sábado, 30 de setembro de 2017

Valei-nos São Miguel, Arcanjo!

Valei-nos
São Miguel, Arcanjo,
Guerreiro, nas batalhas,
Protetor, das ciladas,
Sinal de D-us, conosco!
E, de luta,
o humano,
entente,
pois viver,
é lutar!
Vem, Arcanjo,
querido,
mostra-nos,
o caminho mais seguro,
a aurora do novo dia,
leva-nos, além do rio!
Ajuda-nos, pois
os nossos braços, estão cansados,
as nossas mãos, calejadas,
de tanto remar!
Conduz-nos,
fiel amigo,
na travessia,
desse rio caudaloso,
que é a Vida!
Passa adiante,
escuta nossos rogos,
Dá-nos vossa mão,

Anjo do Senhor!

Imagem colhida na internet. Autoria não conhecida.

Prestai atenção às minhas palavras!

Sábado da 25ª Semana.


O texto de hoje resgata a necessidade de que prestemos atenção às palavras que inspiram a compreensão do Caminho e da Vida. A palavra que guia tod@s na Missão e no serviço ao povo; o sentido da Vida; o alimento para o Caminho; e, o Nazareno como palavra "en-carnada", que se fez carne e que habitou entre nós. Não é bastante a admiração ou a louvação, é necessário a percepção da consolação e o do Rosto Amoroso de D-us, Força na luta e Esperança de um novo mundo, melhor e a imagem do Reino. A tradição compilada em Lc 9,43b-45, torna-se um aviso de que a realidade bate à nossa porta e dela ser humano algum poderá escapar ou de excusar-se sob qualquer pretexto, pois o Filho de D-us, igual ao Pai-Criador, iria ser entregue na mão dos homens.


"43b todos estavam admirados com todas as coisas que Jesus fazia. Então Jesus disse a seus discípulos: 44 “Prestai bem atenção às palavras que vou dizer: O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens”. 45 Mas os discípulos não compreenderam o que Jesus dizia. O sentido lhes ficava escondido, de modo que não podiam entender; e eles tinham medo de fazer perguntas sobre o assunto."


A compreensão da Vida, das relações sociais e das humanas possibilidades de crescimento na Justiça, Paz e Igualdade está no centro da pregação pela dignidade da existência do Ser. A consciência da importância  do homem no mundo é o cerne da Missão, pois embora existam a bilhões de seres, se faltar apenas um deles entre tantos, o mundo não será mais o mesmo. Estará incompleto, inconclusivo, inacabado, pois faltou apenas um! Reflitamos a respeito das nossas relações humanas e da valoração que damos ao humano-senso-encarnado. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.


sexta-feira, 29 de setembro de 2017

De onde me conheces?

Sexta-feira da 25ª Semana.



A leitura de hoje, Jo 1,47-51, nos remete ao encontro entre o Carpinteiro e  Natanael. A tradição registrou a atitude de observação e de reflexão de Jesus em relação aos seguidores.


47 Jesus viu Natanael que vinha para ele e comentou: “Aí vem um israelita de verdade, um homem sem falsidade”. 48 Natanael perguntou: “De onde me conheces?” Jesus respondeu: “Antes que Filipe te chamasse, enquanto estavas debaixo da figueira, eu te vi”. 49 Natanael respondeu: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel”. 50 Jesus disse: “Tu crês porque te disse: Eu te vi debaixo da figueira? Coisas maiores que esta verás!” 51 E Jesus continuou: “Em verdade, em verdade eu vos digo: Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.


E quem era Natanael para ficar admirado com esta observação do Nazareno? A tradição compilada em Lucas registrou apenas o encontro entre o Mestre e Natanael, porém nos demais registros das comunidades descritos em Mateus, Marcos e João, o conheceram como Bartolomeu, um dos doze seguidores e  das primeiras testemunhas da Missão. Convidado por Filipe, responde de maneira sincera o pensava a respeito do Mestre: "De Nazaré pode vir alguma coisa boa?" (Jo 1, 46a). Certamente era um momento tenso na vida de Natanael, porém  essa observação constitui um importante  indicador das expectativas em relação a Missão do Carpinteiro.  Certamente Natanael estava atravessando por algum momento crítico em sua vida e Filipe tentava convencê-lo a respeito do seguimento de Jesus.  Vê-se que no seu primeiro encontro com Jesus, recebe um elogio: "Aqui está um verdadeiro Israelita, em quem não há fingimento" (Jo 1, 47), ao qual o apóstolo responde: "Como me conheces?". As informações a respeito de Natanael são bastante escassas, porém podemos constatar que adesão a Jesus e ao Reino,  podem ser vivida e testemunhada também sem cumprir obras sensacionais, bastando a simplicidade, a integridade e a ausência de fingimento.  As vezes os seres humanos aderem aos mais diversos projetos pelas mais diversas razões, menos a sinceridade de propósitos. Reflitamos a respeito das nossas "adesões" e "sinceridade" de propósitos. Pensemos no nosso agir. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s! 

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Quem é esse homem?

Quinta-feira da 25ª Semana.


A pergunta de Herodes, suprema e odiada autoridade civil da Galileia e região, nome pomposo para o governador de uma pequena província, sob ocupação estrangeira, bem retrata o impacto do discurso do Carpinteiro. Estamos em Lc 9,7-9:

7 o tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que estava acontecendo, e ficou perplexo, porque alguns diziam que João Batista tinha ressuscitado dos mortos. 8 Outros diziam que Elias tinha aparecido; outros ainda, que um dos antigos profetas tinha ressuscitado. 9 Então Herodes disse: “Eu mandei degolar João. Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?” E procurava ver Jesus.

