terça-feira, 29 de agosto de 2017

As armadilhas das circunstâncias.

Terça-feira da 21ª Semana.


A tradição traz até aos nossos dias o relato da execução de João, o Batista, precursor e primo de Jesus. A compilação contida em Marcos 6,17-29, nos mostra as conspirações e articulações palacianas nos círculos do poder da hegemonia dominante. A profecia nos leva ao embate com o que é injusto e ilegítimo, pois aí se encontra o indutor da desigualdade social que fomenta os males contra o povo. João Batista estava preso como consequência de seu agir e denúncia contra os poderosos de então, ou seja, representado pelo mandatário e sua corte de asseclas.  A raiz do conflito instalado e que provocou a prisão de João, não era de ordem moral no sentido tão propalado, estava, porém no ângulo da vaidade e do poder que cega o homem e o leva a desejar e realizar aquilo que não é lícito. Ao poder do mandatário não havia limite! Era possuído pela vaidade e pelo ambiente de bajuladores da sua corte. Na realidade era prisioneiro das suas próprias ordenações. Extorquia do povo e era extorquido pelos seus 'sócios' de organização criminosa. Não estavam ao serviço da sociedade e do coletivo, antes porém tinham como único objetivo a satisfação dos seus interesses mais mesquinhos.  É nesse caudal que se encontra o profeta e o agir profético que denuncia e não cala em face do mal, do grave e do injusto. O poderoso rei tinha consciência da justiça e da verdade nas palavras de João e gostava de ouvi-lo. Não foi capaz, porém de admitir publicamente os seus erros e buscar o Caminho da Justiça. Sucumbiu à própria vaidade e fascínio pela ilusão do poder e matou o Justo. A execução de João Batista clamou aos céus, por caracterizar o cometimento livre e consciente de um crime contra uma inocente criatura, profeta e justo diante do Pai. O rei o sabia! Sucumbiu à vaidade e permitiu ser utilizado pelo poder e pelas intrigas palacianas que se serviam do poder em proveito próprio. Reflitamos a respeito da nossa própria vida e da nossa relação com o poder e o coletivo. Como nos portamos no exercício do poder? Qualquer que seja este poder? Sucumbimos a nossa própria vaidade? Temos consciência do nosso agir? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Autoria não conhecida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário