Domingo da 19ª Semana.
O medo por vezes nos paralisa e faz-nos afundar nas procelas do caminho, ao longo da nossa existência. Quem já não embarcou em algum projeto que começou a fazer água abaixo dos seus pés? Quantas vezes na nossa vida não sentimos medo diante do mar agitado? Quantas vezes não fomos acossados, tomados e intimidados por realidades que nas quais estávamos imersos? A experiência de Pedro, registrada pela tradição e, posteriormente, transcrita, nos traz esta mensagem. Estamos falando de Mt 14,22-33, cujo texto revisitamos, mais uma vez. Esta experiência foi marcante, para ele, e fez-me recordar o meu primeiro contato com o mar. Fui levado, em tenra idade, para o meu primeiro banho de mar. E qual não foi o meu medo, diante da sua imensidão e das suas ondas, que fiquei paralisado pelo medo, que se apoderou de mim. Vivi uma terrível experiência e agarrei-me a minha avó Lourdes, com a força dos quase-afogados, aos gritos e em prantos. Tinha entre três e quatro anos de idade, já se passaram 53 anos, e parece que ocorreu no dia de ontem, tão bem esta lembrança se encontra registrada. A nossa existência traz estas experiências marcantes, que passam a fazer parte da nossa história. A confiança na mensagem, no Mestre e nos seus ensinamentos poderá fazer-nos vencedores da situação, pela qual estamos acuados. No mais das vezes os seres humanos testam os limites e excedem as suas possibilidades, em contraposição a se encontrarem premidos. É o que aqui ocorre no mais das vezes, quando a nossa imaturidade, cheia de boas intenções, nos coloca em situações de risco: "28 Então Pedro lhe disse: "Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água"." A pedagogia de Jesus é bastante clara: "29 E Jesus respondeu: "Vem!" Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. 30 Mas, quando sentiu o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: "Senhor, salva-me!". Ao permitir que Pedro fosse ao seu encontro, naquelas condições, oportunizou-lhe a experiência de testar os seus próprios limites e atingir um patamar superior de amadurecimento. As nossas tentativas ou "fracassos" não devem fazer-nos medrosos na construção de uma nova realidade, porém mais preparados para os enfrentamentos. Nada de desânimo ou desespero! Procuremos aprender com os nossos próprios erros, para seguirmos adiante na transformação da realidade e na construção do Reino, por um lado, e por outro nos despirmos da humana arrogância de detentores da verdade absoluta, com um cunho individualista e egoísta, em prol de uma verdade equilibrada na realidade do coletivo e do social. "31 Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: "Homem fraco na fé, por que duvidaste?"" Busquemos encontrar e segurar na mão do Senhor, que sempre estará estendida para ajudar-nos na superação dos infortúnios que ocorrem na estrada da Vida. Que os projetos, não sejam os nossos, porém os que forem inspirados, e na medida das nossas capacidades e aptidões, para a contribuição de um coletivo voltado para a evolução da humanidade. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!
Imagem colhida na internet. Autoria não conhecida.
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