Sexta-feira da 23ª Semana.
A leitura de hoje nos leva à reflexão, a respeito dos momentos difíceis pelos quais os seres humanos passam durante o Caminho. A comunidade guardou a tradição da despedida de Jesus e de sua Mãe, momentos antes de sua morte, por execução na cruz. O contexto é narrado em Jo 19, 25-27.
Naquele tempo, 25 perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. 26 Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, este é o teu filho”. 27 Depois disse ao discípulo: “Esta é a tua mãe”. Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo.
Este é um momento de extremo abandono e solidão. Quem ali estava? Apenas três mulheres: Maria, Mãe de Jesus, Maria de Cléofas e Maria Madalena, discípula, sempre presente, que presenciou a execução e, ainda, testemunha e portadora da Boa Nova da Ressurreição; e, por fim, o jovem João. Ali podemos vislumbrar a dor de uma mãe e dos companheiros de jornada, que perdem o Amado. Em seus últimos momentos, o Carpinteiro é assaltado pela mais humana das preocupações: o bem-estar de sua Mãe, confiando-a aos cuidados do único homem presente, posto tratar-se de uma sociedade extremamente machista, que coisificava a mulher. Podemos ver humildade, dor, superação, iniciativa, afeto, cuidado, e preocupação com a sobrevivência. As dores pelas quais passamos, devem ser superadas, pois a Vida continua o seu curso, igualmente, a um rio caudaloso em direção ao mar. A Vida não para, porque parar é morrer! As dores podem transpassar o coração, porém enquanto houver Vida, haverá Esperança. Em meio a tanto sofrimento, sobresalto e trevas, sempre haverá o cuidado com a continuidade do Caminho. A Vida sempre encontrará um curso e nós não podemos ficar paralisados ou inertes diante da realidade. Necessitamos construir o dia de amanhã e sermos capazes de resiliência e superação das dores do Caminho. Aprendamos da Vida, aquilo que apenas esta pode nos ensinar. A experiência humana não é solitária. A Vida sempre encontra um rumo, de igual forma que sempre haverá um amanhã. Não devemos perder a perspectiva de um novo dia, em relação às dores do hoje. São primordiais a Esperança, confiança e iniciativa humana de superação, pois as soluções não caem do céu. Se assim o fosse, o Carpinteiro não teria tomado a providência de garantir os cuidados de sua Mãe a um seguidor de sua confiança. Busquemos as soluções para as dores que nos aflige e a sociedade. As soluções não caem do "céu", ocorrem na realidade, e decorrem do agir do próprio homem. Lembremos que os filhos tornam-se adultos, responsáveis, portanto, pela sua Vida e pela solução para as suas dores. Os pais, no mais das vezes, pouco ou nada podem fazer. Assumamos as nossas responsabilidades e busquemos soluções para as nossas dores. Não fiquemos inertes ou paralisados no aguardo de uma solução. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s.
Imagem colhida na internet. Autoria não conhecida.
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