ao pé do ouvido, por medo, seria dado publicidade em face de ser fato e de ser verdadeiro. Exorta o povo a não ter medo! O reverso do medo é a coragem!  O medo congela a Vida, paralisando-a, dissecando-a e desintegrando-a. Não existia razão que justificasse o medo e o seu poder de dominação. A nossa força vem da certeza de que temos um valor inestimável, pois o sagrado em nós habita e somos parte do Amor do Pai. Não somos esquecidos,  nunca! Excluídos, jamais! O Pai nos move na Esperança, que luta pela Justiça, Paz e Igualdade, no aqui e no agora das nossas vidas e relações sociais. O mundo novo é possível,  apesar de todas as forças que tentam sufocar o Reino, aqui na Terra. O Reino não  pode ser postergado, pois dá sentido à existência humana. A Misericórdia do Pai e a Felicidade de sermos seus filhos é o que nos dignifica e nos leva a enfrentar tudo aquilo que obsta o Caminho. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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quinta-feira, 18 de outubro de 2018

O Reino de D-us está próximo de vós.

Quarta-feira  da 28ª Semana.
Festa de São Lucas, Evangelista.


A tradição guardou a memória das recomendações aos seguidores a respeito do que levar para a jornada e o que deveria ser valorizado ao longo do Caminho, em Lucas 10,1-9:

Naquele tempo o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. E dizia-lhes: "A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: 'A paz esteja nesta casa!' Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa. Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: 'o Reino de Deus está próximo de vós'".

Quantos de nós pensamos a respeito da proximidade do Reino? A reflexão no mais das vezes, leva para uma dimensão temporal. Ao percebermos os sinais que são dados a partir da solidariedade, constatamos que a proximidade de que se fala, é a do tempo atual e da comunidade na qual as ações são desenvolvidas. A mudança é que provoca a transformação da realidade em uma nova dimensão, porém dentro do mesmo espaço de convivência e de relações familiares e sociais. A percepção de um momento novo, de Graça, Benção e Perdão; a cura de tod@s os males a partir de uma modificação comportamental que se abre para o outro, um sair de si e ir ao encontro, para além do egoísmo existe, numa abertura para o dom do Amor. E, tudo isso, não no campo teórico, porém a partir da prática. A constatação da-se na prática e no chão da nossa realidade de vida. Um novo mundo é possível: já, aqui é agora. Basta querermos. Depende de nós. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Não à hipocrisia!

Quarta-feira da 28ª Semana.



Diante da síntese compilada pela tradição das primeiras comunidades, certamente este trecho causou perplexidade, esperança e alento na luta ao longo do Caminho. Estamos em Lucas 11,42-46. O lugar da mensagem é o local da denúncia. Não há uma dissociação da realidade. O Carpinteiro, neste cenário fala às multidões e ao círculo de seguidores mais próximos. Não há meias palavras, o Mestre "põe o dedo" na ferida exposta e conscientiza o povo em relação a hegemonia da elite dominante, a qual busca manter o povo escravizado com os seus pesados fardos "legislativos" e interpretações esdrúxulas que apenas beneficiam a uma horda de privilegiados, em detrimento da coletividade e da igualdade de direitos. Não é à toa que o discurso de Jesus é bastante enfático e não deixa dúvidas quanto à situação posta, constitui um anúncio-denúncia com potencial bastante explosivo, por ser carregado de verdade, reconhecendo a autoridade estabelecida e condenando as suas práticas eivadas de descaminhos:

Naquele tempo, disse o Senhor: 42 "Ai de vós, fariseus, porque pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as outras ervas, mas deixais de lado a justiça e o amor de Deus. Vós deveríeis praticar isso, sem deixar de lado aquilo. 43 Ai de vós, fariseus, porque gostais do lugar de honra nas sinagogas, e de serdes cumprimentados nas praças públicas. 44 Ai de vós, porque sois como túmulos que não se vêem, sobre os quais os homens andam sem saber". 45 Um mestre da Lei tomou a palavra e disse: "Mestre, falando assim, insultas-nos também a nós!" 46 Jesus respondeu: "Ai de vós também, mestres da Lei, porque colocais sobre os homens cargas insuportáveis, e vós mesmos não tocais nessas cargas, nem com um só dedo". 

Alguma semelhança com a atuação de alguns grupos em nossos dias, verdadeiras "organizações criminosas"? Pensemos! Olhemos ao nosso derredor! Quantos estão denunciados à Justiça! Embalados pelo egoísmo e ambição, levam milhões ao desespero, a fome e a miséria. Sequestrando os direitos fundamentais do povo a educação, a saúde e a moradia. O povo passa fome!!! É o que voltamos a ver no nosso cotidiano com o corte nos programas sociais e o aumento de moradores de rua. Até quando Senhor os poderosos escarnecerão de Vós, através do vosso povo?  Verdadeiras fortunas, em impostos que somam vultosas dívidas, são perdoadas aos ricos e poderosos, enquanto até o salário mínimo, que é ínfimo e não garante as necessidades básicas de sobrevivência, é reduzido. Por qual razão é mais "fácil" tirar dos pobres e despossuídos? Dívidas milionárias não são cobradas aos poderosos e a previdência social é reduzida cada vez mais em todos os  seus benefícios. Economizam às custas dos empobrecidos. A aposentadoria se torna um sonho inatingível para os pobres, para os quais há a necessidade de trabalhar pesado desde a mais tenra idade e não conseguem atingir o limite mínimo de idade para a concessão do benefício; morrem antes ou lá chegam com muita dificuldade e desde há muito sem forças para o desempenho das suas atividades,  que são bastantes pesadas. Aqueles que sucateiam a educação pública, mantêm seus filhos nas escolas privadas e caras destinadas à elite. Aqueles que administram o sistema de saúde, não o utilizam, buscando os seguros e planos de saúde, além de tratamento de médicos e hospitais particulares. Aqueles que fixam o quantum do salário mínimo, não vivem com estes valores, ao contrário, recebem, trinta ou quarenta vezes mais, criando um imenso fosso entre eles e os pobres. Aqueles que se refestelam nos banquetes,  não conhecem os parcos alimentos que chegam à mesa dos pobres e nunca sentiram o espectro da fome e da subnutrição. Aqueles que moram em mansões, verdadeiros palácios, sequer imaginam as agruras pelas quais passam os moradores de rua, de favelas ou de palafitas. O lidar com estas injustiças é o cerne do discurso de Jesus. O Reino representa a luta pela Justiça e Igualdade para tod@s; a Esperança que alimenta os embates pela mudança da realidade; a utopia de que um mundo novo é possível a partir do aqui e do agora. Jesus não fecha os olhos com a situação de injusta e hipocrisia na qual a sociedade está mergulhada. Ele a confronta, não a partir de uma pregação pseudo-moralista, porém da denúncia das injustiças e do anúncio da possibilidade de mudança dessa realidade em conformidade com os valores do Reino: Paz como fruto da Justiça e, a partir daí,  a Igualdade de filhos do Pai Criador. O discurso é bastante claro e não deixa dúvidas ou espaço para tergiversações. E quanto a nós? Como nos colocamos diante da nossa realidade? Como nos posicionamos? Como nos portamos? Qual a nossa prática?  Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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terça-feira, 16 de outubro de 2018

Basta às aparências!

Terça-feira da 28ª Semana.

A tradição mais uma vez guarda a lição das comunidades a partir dos embates com os fariseus. O relato encontra-se em Lc 11,37-41:

Naquele tempo, 37 enquanto Jesus falava, um fariseu convidou-o para jantar com ele. Jesus entrou e pôs-se à mesa. 38 O fariseu ficou admirado ao ver que Jesus não tivesse lavado as mãos antes da refeição. 39 O Senhor disse ao fariseu: "Vós fariseus, limpais o copo e o prato por fora, mas o vosso interior está cheio de roubos e maldades. 40 Insensatos! Aquele que fez o exterior não fez também o interior? 41 Antes, dai esmola do que vós possuís e tudo ficará puro para vós". 


