Domingo da 21ª Semana.
Será que temos a resposta para esta pergunta de Jesus: "E vós, quem dizeis que eu sou?" Estamos no texto compilado pela tradição em Mt 16,13-20. Cremos ter sido uma questão muito importante, que posta ao longo dos primeiros tempos e muito discutida pelas seguidores que iniciavam a formação das comunidades, em propagação ao Movimento do Carpinteiro. Havia a necessidade de reafirmar a condição divina do Mestre, após os horrores da sua execução, para que tudo aquilo tivesse um sentido de redenção para os posteriores seguidores. A Vida do Carpinteiro não foi fácil ou cômoda, de igual forma não seria a dos novos seguidores e das comunidades por estes fundadas. Caracterizavam-se como lugar de celebração, partilha, encontro e resistência. A simples menção do Seu Nome, já identificava o foco de resistência. O sacrifício do Mestre, a sua execução horrenda e a sua morte de cruz, passaram a ser celebrada em memorial, com a partilha do pão e do vinho, no aguardo da Páscoa e do Reino. Em nome do Mistério da Fé, o luto virou luta! Os seus ensinamentos passaram por compilações, a partir das tradições orais da lembrança de Suas Palavras. A ideia de salvação tomou uma força sem igual, no sentido de libertação, vitória, proteção, saúde ou preservação! A vitória de Jesus, passou a significar a vitória do povo, sobre todas as situações que os oprimiam e os escravizavam. A repressão não conseguiu conter a propagação e a mensagem espalhou-se por todo o mundo conhecido. Da mesma forma que a água, fecundou as idéias e sentimentos de igualdade, de liberdade, de justiça e de paz existentes nas mentes e nos corações dos povos escravizados e das vítimas da violência, impostas pelos poderosos e classes dominantes ao longo da história. A mensagem do Nazareno é portadora de Esperança, pois o seu conteúdo emerge do cotidiano dos empobrecidos. Nada tem a ver com a suntuosidade dos imensos templos ou com a riqueza de paramentos. A mensagem de Jesus é dirigida apenas ao âmago da alma e das necessidades básicas da dignidade humana. A satisfação destas necessidades básicas e o respeito ao ser humano estão presentes em toda a sua pregação e do seu agir dentro da história. Não é à toa que a tradição da comunidade põe na boca de Pedro, o registro compilado do reconhecimento da sua Divindade. Desde os primórdios, a fé dos judeus levam ao D-us que age e intervém na história dos homens. De igual forma, todos os profetas buscaram anunciar o Reino e mudar o rumo da realidade humana. A radicalidade de Jesus o coloca junto ao Pai, numa profunda comunhão, cuja identidade se funde, da mesma forma que a Palavra se corporifica na Ação do Verbo Encarnado, como expressão do Divino-Amor. Apesar da construção parecer filosófica, é esta a explicação encontrada para descrição da experiência profunda, vivida pelos seus seguidores nos primórdios das comunidades. Esta experiência mudou radicalmente a Vida daquelas pessoas e as motivaram a grandes gestos de intervenção na realidade e mudança de rumo da história humana. O agir daquelas pessoas passou a refletir as ações do Mestre de Nazaré. E a sua Palavra sobreviveu, pois foi transformada em Ação. E a quantas anda a nossa Vida e o nosso agir? Para nós quem é e o que representa Jesus de Nazaré? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!
(Ir. Emmanuel)
Imagem colhida na internet. Autoria não conhecida.
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