Segundo a tradição judaica o profeta Elias não teria morrido, porém desaparecido ao ser 'arrebatado' (levado), ou João Batista a quem o próprio Herodes mandou executar. A ambos refere com surpresa, pois as idéias que defendiam de justiça, paz e igualdade, continuassem vivas, na coragem do Mestre em dar continuidade ao trabalho em tempos tão sombrios, mormente após a decapitação de João Batista. Parece que a execução exemplar como meio de repressão não dera certo, posto que não fora capaz de desencorajar os seguidores na luta. a situação estava saindo do 'controle'. Herodes continuava a sentir-se incomodado, importunado e desafiado em seu poder e autoridade pelo discurso do Nazareno. Todo usurpador do poder e autoridade ilegítima sente-se importunado, constrangido e molestado pela verdade! Não há como  contrapor-se à verdade, nesse caso, exceto pelo ódio, pela repressão e pelo medo,  que geram uma uma instabilidade em todos os âmbitos na sociedade. E é desse expediente  que os detentores do poder e as classes dominantes de então, juntamente, com as forças de ocupação se utilizavam para impor a autoridade. A Verdade é como a Luz que ilumina e alcança a tod@s, sem qualquer distinção. Caminhemos sem temor pela Vida,  juntamente com a Verdade que será uma boa companheira. Reflitamos a respeito do nosso agir. Pensemos nisso.  Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Poder e autoridade ao serviço do povo.

Quarta-feira da 25ª Semana.


O texto de hoje que foi compilado em Lc 9,1-6, nos traz uma nova perspectiva para o exercício do poder e da autoridade, colocando-os ao serviço das comunidades e do povo.


1 Jesus convocou os Doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios e para curar doenças, 2 e enviou-os a proclamar o Reino de Deus e a curar os enfermos. 3 E disse-lhes: “Não leveis nada para o caminho: nem cajado nem sacola nem pão nem dinheiro nem mesmo duas túnicas. 4 Em qualquer casa onde entrardes, ficai aí; e daí é que partireis de novo. 5 Todos aqueles que não vos acolherem, ao sairdes daquela cidade, sacudi a poeira dos vossos pés, como protesto contra eles”. 6 Os discípulos partiram e percorriam os povoados, anunciando a Boa Nova e fazendo curas em todos os lugares.


O Mestre subverte a lógica dominante e dá um novo sentido ao exercício do poder e da autoridade. Os seguidores os receberam como um exercício para o aprendizado e logo foram enviados para curar os males e as doenças, no contexto social; curar os  doentes, fazer o bem por onde quer que passassem, e proclamar o Reino. Note-se aqui que o anúncio do Reino não se dá por palavras soltas, estéreis ou no vácuo de uma "adoração ritual ou desencarnada", porém no concreto da Vida e das necessidades humanas. E, ainda, adverte para que nada desvirtuem no Caminho: "nem cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro e nem mesmo duas túnicas." Enfim, nada que os afastassem do povo: não tinham o cajado para os apoiarem; não tinham sacola para arrecadar ou acumular bens; não viveriam às custas de "possíveis expectativas ou seguranças futuras"  simbolizadas pelo "pão"; não exerceriam a missão sustentados pelo "dinheiro"; não levariam qualquer roupagem, apenas a si, sendo pessoas pobres e despojadas. Não tinham um plano "b", era apenas aquele o modo para viver na radicalidade a Mensagem do Reino.  E, mais! Tinham de exercitar a humildade! Entrar numa "casa" e nela ficar, tem o sentido de partilhar das mesmas condições de vida daqueles que os acolhessem, sem ficar a buscar a outros que lhes oferecessem melhores condições do que quer que seja! E quanto àqueles que deixassem de acolher-nos? Sigam adiante, e que o "protesto" seja o de bater das sandálias, após avaliar a situação e ali deixar qualquer "poeira" da dor, da raiva, do ressentimento, do rancor ou da frustração. E seguir adiante,  sempre! A alegria do Reino está no serviço que possamos prestar, a partir dos nossos dons e possibilidades, para a construção de uma nova realidade e de um mundo novo. Assim poderemos ir a todos os lugares! Reflitamos sobre o nosso agir! Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

Credito da foto: Samuel Osmari.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Os laços dos afetos!

Terça-feira da 25ª Semana.


O texto compilado em Lc 8,19-21 nos recorda que os laços que nos unem proveem mais do afeto e menos do sangue, como consequência da mensagem do D-us Amor e Bom, que nos foi mostrado pelo Carpinteiro de Nazaré:

19 a mãe e os irmãos de Jesus aproximaram-se, mas não podiam chegar perto dele, por causa da multidão. 20 Então anunciaram a Jesus: “Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem te ver”. 21 Jesus respondeu: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática”.


Aparentemente duras, estas palavras expressam a realidade na qual os serres humanos estão mergulhados. As interpretações que foram propagadas ao longo dos tempos  buscaram colocar o verniz de um "Jesus adocicado" e descolado das relações sociais existentes. Note-se que se por um lado, o Mestre não rejeita ou desautoriza os laços familiares, por outro, os coloca sob a ótica do afeto e do amor existente. O que cria e une as famílias? A respostas será sempre o Amor, que vem do Pai e a tod@s envolve e enlaça. Por que as relações se dissolvem? Porque fenece, falta ou o Amor é esquecido. Para tanto, basta vislumbrar ao logo da história as relações consanguíneas que não foram capazes de sobreviver à ausência de afeto. Há quanto tempo você não encontra com os seus parentes? Há prazer e alegria nestes encontros? Há afeto nas nossas relações sociais? Qual a nossa motivação? O amor não nasce por decreto, não subsiste pela obrigação e não perdura na ausência do respeito! Apenas o Amor é capaz de conciliar, pois as relações afetivas deterioradas levam a extremos que emergem, a partir da liberdade na escolha da conduta humana. Até onde o ser humano é capaz de agir em razão de seu livre arbítrio? A  liberdade dá ao homem a escolha em contrariar o que é "lícito" desde uma pequena banalidade até uma trágica e irreversível fatalidade como os parricídios ou patricídios, matricídios, uxoricídios ou matricídios, fratricídios e homicídios. A ótica de Jesus, a partir da escuta e da prática do cerne da mensagem que é o Amor, enquanto fenômeno, contempla e insere no seio da sociedade, um novo olhar sobre as relações sensíveis e concretas da realidade existencial. Não é privilegiada a norma que escraviza, porém o amor que liberta, dá coragem e impulsiona as mudanças necessárias para a construção de um mundo novo. Para o desamor podem existir mil razões, porém para a existência humana basta uma, amar. Não existe tanto amor disponível no mundo que possamos desperdiçá-lo! Pensemos nas nossas relações familiares e sociais! A desilusão, o rancor, a solidão, o medo, a miséria, a desnutrição, os maltrapilhos, os famintos, o povo sofrido subjugado pelos hipócritas que vivem do seu sangue, violado nos seus sonhos e direitos, os espoliados, os abandonados, as vítimas do ódio, do preconceito, da discriminação, da violência, da morte e das "balas perdidas", os refugiados... constituem periferias existenciais nas quais o mundo vive mergulhado. A dura e injusta realidade no pode continuar a sê-lo! Pensemos na realidade humana na qual estamos inseridos! Como podemos levar o Amor e colher o Amor? Assim Santa Tereza de Ávila, asseverava, o que nos traz esta indagação a respeito do nosso agir. Que a paz esteja com tod@s!



Crédito da foto: Samuel Osmari.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Ninguém acende uma luz para escondê-la!

Segunda-feira da 25ª Semana.


A leitura de hoje nos leva ao texto compilado pela tradição em Lc 8,16-18, que expressa o sentimento das primeiras comunidades em relação aos riscos que representavam as manipulações e tergiversações a respeito da Mensagem do Carpinteiro e, de uma certa forma, poderíamos vê-la como uma continuidade da que foi lida ontem, em Mt 20, 1-16a, que nos revela o D-us Bom anunciado por Jesus, e  a confiança no D-us que é Misericórdia, Piedade, Amor, Paciência e Compaixão. Este D-us que é muito bom para com tod@s e que Sua ternura abraça a todas as criaturas! E este anúncio não poderia ser esquecido ou "escondido" a qualquer pretexto. Eis o que diz a leitura de hoje:

16 "ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama; ao contrário, coloca-a no candeeiro, a fim de que todos os que entram vejam a luz. 17 Com efeito, tudo o que está escondido deverá tornar-se conhecido e claramente manifesto. 18 Portanto, prestai atenção à maneira como vós ouvis! Pois a quem tem alguma coisa, será dado ainda mais; e àquele que não tem, será tirado até mesmo o que ele pensa ter".


Ninguém acende uma luz para escondê-la! O sol que desponta a cada manhã a tod@s alcança e enlaça, sem distinção. Por que ter medo da Luz? Não há nada que esteja escondido, que deixe de ser iluminado e alcançado para muito além dos temores e esquemas humanos de dominação e de submissão. As amarras interpretativas do "deus vingativo" foram suplantadas pelo D-us Bom revelado pelo Mestre de Nazaré, que não está atado às articulações do poder! O alcance dessa compreensão é fundamental para que o Reino seja vivido no experimento  da existência humana. Nada do que é humano é estranho ao D-us Criador. Não apequenemos D-us à uma limitada visão de um "computador" dos nossos méritos e deméritos, que nos premia ou nos castiga a partir de uma ótica míope e desumana. Muito cuidado com o que ouvimos dos toscos anúncios, que apenas revelam os recalques, as frustrações e as ambições pessoais de quem O apresenta. Devemos sempre indagar a quais interesses estão a servir? O D-us revelado em Jesus é Libertador de todas as amarras que obstam o Homem em alcançar a plenitude do ser. Devemos sempre indagar se D-us realmente está preocupado com isso ou com aquilo. Não reduzamos as preocupações do Pai à perversa ótica humana do moralismo e do preconceito. Recentemente, uma exposição de arte foi fechada utilizando o pretexto de ofensa ao Criador. O que realmente ofende o Criador? O sentimento humano expresso pela arte ou a injustiça, a dor humana provocada pelo preconceito, o sofrimento do povo com fome, sem moradia, vítima da violência, espoliado pelo egoísmo e pela ganância???  Esses mesmos seguimentos sociais propõem a cura para o que não é doença e matam a dignidade da vida humana.  D-us não pode ser reduzido a uma ótica mesquinha e doentia! A verdade proclamada pelas primeiras comunidades é que D-us não exclui ninguém, no Reino há lugar para tod@s. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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domingo, 24 de setembro de 2017

Antiguidade não é posto!


Domingo da 25ª Semana.


A tradição preservou em Mt 20,1-16a, a experiência decorrente das contendas e debates de valores que ainda hoje persistem em nossa sociedade, a respeito da inclinação humana para obtenção de privilégios e da precedência na ordem de antiguidade. O texto é bastante inteligente e sutil quando compara o Reino e a Missão, ao dono e a sua vinha. Vejamos:



1 “O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. 2 Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. 3 Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, 4 e lhes disse: “Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo”. 5 E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três horas da tarde, e fez a mesma coisa. 6 Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse: “Por que estais aí o dia inteiro desocupados?” 7Eles responderam: “Porque ninguém nos contratou”. O patrão lhes disse: “Ide vós também para a minha vinha”. 8 Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: “Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros” 9 Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. 10 Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. Porém, cada um deles também recebeu uma moeda de prata. 11 Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: 12 “Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro”. 13 Então o patrão disse a um deles: “Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? 14 Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. 15 Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?” 16a Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.


Certamente, as disputas foram bastante acirradas com relação aos que se julgavam merecedores mais que os outros, simplesmente por terem chegado mais cedo ao serviço do Reino, ao conhecimento do Caminho, com a concorrência dos seguidores de origem judaica e dos primeiros tempos que conheceram o Mestre de Nazaré. A Mensagem a tod@s contagia, envolve e enlaça, com uma nova perspectiva do mundo e da possibilidade de construção de uma realidade mais próxima dos ensinamentos de Justiça, de Paz e de Igualdade, em conformidade com os valores do Reino. A utilização dessa metáfora para falar ao povo e aos novos seguidores, denotava a preocupação com a ausência de privilegiados, mormente quando todos passam a ser tratados como escolhidos, sendo cuidados com muito carinho e proteção pelo Senhor da Vinha.  O D-us da Esperança, que busca o povo, incansavelmente, sempre valorizando-o e desdobrando-se em atenção. A benevolência do Pai, não é exclusiva de alguns, na verdade, toda a humanidade é destinatária da Boa-Nova, do novo tempo e convidada a viver esta comunhão com o Pai. Assim cessam todos os privilégios e exclusividades! A bondade de D-us é imensa. O D-us Bom que foi revelado pelo Nazareno não pode ser 8confundido com os mesquinhos e limitados esquemas humanos: não é um apontador de mérito e deméritos, preocupado em computá-los pela Eternidade. O D-us Amigo, revelado por Jesus, constitui a experiência mais libertadora e vigorosa para a Vida e, até na morte. Os padrões humanos passam a não ter mais sentido como garantidores de uma ordem estabelecida a partir da quantidade ou a qualidade do serviço prestado;  da antiguidade, das funções e cargos exercidos; ou das diferenças étnicas, culturais, sociais ou de gênero. O Amor de D-us é gratuito para toda a humanidade e nós somos livres para trilhar o Caminho em direção Reino, sem qualquer direito à julgar-nos merecedores de uma maior retribuição ou exigir compensações. Resta-nos a confiança no D-us que é Misericórdia, Piedade, Amor, Paciência e Compaixão. Este D-us que é muito bom para com tod@s e Sua ternura abraça a todas as criaturas! Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s! 

Foto de Samuel Osmari.

sábado, 23 de setembro de 2017

Matar a si...


Existem vários modos de matar a si...

Mata-se quando se esquece, em si,
Mata-se quando se isola em si,
Mata-se quando se vê apenas a si!

Mata-se quando ouve apenas a si,

Mata-se quando se acredita que apenas em si,
Mata-se quando respira apenas a si,
Mata-se quando se enterra em si!

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O Cristo da minha fé...


Nasceu de Maria, 
nasceu pobre e viveu pobre 
entre os empobrecidos.
Mostrou o Caminho
da Paz como fruto da Justiça.
Foi traído por um dos seus seguidores, 
perseguido e executado pelos poderosos, 
mediante a panaceia de um julgamento forjado.
Ressuscitou
e, ainda, hoje é presente,
junto com seu povo!

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Escuto a chuva...


Escuto a chuva batendo na janela...
"Para mim, a chuva no telhado é cantiga de ninar..."
Apenas recordações que a partir do hoje, 
confirmam um ontem também feliz!
A vida é Benção! 
A vida é Graça!
Apenas, viva!

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Dá-nos um coração bom e generoso.

Sábado da 24ª Semana.


O texto de hoje nos revela a experiência acumulada pelas primeiras comunidades, a respeito das reações e disponibilidade, para o engajamento na luta pela transformação da realidade em conformidade com os ideais do Reino. Certamente não foi fácil a aglutinação de tantas histórias e interesses que deveriam perpetuar a Palavra do Carpinteiro e o Seu entendimento como elemento catalisador das angústias e esperanças transformadoras daquela realidade social. Estamos em Lc 8,4-15:

4 reuniu-se uma grande multidão, e de todas as cidades iam ter com Jesus. Então ele contou esta parábola : 5 “O semeador saiu para semear a sua semente. Enquanto semeava, uma parte caiu a beira do caminho; foi pisada e os pássaros do céu a comeram. 6 Outra parte caiu sobre pedras; brotou e secou, porque não havia umidade. 7 Outra parte caiu no meio de espinhos; os espinhos cresceram juntos, e a sufocaram. 8 Outra parte caiu em terra boa; brotou e deu fruto, cem por um”. Dizendo isso, Jesus exclamou: “Quem tem ouvidos para ouvir ouça”. 9 Os discípulos lhe perguntaram o significado dessa parábola. Jesus respondeu: 10 “A vós foi dado conhecer os mistérios do Reino de Deus. Mas aos outros, só por meio de parábolas, para que olhando não vejam, e ouvindo não compreendam”. 11 A parábola quer dizer o seguinte: A semente é a Palavra de Deus. 12 Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouviram, mas, depois, vem o diabo e tira a Palavra do coração deles, para que não acreditem e não se salvem. 13 Os que estão sobre a pedra são aqueles que, ouvindo, acolhem a Palavra com alegria. Mas eles não têm raiz: por um momento acreditam; mas na hora da tentação voltam atrás. 14 Aquilo que caiu entre os espinhos são os que ouvem, mas, com o passar do tempo são sufocados pelas preocupações, pela riqueza e pelos prazeres da vida, e não chegam a amadurecer. 15 E o que caiu em terra boa são aqueles que, ouvindo com um coração bom e generoso, conservam a Palavra, e dão fruto na perseverança.