Este é o  embate fundamental entre a misericórdia do Pai que sustenta a fragilidade humana e ajuda a sermos testemunhas de Jesus Cristo, em meio a uma realidade tão adversa. O anúncio-denúncia do Nazareno atinge em cheio aqueles que traem o cerne da mensagem que é a justiça e a paz, buscando "limpar" o exterior a partir de uma "falsa moral", baseada no engodo e na mentira enquanto sujeitam o povo a uma ordem das coisas, que gera pobreza para as famílias e para a sociedade.  Chamam a atenção, por fora, sempre estão bem vestidos e de fala mansa, por dentro cheios de corrupção e deslealdade com o bem-comum. De que adiantam as aparências, se a prática é a de restringir e negar os direitos? É a marcha da insensatez! O bem mais precioso de uma nação é o seu povo; de um estado é o cidadão.  Ninguém pode ser ou sentir-se excluído  do Amor e da atenção do Pai! Reflitamos a respeito das nossas ações e escolhas. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

'Con-versão' ao Caminho

Segunda-feira da 28ª Semana.

A leitura de hoje nos reporta àqueles momentos difíceis que são comuns na nossa jornada. O Caminho, está inserido na realidade das relações humanas, e justamente por isso, há momentos de cansaço, desertos e decepções. A tradição compilada em  Lc 11,29-32, recorda estas etapas e busca animar os seguidores.

Naquele tempo, 29 quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas.
30 Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31 No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará juntamente com os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior que Salomão.32 No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas”. 


Vê-se a dificuldade pela qual passava o Mestre naquele momento, colocando a comunidade em sua boca um discurso que busca rebater a descrença e a rejeição ao Caminho para o Reino. É sabido que as dificuldades eram muitas nos primeiros tempos, razão pela qual é lembrada a história de Jonas e da Rainha do Sabá. Jonas converteu os ninivitas e a Rainha de Sabá vinha buscar em Salomão a sabedoria necessária para trilhar os caminhos da justiça e da paz para o seu povo. A indagação do Nazareno é desconcertante, porém igualmente é sabido que naquele momento a sua prática era questionada, justamente por mostrar-se contrária à hipocrisia e à desfaçatez da postura estabelecida e acomodada  das autoridades em relação ao status quo da sociedade de então. Lógico, que qualquer pregação que viessem de encontro aos interesses dominantes, colocaria o Carpinteiro no campo oposto. Ainda, mais, quando a sua Palavra era composta pela sua prática. Em Jesus não havia uma dicotomia, Ele era a Palavra que se fez Carne, para modificar a realidade. O mundo não constituía mais uma teoria pensada, passara a uma prática vivida e diferenciadora nas relações humanas. A maior dificuldade estava na 'con-versão' ao Caminho que indicava uma clara mudança de rumo e de direção na Vida, a partir das ações e não de uma tese. É, a partir daí, que o incomodo se estabelece, a inquietação cresce e  a compreensão da realidade passa por uma mudança radical. Já imaginaram um "zé-ninguém", do povo, chegar diante das autoridades de então, dizer, pregar e convencer, que ela (autoridade) não era maior ou melhor que Ele? Que pelo contrário, estava carregado pela responsabilidade e que em razão disso seria cobrado? Que o poder legitima-se enquanto serviço que se presta ao povo, ao coletivo e ao bem-comum? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

Crédito da imagem: Samuel Osmari.

domingo, 14 de outubro de 2018

O caminho é o desapego.

Domingo da 28ª Semana.



A comunidade de seguidores compilou a tradição a partir da experiência com a transmissão dos ensinamentos do Mestre de Nazaré. A questão primordial estava relacionada ao fato de que não havia um preceito escrito, como uma lista de leis, ritos e formalidades a serem seguidas. As formas exteriores não mais eram relevantes. Estamos em Marcos 10,17-30.

Naquele tempo, 17 quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém correndo, ajoelhou-se diante dele e perguntou: "Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?"
18 Jesus disse: "Por que me chamas de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. 19 Tu conheces os mandamentos: não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não prejudicarás ninguém; honra teu pai e tua mãe!"
20 Ele respondeu: "Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude".
21 Jesus olhou para ele com amor, e disse: "Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!"
22 Mas quando ele ouviu isso, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico.
23 Jesus então olhou ao redor e disse aos discípulos: "Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!"
24 Os discípulos se admiravam com estas palavras, mas ele disse de novo: "Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! 25 É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!"
26 Eles ficaram muito espantados ao ouvirem isso, e perguntavam uns aos outros: "Então, quem pode ser salvo?"
27 Jesus olhou para eles e disse: "Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível".
28 Pedro então começou a dizer-lhe: "Eis que nós deixamos tudo e te seguimos".
29 Respondeu Jesus: "Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, 30 receberá cem vezes mais agora, durante esta vida casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições e, no mundo futuro, a vida eterna".


