quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Quem tem ouvidos, ouça.

Quinta-feira da 2ª Semana.



A tradição compilada busca sedimentar o início de um novo tempo, de uma nova perspectiva, de uma nova aliança entre D-us e os homens. Estamos em Mt. 11,11-15:



11 “Em verdade eu vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele. 12 Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus sofre violência, e são os violentos que o conquistam. 13 Com efeito, todos os Profetas e a Lei profetizaram até João. 14 E se quereis aceitar, ele é o Elias que há de vir. 15 Quem tem ouvidos, ouça”.



 O texto nos mostra a opinião de Jesus a respeito de João Batista, que foi  o maior de todos os profetas, aí podendo incluir Abraão, Isaías e Jeremias. João foi grande, porém com o advento da boa nova, pareceria menor a partir desse novo tempo, afirmando: O menor no Reino é maior que João. Jesus não era um juiz severo, conforme a ideia a respeito do Messias a partir do Antigo Testamento. “Vão contar para João o que estão vendo e ouvindo: cegos vêem, coxos andam, leprosos são limpos, surdos ouvem, mortos ressuscitam, aos pobres é anunciada a Boa Nova. E feliz quem não se escandalizar comigo! ” (Mt 11,5-6). A Lei e os profetas anunciaram o Reino até João. Ao afirmar que João era Elias, a tradição é enfática ao assentar que João assumiu o papel de preparar a vinda do Messias (esta a missão de Elias), pois o Messias havia chegado na pessoa de Jesus, o Tempo Novo havia iniciado. João anunciou o Messias e tentou refazer a comunidade (Lc 1,17), porém o mistério mais profundo da Vida lhe escapava. Apenas o Nazareno anunciou que D-us é Pai e que nós somos tod@s irm@s! A partir de agora a humanidade será capaz de superar as divergências. Os homens e mulheres são capazes de criar comunidade. Apenas os que têm coragem (este é o sentido da tradução da palavra 'violência', aqui empregado, e não o de vis compulsiva) serão capazes de conquistar o Reino. O Reino não é uma doutrina, porém um modo novo de viver como irm@s, uma nova proposta para as relações socais, a partir do anúncio de Jesus que nos mostrou de que D-us é Pai. Temos a coragem de criar comunidade? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!


Foto: Samuel Osmari.

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