Havia a necessidade de manter viva a esperança e chamar os seguidores do Carpinteiro, à responsabilidade, para a contribuição na construção no mundo novo. Certamente, foram detectadas muitas frustrações com as adversidades impostas pelo cotidiano das relações pessoais e sociais. Era imprescindível, porém seguir adiante no Caminho do Reino. A tradição classificou as reações  dos seguidores em quatro grupos, ou seja: no primeiro, estavam os que eram meros expectadores; no segundo, os entusiasmados que logo cediam ao arrefecimento; no terceiro, aqueles que se integravam ao movimento, porém em decorrência das situações corriqueiras da vida se afastavam e passavam a cuidar dos seus próprios interesses; e por fim, o quarto grupo, que era o dos preservavam  a Palavra e davam continuidade a obra do Carpinteiro. A luta pelos valores do Reino é bastante exigente, pois demandava uma constante atenção com a Justiça, a Paz e a Igualdade nas relações pessoais e sociais. Apenas um coração bondoso e generoso, portanto sensível às adversidades humanas estaria apto ao exercício da Misericórdia. Pensar o bem, falar o bem e fazer o bem demanda um esforço cotidiano, pois estas ações não estão direcionadas a si, porém aos outros e ao coletivo. O deslocamento do eixo da existência humana para o bem coletivo é fundamental para a propagação da Mensagem do Nazareno. Os Atos dos Apóstolo, bem descrevem o ideário das primeiras comunidades. E quanto a nós nos dias atuais? Como anda a nossa Esperança e Perseverança na transformação e construção de uma nova realidade humana? Qual o papel que desempenhamos? Em qual dos grupos acima nos colocamos? Pensemos nisso. Que a Paz esteja com tod@s!

(Aquino)


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sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Bênção

Que o D-us da Vida e da Esperança,
Esteja conosco hoje e sempre!

Que a Sua Graça desça sobre nós,
Como o orvalho da manhã,
Como a chuva bendita,
E inunde o nosso ser!
Afaste de nós o medo,
ajude-nos, 
ampare-nos,
auxilie-nos...

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O discipulado feminino.

Sexta-feira da 24a Semana.


A tradição preservou a lembrança da atuação ativa das mulheres no movimento de Jesus. Foram chamadas, igualmente, ao serviço do Reino, portanto, discípulas. Estamos falando do texto contido em Lc 8,1-3.

1 Jesus andava por cidades e povoados, pregando e anunciando a Boa Nova do Reino de Deus. Os doze iam com ele; 2 e também algumas mulheres que haviam sido curadas de maus espíritos e doenças: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios; 3 Joana, mulher de Cuza, alto funcionário de Herodes; Susana, e várias outras mulheres que ajudavam a Jesus e aos discípulos com os bens que possuíam.

O papel desempenhado por estas mulheres não eram secundários. A luta pelas causas do Reino, força dos fracos e amparo dos humildes,  amigo dos pobres e dos sofredores, nossa vida e salvação, nunca poderia sucumbir aos "pre-conceitos" que determinava distinção de gêneros. A ignorância e a discussão a partir de questões culturais cederam lugar à Misericórdia. A história registrou os nomes de Maria Madalena, presente em todos os momentos, aos pés da cruz durante a execução, testemunha e primeira  portadora da Boa-Nova da Ressurreição; Joana, mulher casada com Cuza, que era alto-funcionário de Herodes, portanto integrante da elite; Susana e várias outras mulheres, cujos nomes não foram registrados, porém não eram poucas. Todas estas mulheres tinham em comum o fato de terem sido chamadas, tocadas e curadas, e se puseram a Caminho. O trabalho delas era de importância fundamental para a Missão. Elas acompanhavam Jesus e os doze nas jornadas e ajudavam com o que possuíam, com todos os seus bens e não apenas de forma secundária. O serviço do Reino a tod@s envolve, inclui e contagia. Não há exclusão, não há privilégios, não há competições,  não há diferenças, não há distinções. Vivamos na verdade, vivamos no bem, vivamos a Misericórdia. Restauremos a nossa vida e as relações sociais a partir dos valores do Reino. A sociedade judaica discriminava as mulheres e o Mestre inovou ao chama-las e destacá-las publicamente, com o serviço e contribuição da mulher na construção e transformação da realidade. O seria da sociedade e da história humana sem a mulher? O que teria sido da obra da salvação sem a mulher? O que seria de nós? Reflitamos sobre o papel da mulher em nossas vidas e na sociedade? Damos-lhes o devido valor? Cedemos à tentação da discriminação e da tirania do machismo? O Dom da Vida passa pelas mulheres, que o guardam no coração e no ser. Pensemos nisso! Que a paz esteja com tod@s!
(Joaquim)

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quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Quero misericórdia e não sacrifício.