A situação está muito bem descrita no caso do jovem rico que se sentia piedoso por cumprir as leis mandamentais. O Mestre subverte a ordem humana de uma lógica legal e passa a questionar o sentimento que move as pessoas. A adesão ao movimento de Jesus  pressupõe escutar os seus ensinamentos, os colocar em prática e, principalmente, modificar o nosso agir. Guardar as palavras do Nazareno no coração consiste em identificar-nos com o seu jeito de viver. Jesus viveu e se entregou pelos outros. O jovem percebeu que, egoisticamente, não poderia partilhar aquilo que realmente era importante para si, a sua riqueza, dar-se totalmente e viver para os outros. Estamos dispostos a abdicar das nossos projetos egoísticos? Qual a nossa medida de doação? Até que ponto somos capazes de desapegar daquilo que nos escraviza e impede a nossa jornada? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

sábado, 13 de outubro de 2018

O primado da prática.

Sábado da 27ª Semana.



A tradição guardou em suas memórias, a necessidade do primado da prática de todos os ensinamentos que conduziriam ao Reino do Pai-Criador de tudo e de tod@s. Estamos em Lc 11,27-28. 

"27 enquanto Jesus falava, uma mulher levantou a voz no meio da multidão e lhe disse: "Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram". 28 Jesus respondeu: "Muitos mais felizes são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática".

O Caminho que leva ao Reino nada tem de utópico. É trilhado no chão da realidade humana e das relações sociais. A ânsia das mulheres e dos homens por Justiça, Paz e Igualdade é bem concreta, pois implica na satisfação as necessidades básicas para a Vida e dignidade. A mulher que gritou do meio da multidão, certamente reconhecia o valor das palavras e o profetismo do Nazareno. A sua resposta fere de morte qualquer pretensão de que a sua mensagem seja levada para o âmbito do que é desencarnado ou para a vida pós-morte. O importante não é apenas ouvir ou concordar, os ensinamentos têm de ser postos em prática. A construção e transformação da realidade, de igual modo que a Vida humana da-se no campo das ações que exprimem a apreensão e a prática dos conceitos de Justiça, de Paz e de Igualdade. A palavra solta ou proferida não tem valor algum, enquanto motor da transformação pretendida, porém se for reflexo de uma prática, aí sim terá o poder de mover as montanhas da indiferença, dos conluios das hegemonias e de tudo o que conspira para a injustiça e supressão da liberdade humana. Atravessamos tempos difíceis e faz escuro, é necessário manter a Esperança, por atos e palavras. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!


Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.


sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Fazei o que Ele vos disser.

Sexta-feira da 27ª Semana.

A tradição rememora uma festa de casamento onde a Mãe de Jesus, que estava presente junto com os primeiros seguidores, pede pelos noivos, pois estavam na iminência de passarem por uma grande vergonha e humilhação diante dos convidados, o vinho tinha acabado e a festa seguia animada. Parece bem prosaica a história, porém reveste-se de um profundo simbolismo. Estamos em Jo 2,1-11:
"1Houve um casamento em Caná da Galiléia. A mãe de Jesus estava presente. 2Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento. 3Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse:"Eles não têm mais vinho". 4"Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou." 5Sua mãe disse aos que estavam servindo: "Fazei o que ele vos disser". 6Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. 7Jesus disse aos que estavam servindo:"Enchei as talhas de água". Encheram-nas até a boca. 8Jesus disse: "Agora tirai e levai ao mestre-sala". E eles levaram. 9O mestre-sala experimentou a água, que se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água. 10O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: "Todo mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!" 11Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galiléia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele."

