sexta-feira, 8 de setembro de 2017

O agir de D-us não é convencional.

Sexta-feira da 22ª Semana.


Hoje a tradição rememora o nascimento de Maria, que desempenhou um papel fundamental na economia da Salvação. O texto proposto pela liturgia da Igreja é o de Mt 1,16-18.21-24a.  A Vida tem sua própria dinâmica e acontece diante dos nossos olhos, sem muitos avisos ou planejamentos, abrindo seus próprios caminhos e conquistando espaços. Talvez, em razão disso, vivamos a cada segundo este milagre que é a aventura da viver. Maria aceitou engravidar e arcar com as consequências dos seus atos. Todo o reboliço criado estava no fato de que aquele Filho não era biologicamente de José. Estava noiva e comprometida. A sua decisão de aceitar ser "mãe solteira" iria desafiar o seu futuro, o futuro do marido e o futuro da sociedade que a reprovaria, julgaria e, possivelmente, seria vitima de apedrejadamento. Uma coisa era certa, definitivamente estava desinstalada do seu projeto de vida original. Havia jogado pela janela o seu "planejado, almejado e pacato" futuro de formar uma família convencional ou tradicional ao lado de José. E José? Pouco se fala dele.  O seu amor por Maria era imenso e capaz de suportar os maiores desafios. Por isso, aquela noite deu-lhe o tempo necessário para pensar e refletir nas consequências do seu ato: entre repudiar Maria, publicamente, ou deixa-la grávida com a fama de pai irresponsável, chamando a si o ônus social pelo abandono. Hoje talvez seja fácil, a partir da divinização da história, enxergar o privilégio dessa situação. A Vida, porém não flui dessa maneira.  A Vida é construída a cada momento, a partir das nossas escolhas. Maria aceitou livremente engravidar e as consequências da sua decisão. José, por seu turno, tomado pelo Amor, que nutria por  Maria, aceitou livremente assumir a paternidade do Filho que não o seu e as consequências desse ato. O Amor  venceu!  E a face da história foi renovada na Terra. Os atos que imaginamos como pequenos ou insignificantes, pois de tão íntimo no seio daqueles dois personagens,  transbordou para as relações sociais e humanas, modificando a realidade e saiu a derramar a Esperança de redenção para tod@s. E quantos Josés e Marias viveram anônimos ao longo da história? Reflitamos no Amor e nas consequências de assumir a realidade que nos é posta. A vida nos põe situações, não as impõe, nós é que decidimos o que fazer com elas. Tanto Maria, quanto José foram capazes de fazer as suas escolhas e enfrentar a realidade, moldando-a ou modificando-a. O papel desempenhado pela jovem de Nazaré foi de tamanha importância e coragem, que a tradição manteve a memória do seu nascimento, o que é muito raro. Reflitamos a respeito das nossas Vidas e  das situações que nos são postas, nas nossas escolhas e nas oportunidades que nos são dadas. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

(Arthur)


Imagem colhida na internet. Autoria não conhecida.

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