Quinta-feira da 24ª Semana.


A dimensão humana da compreensão da Missão do Nazareno é posta em poucas palavras: "Quero misericórdia e não sacrifício". Este tema nos é apresentado em Mt 9,9-13, pela tradição compilada pelas comunidades:

9 Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu Jesus. 10 Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. 11 Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: “Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores? 12 Jesus ouviu a pergunta e respondeu: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. 13 Aprendei, pois, o que significa: “Quero misericórdia e não sacrifício”. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.


Certamente os primeiros seguidores tiveram muitas dificuldades para serem aceitos pela sociedade, após a execução de Jesus, em razão do sinal de contradição que representavam. No caso de Mateus, por exemplo, integrava o grupo social dos "cobradores de impostos" que eram desprezados e discriminados a parir da sua profissão: eram considerados corruptos, representavam o poder e a extorsão da dominação pela potência estrangeira. Alie-se a isso, o fato de que a trama urdida nos bastidores pelos poderosos de então, que tiveram seus interesses contrariados, mantinham bastante vivo o ódio e o desprezo, através de uma campanha difamatória. Definitivamente o Mestre e os seus seguidores não guardavam o papel tradicionalmente aceito, pelo padrão imposto pelo senso comum, que divinizava os ritos e formalidades para manterem fortes e visíveis os laços que impunham ao povo os grilhões da servidão. E não existe pior servidão que a voluntária!  A mensagem da Misericórdia liberta os servos,  os espoliados e os escravizados, justamente a partir da mudança de ótica, colocando homem como centro do universo e obra perfeita da Criação e de todo o bem que for possível realizar, dando um novo sentido à existência humana. A Misericórdia é exigente, pois não tem limite, não tem forma e não tem padrão. Já o sacrifício constitui a negação da dignidade humana e da divindade. Não podemos olvidar do forte conteúdo alienante contido nas prescrições rituais e culturais. A Boa-Nova extirpa os grilhões que limitam o humano e abre as portas para a evolução como obra de Amor. A Misericórdia é um dos rostos de D-us! Não nos esqueçamos disso. Se desejamos ver a Face do Pai, sigamos os Caminhos da Misericórdia e da compreensão da divindade humana expressa no outro, no próximo e na comunidade.  É urgente revermos as nossas relações sociais para que expressem o rosto da Misericórdia do Pai É urgente revermos estas mesmas relações para que sejam, de fato, libertadoras e despidas de "pre-conceitos". A aventura humana na jornada da Vida e do Caminho, exige um coração aberto e cheio de Misericórdia para os encontros com os companheiros de travessia. Reflitamos a respeito da nossa disponibilidade para o exercício da Misericórdia. Estamos abertos a essa compreensão da dimensão social da existência humana? Estamos disponíveis ao aprendizado pelo exercício da Misericórdia? Estamos conscientes da nossa capacidade de realizar a Misericórdia? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!
(Aílton)

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quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Como percebemos o agir do outro?

Quarta-feira da 24ª Semana.


As nossas contradições no entendimento das ações humanas, constitui a chave para a leitura comportamental em sociedade. Certamente muitos conflitos foram registrados pela comunidade dos primeiros seguidores em relação ao entendimento da alma humana e do seu agir em sociedade. O texto compilado em Lc 7,31-35 nos traz à  memória o registro dessas experiências ao longo da nossa jornada, que em nada se diferencia das que foram vividas pelos antigos. Parece-nos que a dicotomia no entendimento do agir do outro continua latente ao longo da história humana. O Mestre ao falar, recorda João Batista, que era um asceta do deserto, alimentava-se de maneira frugal do que encontrava na natureza, sendo rejeitado em razão do seu comportamento pela sociedade. Em contraposição o próprio Carpinteiro, foi rejeitado sob a acusação de comilão, beberrão, amigo de corruptos-ladrões e pecadores, enfim, de tudo o que era rejeitado pelos padrões sociais-éticos de então. Restou apenas o testemunho e o registro do agir profético, pelos seguidores, em ambos os casos. Estejamos atentos para não sair julgando o agir das pessoas a partir da nossa realidade e da nossa cômoda posição. Lembremo-nos que o ponto de vista é apenas a vista de um ponto. Lembremo-nos que a nossa ótica poderá ser limitada por diversos fatores, inclusive o nosso "pre-conceito". Lembremo-nos da multiplicidade facetária do humano ser. Reflitamos a respeito do nosso agir. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!
(Joaquim)


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terça-feira, 19 de setembro de 2017

O exercício da compaixão.

Terça-feira da 24ª Semana.


O texto de hoje nos leva para um tempo distante e uma situação muito específica na povoação de Naim, onde a percepção da dor de uma estranha, provocou a intervenção do Nazareno. A dor do outro, foi sentida por Jesus.  Vemos nesse episódio o desespero de uma mãe viúva que perdera o seu único filho. E, sem nada pedir, o Mestre compadeceu-se do seu sofrimento. Estamos a falar do texto compilado em  Lc 7,11-17. A morte do filho único, para aquela mãe viúva tinha a dimensões nos aspectos afetivo e social.  A perda, para aquela mulher selaria o seu próprio destino, pois refletiria na sua sobrevivência em um tempo que não existia qualquer amparo  social. A ação de Jesus deve ser analisada não apenas a partir da intervenção numa situação específica e individual, porém pela sua compaixão pelos diversos aspectos da vida humana e sua dimensão social.  As dores provocadas pelos momentos de perda trazem várias consequências para a existência das pessoas e estas não podem ser desprezadas. O questionamento principal se deve a como nos portarmos diante de tais situações. O que seria daquela viúva, cujo nome não foi guardado pela tradição, apenas o da povoação de Naim? Certamente este gesto do Mestre provocou muita admiração, pois a volta do filho à Vida repercutiu de várias formas e produziu uma multiplicidade de efeitos, quer no âmbito afetivo, quer no âmbito social.  E quanto a nós? Percebemos a dor do outro? Sabemos em  que consiste a compaixão? Entendemos a dimensão da compaixão? Somos capazes de exercitar a compaixão? Há compaixão quando a dor do outro, dói em nós. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!  