O relato traz a memória da devoção à Mãe de Jesus, que teve um papel na Igreja Primitiva ao lado dos familiares do Nazareno e, ainda, a reafirmação da mensagem de que o Carpinteiro trazia o vinho novo, que daria continuidade à Festa da Vida, um vinho de melhor qualidade e sabor. A partir daí as comunidades passaram à reflexão de uma nova sociedade, um  mundo novo e de uma nova humanidade. Seria este o Vinho da Justiça, da Paz, da Igualdade, da Felicidade, próprios do Reino, já na Terra dos viventes. A Vida é fundamental nas histórias compiladas pelas comunidades. E a luta contra todas as forças que atentam contra o coletivo da Vida representado no bem da humanidade. Mais uma vez, constatamos que o cerne da mensagem trazida é coletiva e nunca de cunho pessoal. No texto a "vergonha" caberia unicamente aos noivos, porém os benefícios do "vinho novo" chegaria a todos os convidados. Sem restrições ou discriminações. O "vinho novo" não estava escondido e ao alcance de alguns privilegiados, ao revés foi colocado ao alcance de tod@s. Neste dia 12 de outubro, o meu pedido à Senhora, é que peça ao seu Filho, recordando que na Festa de Casamento em Caná foi atendida, livrar o nosso país do ódio, do preconceito, da discriminação e da exclusão! Reflitamos a respeito de uma festa de casamento e, então, será possível compreender o presente que nos é dado na Festa da Vida. Pensemos na nossa vida e dádiva que recebemos. Que a paz esteja com to@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.


quinta-feira, 11 de outubro de 2018

A pedagogia de Jesus.

Quinta-feira da 27ª Semana.


O texto compilado nos fala a respeito da oração, sob o prisma da pedagogia de Jesus. A oração brota a partir da realidade e das necessidades do cotidiano. Este trecho de  Lucas 11,5-13, dá continuidade à oração do Pai Nosso, quando o Mestre ensina os seguidores a respeito do cuidado de D-uspara conosco e que é o Pai de tod@s. 

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: "Se um de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: 'Amigo, empresta-me três pães, porque um amigo meu chegou de viagem e nada tenho para lhe oferecer', e se o outro responder lá de dentro: 'Não me incomodes! Já tranquei a porta, e meus filhos e eu já estamos deitados; não me posso levantar para te dar os pães'; eu vos declaro: mesmo que o outro não se levante para dá-los porque é seu amigo, vai levantar-se ao menos por causa da impertinência dele e lhe dará quanto for necessário. Portanto, eu vos digo: pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto. 10 Pois quem pede recebe; quem procura encontra; e, para quem bate, se abrirá.11 Será que algum de vós que é pai, se o filho pedir um peixe, lhe dará uma cobra? 12 Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? 13 Ora, se vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!"


O amigo inconveniente e insistente nos faz refletir como agiríamos em situação semelhante. D-us é Pai e nos atende sem pré-condições. Pedir, procurar e bater à porta é a síntese da aventura humana pela jornada da Vida. Jesus dialoga com a realidade e as necessidades humanas, por um lado, e por outro, nos mostra que o Caminho para o Reino exige de tod@s um compromisso com a persistência frente às adversidades. Nos mostra uma atitude diante da Vida, que nos afasta do conformismo e do imobilismo:  uma ação pedagógica para a existência humana.O Espírito nos acompanha ao longo do caminho. Não estamos sozinhos ou abandonados à nossa própria sorte. O Pai nos guarda na palma da sua mão. Peçamos, procuremos e insistamos. Perseveremos na confiança e na Esperança do Amor de D-us pela criação. Ele está conosco e em nosso meio! Busquemos uma nova maneira de ver a Vida, a sua compreensão e da nossa relação com o D-us que nos escuta e aos clamores do seu povo. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!
Pedro, irmão do Caminho.

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

A dimensão social da oração.

Quarta-feira da 27ª Semana.


Será que já paramos para refletir a respeito da profunda relação existente entre a oração e o desejo de transformação da realidade humana? Será que simplesmente balbuciamos palavras, por repetidas vezes, sem percebermos o significado do que dizemos?  Os seguidores pediram ao Nazareno que lhes ensinasse a rezar. Eis o texto compilado em Lc 11,1-4:


1 Um dia, Jesus estava rezando num certo lugar. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: "Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos". 2 Jesus respondeu: "Quando rezardes, dizei: 'Pai, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. 3 Dá-nos a cada dia o pão de que precisamos, 4 e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todos os nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação'".


