Quarta-feira da 21ª Semana
Encontramos aqui um Jesus, bastante incisivo no combate à hipocrisia e à injustiça. Aliás, esta sempre foi a tônica do seu ministério: a Justiça e a Verdade. Não vemos aqui uma postura adocicada diante da dura realidade humana. Temos sim, uma postura profética e necessária para desmascarar as mentiras, que escravizavam e submetiam o povo, através das artimanhas dos espertos representantes da hegemonia dominante. Vejamos em Mateus 23,27-32, o discurso que a tradição compilada das comunidades, coloca na boca do Mestre:
27 “Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós sois como sepulcros caiados: por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão! 28 Assim também vós: por fora, pareceis justos diante dos outros, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e injustiça. 29 Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós construís sepulcros para os profetas e enfeitais os túmulos dos justos, 30 e dizeis: “Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos sido cúmplices da morte dos profetas”. 31 Com isso, confessais que sois filhos daqueles que mataram os profetas. 32 Completai, pois, a medida de vossos pais!”
E não poderia deixar de ser incisivo e verdadeiro, diante do recrudescimento da injustiça social instalada. O Nazareno os acusa diretamente como responsáveis pela morte dos profetas e continuadores de um ciclo de dominação. Mudaram apenas as gerações, porém o mesmo propósito continuava travestido de "novo". Quem pesquisa a história política de determinado país, verá certamente que por ali os "partidos" ou "agremiações" apenas mudam de nome; enquanto a elite passa a sucessão de pai para filho, mantendo o 'DNA', nome de família e os privilégios da única classe representada. A hipocrisia das relações politicas e sociais com o coletivo da população é escancarado pelo Mestre. Ali encontramos o desnudamento do sistema opressor que estende os seus tentáculos e sufoca a base da pirâmide social. Estamos diante de uma realidade mentirosa, que traduz a raiz do conflito instalado na sociedade e denunciado como pecado pelo Carpinteiro. Imaginemos e tentemos aquilatar como estas palavras tiveram peso e causaram o furor dos poderosos contra o Homem de Nazaré. O anúncio-denúncia do Reino contra as injustas estruturas saltavam das bocas dos profetas e traduziam a realidade. Pensemos em nós e nos papéis por nós desempenhados. Como nos colocamos em meios à esta realidade? Somos fariseus ou profetas? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!
(Ir. António)
Imagem colhida na internet. Autoria não conhecida.
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