sábado, 16 de dezembro de 2017

Colocar tudo em ordem.

Sábado da 2ª Semana.


A tradição das comunidades coloca este diálogo logo após a descida do Tabor, onde havia ocorrido o episódio da Transfiguração (Mt 17, 3). Neste episódio Moisés e Elias são colocados ao lado de Jesus. A narrativa se desenrola no sentido de reconhecer  a pessoa de Jesus como o Messias anunciado e esperado. Estamos em Mt 17,10-13.

10 os discípulos perguntaram a Jesus: “Por que os mestres da Lei dizem que Elias deve vir primeiro?” 11 Jesus respondeu: “Elias vem e colocará tudo em ordem. 12 Ora, eu vos digo: Elias já veio, mas eles não o reconheceram. Ao contrário, fizeram com ele tudo o que quiseram. Assim também o Filho do Homem será maltratado por eles”. 13 Então os discípulos compreenderam que Jesus lhes falava de João Batista.

O momento histórico era muito difícil, pois as comunidades enfrentavam a desintegração das organizações do povo, dos clãs e das famílias que após a queda de Jerusalém em 70 d.C, foram forçados à diáspora pelo mundo conhecido de então. A dominação romana atingira o auge da violência. Cuida-se de um texto muito alinhado com as tradições judaicas. Vê-se o resgate da profecia da vinda de Elias, que a comunidade personifica em João Batista, como o precursor, aquele que vem preparar o Reino. Este é o significado dado e uma resposta a indagação que abre o texto:  “Por que os mestres da Lei dizem que Elias deve vir primeiro?” Não há mais o que esperar, pois ele já teria vindo na pessoa de João Batista. A comunidade busca enfatizar o cumprimento da lei bíblica que sedimenta a vinda do Messias e a unidade da cultura que foi dispersada. Hoje, de igual forma que no passado, o avanço do sistema neoliberal através da mídia, massifica as comunidades e famílias, impondo-lhes as reformas trabalhista e da previdência social, além do desmantelamento de todo o sistema de proteção social, dos empobrecidos e das minorias, negros e indígenas. Em nome do 'pseudo-modernismo' a elite dominante faz uma opção pela desigualdade social. Os tempos são difíceis.  A reconstrução do tecido social e das comunidades é necessária, pois mina a base do sistema de dominação que aposta na dispersão. Esta é a causa da morte de João Batista, pois tinha um projeto de reforma da convivência humana. Jesus continua a missão de João Batista com a reconstrução do Caminho da Vida, apresentado-nos ao D-us Pai e revela que tod@s somos irm@s. Não há lugar para a desigualdade e privilégios num Reino (mundo) regido pela justiça, paz, bem-estar social e igualdade.  Jesus, reúne duas realidades indivisíveis: o amor a D-us e aos irm@s. Não é possível a existência de um, sem o outro. Esta é a nova visibilidade para D-us, que é visto, sentido e vivido com e nos irm@s!. Realmente, uma nova sociedade. João Batista, foi morto por esta causa. E, por esta mesma causa, Jesus, o Filho do Homem, irá morrer! Reflitamos. As nossas ações contribuem para uma nova convivência humana? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!


Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

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