7º Dia da Oitava do Natal.
O texto de hoje não constitui um relato histórico dos fatos ocorridos, porém uma resposta aos questionamentos das comunidades de seguidores convertidos do paganismo. Os relatos da tradição oral foram compilados na década de 80 do Séc I. Estas comunidades, embora nascidas dos seguidores de origem judaica, eram diferentes e traziam em si outra problemática. Estas comunidades sofriam com as diferenças e eram 'sinal de contradição' (Lc 2,34), pois existiam muitas tensões. Os convertidos do paganismo não correspondiam ao que era esperado pelo povo do Antigo Testamento. Lucas busca mostrar que é possível acolher o novo, sem desmerecer ou menosprezar o antigo. Estamos em Lc 2,22-40.
22 Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23 Conforme está escrito na lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. 24 Foram também oferecer o sacrifício "um par de rolas ou dois pombinhos" como está ordenado na Lei do Senhor. 25 Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26 e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor. 27 Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28 Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29 “Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30 porque meus olhos viram a tua salvação, 31 que preparaste diante de todos os povos: 32 luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”. 33 O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34 Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35 Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”. 36 Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. 37 Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38 Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. 39 Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galiléia, para Nazaré, sua cidade. 40 O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele.
No início do Evangelho de Lucas nos é relatado o nascimento de João Batista e de Jesus. Mostra-nos os pais do primeiro, Isabel e Zacarias, e Maria e José como pessoas que respeitavam e que cumpriam tudo o que era determinado pela Lei. Ana e Simeão e, ainda, os pastores, testemunham que D-us cumpriu as promessas em favor dos pobres (anawim). A misericórdia do Pai, se revela em Jesus. Há muita alegria, ternura e encantamento por este D-us que revelou a sua Face àqueles que souberam esperar pela sua vinda. Havia chegado a plenitude dos tempos e o Filho nascera de uma mulher. Simeão esperava pelo Messias Poderoso, no entanto o encontra entre tantos casais pobres que foram ao Templo para apresentar seus primogênitos. Há uma atenção constante com a participação das mulheres e um preocupação com os pobres excluídos da sociedade) e qual mensagem levar até eles. Mostra-nos que o Filho veio cumprir as profecias do Antigo Testamento, acolher a tod@s e atender o que há de mais profundo no coração da humanidade, da sua dignidade e do respeito à criatura à imagem e semelhança do Criador. Para Lucas, o rosto de D-us é Ternura e Misericórdia. Pensemos que a família de Nazaré não era uma família 'convencional', porém formada pelos laços de Amor, não de parentesco. Afinal, Jesus era Filho de D-us, Maria (conforme a tradição da Igreja) foi virgem, antes, durante e após o nascimento de Jesus, e José zeloso e amoroso, aceitou ser o 'possível pai' e orientar o Menino, durante o seu crescimento. É o Amor que forma as famílias! Felizes sejam os nossos dias de Vida. Feliz Ano Novo! Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!
Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.
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