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segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Basta apenas uma palavra...

Segunda-feira da 24ª Semana.


Eu não sou digno, ó meu Senhor, de que Tu entres em minha casa.  Uma Palavra é suficiente, com ela tudo se transformará. O texto guardado pela tradição coloca na boca do oficial romano das tropas de ocupação, o reconhecimento do trabalho, do poder e da Missão do Nazareno, que lhe era sonegado pelos seus conterrâneos. É certo que esta reflexão aflorou a partir da necessidade de assimilação dos novos povos e nações, com suas relações sociais, que aderiam à Palavra e ao Caminho. Estamos a falar de Lc 7,1-10:


Naquele tempo, 1 quando acabou de falar ao povo que o escutava, Jesus entrou em Cafarnaum. 2 Havia lá um oficial romano que tinha um empregado a quem estimava muito, e que estava doente, à beira da morte. 3 O oficial ouviu falar de Jesus e enviou alguns anciãos dos judeus, para pedirem que Jesus viesse salvar seu empregado. 4 Chegando onde Jesus estava, pediram-lhe com insistência: "O oficial merece que lhe faças este favor, 5 porque ele estima o nosso povo. Ele até nos construiu uma sinagoga". 6 Então Jesus pôs-se a caminho com eles. Porém, quando já estava perto da casa, o oficial mandou alguns amigos dizerem a Jesus: "Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa. 7 Nem mesmo me achei digno de ir pessoalmente a teu encontro. Mas ordena com a tua palavra, e o meu empregado ficará curado. 8 Eu também estou debaixo de autoridade, mas tenho soldados que obedecem às minhas ordens. Se ordeno a um: 'Vai!', ele vai; e a outro: 'Vem!', ele vem; e ao meu empregado 'Faze isto!', e ele o faz". 9 Ouvindo isso, Jesus ficou admirado. Virou-se para a multidão que o seguia, e disse: "Eu vos declaro que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé". 10 Os mensageiros voltaram para a casa do oficial e encontraram o empregado em perfeita saúde.



Este relato contém três paradoxos sociais com os quais o Movimento de Jesus e as primeiras comunidades de seguidores tiveram que lidar. O primeiro é que o Nazareno é contatado pelos Anciãos, ou seja, a junta de representação e de gestão administrativa, que servia de interlocução com as tropas de ocupação. Eram pessoas de proeminência social, que tentaram convencer a Jesus da necessidade e da importância do atendimento deste apelo, sendo Ele um judeu marginal e que constantemente desafiava os doutores da lei. O segundo paradoxo está no nível de relação entre este comandante e o seu servo, que o faz passar por cima dos convencionalismos sociais, das regras de ocupação, e do orgulho da potência estrangeira, que apesar de todo seu poderio e da sua ciência, se rende a Jesus, um judeu-marginal que desafiava o poder estabelecido e os doutores da lei. O terceiro, e ultimo, paradoxo é que o oficial comandante das tropas estrangeiras ao qual estava submetida toda a região, sua elite e suas autoridades, reconhece a Dignidade, a Missão e o Mestre, na Sua capacidade de transformação de uma realidade cruel. Aprendi desde muito cedo que as necessidades é que ditam as regras da Vida. Tive uma tia-avó materna, Tia Dindinha (Alice), que a chamava esta regra da vida de "Dona Necessidade". Para além do contexto histórico e do sentido primevo que o compilou, vemos as necessidades humanas constituírem forças propulsoras que se sobrepõem aos convencionalismos estabelecidos pela sociedade. Acaso não fosse isso não teríamos visto os poderosos representantes da sociedade e da administração local, recorrer a um judeu-marginal que os desafiava constantemente, de um lado, e do outro, um orgulhoso comandante de ocupação recorrer àquela gente subjugada e dominada pelo poderio militar, para pedir ajuda através da sua representação. Para quem? Para um servo? E o que teria movido o comandante a não ser o Amor? Apenas esta força seria capaz de subverter toda a ordem estabelecida. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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domingo, 17 de setembro de 2017

Hoje é dia de mostrar o seu orgulho.

Hoje é Dia de Parada.
Dia do Orgulho,
de ser,
de existir,
de lutar por nossos Direitos.

Hoje é Dia de Luta,
Igual a todos os outros dias...
Dia de Lutar,
Pela Igualdade,
Pelo Respeito,
Pela Dignidade.

Hoje é Dia de Esperança,
Contra a Homofobia e Transfobia,
Contra a Morte,
Contra a Discriminação,
Contra a Injustiça.

Hoje é Dia de Celebrar,
De relembrar, de rememorar
Aqueles que tombaram,
sucumbindo,
à violência, à injustiça, à morte...

Hoje é Dia de Reafirmar...
A Justiça da Luta,
A Memória dos que morreram
A lembrança que este país é o que mais mata LGBT no mundo...
A Esperança na Justiça e nos nossos Direitos de Cidadania.