É muito simples e brota da dimensão humana da vida encarnada, da necessidade cotidiana e da realidade social.  Primeiramente, reconhece em D-us, um Pai que cuida da humanidade na condição de filha e por ela zela em todas as necessidades e a protege em tod@s os perigos. Em segundo, pede que venha o Reino de Amor, Justiça, Paz, Igualdade, Fartura  e Felicidade,  já aqui na Terra dos viventes e não no pós-morte, pois as necessidades urgentes são as da Vida. Em terceiro pedem ao Pai-Criador que  não passem fome de pão, de qualquer pão! Pede o pão para tod@s e não apenas para uma pessoa, família ou grupos privilegiados. A fome tem der ser saciada numa humanidade que está faminta, desde a ausência do alimento que sustenta o corpo, da mesma forma que da Justiça,  da Paz, da Igualdade. Pão em todas as mesas! Em quarto, pede pelo perdão do Pai. E quem não precisa do perdão para recomeçar e reconciliar-se com o ofendido e consigo mesmo? O perdão pressupõe que exista o desejo sincero de reconciliação. E, podemos ver, que o seu exercício é uma constante no crescimento humano. Se estamos sedentos por  receber o perdão, é necessário que igualmente estejamos dispostos a dá-lo. O perdão é sempre uma via de mão dupla, que prosseguem paralelas rumo ao infinito. Quem o recebe,  tem de estar disposto a sua concessão! A Graça e a Bênção reconciliatória não pode ser retida ou negada por quem quer que seja. E quem nos deve, igualmente deve ser perdoado. Em todos os sentidos! Em último lugar pede ao Pai as forças necessárias para não cair nas tentações. E são tantas na existência humana! Começando pelo poder e a ganância, o ódio e a mentira, a discriminação e a exclusão. Enfim, tudo o que nos separa do Amor do Pai e dos irm@s! Reflitamos a respeito das dores que sofremos, porém igualmente nas dores por nós causadas. A reconciliação é própria e necessária ao Caminho. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.


terça-feira, 9 de outubro de 2018

Ação e contemplação..

Terça-feira da 27ª Semana.


A leitura de hoje nos leva a visita que o Carpinteiro fez a casa de amigos, Marta, Lázaro e Maria. A tradição rememora este momento, guardando uma lição que nos leva a reflexão a respeito das nossas escolhas ao longo da existência. Estamos em  Lc 10,38-42:
Naquele tempo, 38 Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa. 39 Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e escutava a sua palavra. 40 Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres. Ela aproximou-se e disse: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha, com todo o serviço? Manda que ela me venha ajudar!”.
41 O Senhor, porém, lhe respondeu: “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. 42 Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”. 
A Vida nos coloca caminhos, direções e escolhas.  A leitura de hoje nos leva a uma reflexão a respeito da nossa postura diante do sentido daquilo que buscamos para a existência humana. As pessoas de Marta e de Maria, representam aparentemente a dicotomia de uma atitude humana. Podemos vislumbrar em Marta uma ativista, que esgota até a última gota de suor em prol daquilo que acredita ser a sua tarefa, muitas vezes em prejuízo de si e dos seus; enquanto Maria se deixa levar por uma atitude de escuta, de aprendizado, de reflexão, nunca de "preguiça", ausência de esforço ou de fazer "corpo mole". As duas atitudes aparentemente são opostas e distintas diante na Vida, porém constituem reversos da mesma realidade na qual vivemos inseridos na jornada. Ação e reflexão. A atitude reflexiva, deriva do pensar a respeito da ação e do amadurecimento que é próprio do ser humano, daí segue a construir novas ações transformadoras da realidade, e a partir destas, novas reflexões. A reflexão nada mais é que a avaliação e a compreensão da realidade. Reflitamos a repeito do nosso agir, numa atitude de escuta dos valores do Reino, e a partir dessa avaliação, empreendamos e norteemos o nosso agir de acordo com o Caminho mostrado pelo Nazareno na busca pelo Reino, que tem início aqui e agora, na construção da Justiça, da Paz e da Igualdade. Pensemos nisso. que a paz esteja com tod@s!

Crédito imagem: Ricardo Coelho.