Tod@s à Parada do Orgulho Gay!
Porque existimos,
Temos direitos iguais a tod@s os outros cidadãos.
Porque amamos,
E somos livres para Amar....

Sejam tod@s muito felizes!
E Viva o Orgulho Gay!

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Salmo 102/103.

O Senhor é bondoso, compassivo e carinhoso.


Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
e todo o meu ser, seu santo nome!
Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
não te esqueças de nenhum de seus favores!

Pois ele te perdoa toda culpa
e cura toda a tua enfermidade;
da sepultura ele salva a tua vida
e te cerca de carinho e compaixão.

Não fica sempre repetindo as suas queixas
nem guarda eternamente o seu rancor.
Não nos trata como exige nossas faltas
nem nos pune em proporção às nossas culpas.

Quanto os céus por sobre a terra se elevam,
tanto é grande o seu amor aos que o temem;
quanto dista o nascente do poente,
Tanto afasta para longe nossos crimes.
(Liturgia da Igreja)

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A concessão do perdão.

Domingo da 24ª Semana.


Tudo na vida humana passa pelo necessário processo de construção e, portanto,  de igual forma o perdão. É difícil, é doloroso, é exigente. Constitui uma oportunidade de alcançar a reconciliação e a reconstrução da Justiça e da Paz. As primeiras comunidades se depararam com muitas situações urgentes e guardaram a tradição compilada para a solução dos conflitos a este respeito. Estamos em Mt 18,21-35:

Naquele tempo, 21 Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” 22 Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23 Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24 Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. 25 Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e seus filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. 26 O empregado, porém, caiu aos pés do patrão, e prostrado, suplicava: “Dá-me um prazo! e eu te pagarei tudo”. 27 Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28 Ao sair dali, aquele empregado encontrou um de seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: “Paga o que me deves”. 29 O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: “Dá-me um prazo! e eu te pagarei”. 30 Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que ele pagasse o que devia. 31 Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 32 Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: “Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. 33 Não devias tu também, ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?” 34 O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35 É assim que meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”.



O perdão custa, igualmente, a quem o dá e a quem o recebe. É difícil, é oneroso, é eficaz, é ilimitado. Encerra as contendas e faz com que as partes sigam adiante. Somos livres para concedê-lo, para recebê-lo e perpetuá-lo. Na leitura que nos foi posta, custou uma fortuna àquele patrão que perdoou o servo. Era muito dinheiro. Ele compadeceu-se da sua súplica e da situação em que estava mergulhado. Tocado, o perdoou e arcou com o prejuízo. Custou-lhe, e muito! O perdão tem um custo, às vezes enorme para aquele que o concede, porém a sua concessão o alivia no peso da existência e o faz seguir adiante no Caminho. A questão posta é se desejamos arcar com o custo, de igual forma que patrão referenciado no relato. Fazer o bem, sempre trás algum custo. Estamos dispostos a arcar com estes custos? Já quem o recebe, por seu turno, tem que aprender com a cadeia da Graça e do Amor, que não pode ser retida e deve, na primeira oportunidade, passá-la adiante. Não se pode ter a sede saciada, para logo em seguida. negar da mesma água que mata a sede d@ irm@s. Quem o recebe gratuitamente, de igual forma tem de passá-la adiante. A Graça não pode ser retida, seria inútil como tentar manter a água por entre os dedos. E o que aconteceu nessa estória?Aquele que teve uma fortuna perdoada, logo após receber o perdão da sua dívida, uma verdadeira fortuna, ao encontrar outra pessoa de igual condição à sua, porém valor ínfimo, buscou a vingança e jogou-o na prisão. O patrão, tomado, de fúria, por seu turno, mandou buscar o servo e mandou torturá-lo. Em ambas as hipóteses, com o intuito de reaver o valor da dívida e sanar o prejuízo. A estória para por aí! Deixa a nós as comparações e as possibilidades de reflexão para a sua conclusão. Nos deparamos aqui com o instituto da força e da vingança que a nada levou, em ambas as hipóteses, muito menos ao recebimento da dívida e ao restabelecimento do equilíbrio. Pagar por coação da prisão e por tortura é degradante para ambos os envolvidos, e induz à violência e à vingança, instituto que não poderia ser aceito e justificável pelos seguidores do Reino. Através dos séculos, este foi o modo humano de resolver as suas disputas: pela coação, pela dor, pela prisão. Para as primeiras comunidades dos seguidores deveria ser diferente. Nem senhor, nem patrão; nem dívidas,  nem cobranças; nem prisões e nem torturas. O cerne está na ameaça final à quem assim  proceder. Não provoque a dor ou o sofrimento. Você será responsável pelo bem, de igual forma que o será pelo mal que fizer. A construção de uma nova realidade nas relações sociais pressupõe custos para aqueles que se põem a Caminho. Não é fácil para ninguém, pois apenas a certeza da Esperança no mundo novo é que serve de consolo e guia. Viver o Reino é um processo constante de perdão e de crescimento. Em determinado país da América, foi firmado um acordo de paz, após cinquenta anos de guerra civil. Houveram muitas mortes, muitas dores e muitos ódios, que aguardam a oportunidade de serem curados. O custo em vidas ceifadas e mutiladas foi muito alto, certamente será muito exigente o perdão. Cada pessoa tem o seu tempo próprio. Não é fácil para quem quer que seja, porém a Reconciliação e a Justiça, são as únicas passagens à Paz. Não existem atalhos. Reflitamos a respeito da nossa vida e do nosso agir.O Senhor é bondoso, compassivo e carinhoso (Sl 102/103). Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s! 

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