quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Zelar pela vida é missão.

Quinta-feira da 21ª Semana


A reflexão de hoje nos desperta para a responsabilidade com as dádivas e o zelo pela missão, que recebemos ao longo do Caminho. A questão é abordada em Mateus 24,42-51. Somos administradores e cuidadores de um patrimônio imenso que nos foi confiado em Vida. Temos a responsabilidade de viver e de bem cuidar das Graças com as quais fomos aquinhoados. Não as desperdicemos ao longo do Caminho! Aprendamos a reconhecer a Vida, como uma oportunidade de alcançar o conhecimento e de ascensão na trilha evolutiva. Estejamos atentos para não desperdicemos o dom da Vida que consiste no tempo presente. O sentido da existência humana encontra-se no viver bem o presente. Não deitemos fora a Graça que nos foi oportunizada. Certamente, chegará o momento em que passará diante dos nossos olhos e teremos a oportunidade de reflexão a respeito do Caminho trilhado. Faremos muitas perguntas ao examinar o tempo passado. O que fiz da dádiva que me foi confiada? O que fiz das oportunidades que me foram dadas? Como zelei pelo tesouro pelo qual me tornei responsável? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!
(Ir. José)

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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Transparência e verdade.

Quarta-feira da 21ª Semana


Encontramos aqui um  Jesus, bastante incisivo no combate à hipocrisia e à injustiça. Aliás, esta sempre foi a tônica do seu ministério: a Justiça e a Verdade. Não vemos aqui uma postura adocicada diante da dura realidade humana. Temos sim, uma postura profética e necessária para desmascarar as mentiras, que escravizavam e submetiam o povo, através das artimanhas dos espertos representantes da hegemonia dominante. Vejamos em Mateus 23,27-32, o discurso que a tradição compilada das comunidades, coloca na boca do Mestre:

27 “Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós sois como sepulcros caiados: por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão! 28 Assim também vós: por fora, pareceis justos diante dos outros, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e injustiça. 29 Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós construís sepulcros para os profetas e enfeitais os túmulos dos justos, 30 e dizeis: “Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos sido cúmplices da morte dos profetas”. 31 Com isso, confessais que sois filhos daqueles que mataram os profetas. 32 Completai, pois, a medida de vossos pais!” 

E não poderia deixar de ser incisivo e verdadeiro, diante do recrudescimento da injustiça social instalada. O Nazareno os acusa diretamente como responsáveis pela morte dos profetas e continuadores de um ciclo de dominação. Mudaram apenas as gerações, porém o mesmo propósito continuava travestido de "novo". Quem pesquisa a história política de determinado país, verá certamente que por ali os "partidos" ou "agremiações" apenas mudam de nome; enquanto a elite passa a sucessão de pai para filho, mantendo o 'DNA', nome de família e os privilégios da única classe representada. A hipocrisia das relações politicas e sociais com o coletivo da população é escancarado pelo Mestre. Ali encontramos o desnudamento do sistema opressor que estende os seus tentáculos e sufoca a base da pirâmide social. Estamos diante de uma realidade mentirosa, que traduz a raiz do conflito instalado na sociedade e denunciado como pecado pelo Carpinteiro. Imaginemos e tentemos aquilatar como estas palavras tiveram peso e causaram o furor dos poderosos contra o Homem de Nazaré. O anúncio-denúncia do Reino contra as injustas estruturas saltavam das bocas dos profetas e traduziam a realidade. Pensemos em nós e nos papéis por nós desempenhados.  Como nos colocamos em meios à esta realidade?  Somos fariseus ou profetas? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s! 

(Ir. António)

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terça-feira, 29 de agosto de 2017

As armadilhas das circunstâncias.

Terça-feira da 21ª Semana.


A tradição traz até aos nossos dias o relato da execução de João, o Batista, precursor e primo de Jesus. A compilação contida em Marcos 6,17-29, nos mostra as conspirações e articulações palacianas nos círculos do poder da hegemonia dominante. A profecia nos leva ao embate com o que é injusto e ilegítimo, pois aí se encontra o indutor da desigualdade social que fomenta os males contra o povo. João Batista estava preso como consequência de seu agir e denúncia contra os poderosos de então, ou seja, representado pelo mandatário e sua corte de asseclas.  A raiz do conflito instalado e que provocou a prisão de João, não era de ordem moral no sentido tão propalado, estava, porém no ângulo da vaidade e do poder que cega o homem e o leva a desejar e realizar aquilo que não é lícito. Ao poder do mandatário não havia limite! Era possuído pela vaidade e pelo ambiente de bajuladores da sua corte. Na realidade era prisioneiro das suas próprias ordenações. Extorquia do povo e era extorquido pelos seus 'sócios' de organização criminosa. Não estavam ao serviço da sociedade e do coletivo, antes porém tinham como único objetivo a satisfação dos seus interesses mais mesquinhos.  É nesse caudal que se encontra o profeta e o agir profético que denuncia e não cala em face do mal, do grave e do injusto. O poderoso rei tinha consciência da justiça e da verdade nas palavras de João e gostava de ouvi-lo. Não foi capaz, porém de admitir publicamente os seus erros e buscar o Caminho da Justiça. Sucumbiu à própria vaidade e fascínio pela ilusão do poder e matou o Justo. A execução de João Batista clamou aos céus, por caracterizar o cometimento livre e consciente de um crime contra uma inocente criatura, profeta e justo diante do Pai. O rei o sabia! Sucumbiu à vaidade e permitiu ser utilizado pelo poder e pelas intrigas palacianas que se serviam do poder em proveito próprio. Reflitamos a respeito da nossa própria vida e da nossa relação com o poder e o coletivo. Como nos portamos no exercício do poder? Qualquer que seja este poder? Sucumbimos a nossa própria vaidade? Temos consciência do nosso agir? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Abrir o Reino dos Céus a tod@s.

A leitura de hoje nos leva a reflexão da postura profética que o Mestre ensina aos seus seguidores. Aos seguidores não cabe um papel "adocicado", "insipido" ou alienado, em face de uma realidade espúria. Estamos a recordar o episódio guardado pela tradição das primeiras comunidades, compilado em  Mt 23,13-22:

Naquele tempo, disse Jesus: 13"Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós fechais o Reino dos Céus aos homens. Vós porém não entrais, 14 nem deixais entrar aqueles que o desejam. 15 Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós percorreis o mar e a terra para converter alguém, e quando conseguis, o tornais merecedor do inferno, duas vezes pior do que vós.  16 Ai de vós, guias cegos! Vós dizeis: 'Se alguém jura pelo Templo, não vale; mas, se alguém jura pelo ouro do Templo, então vale!' 17 Insensatos e cegos! O que vale mais: o ouro ou o Templo que santifica o ouro? 18Vós dizeis também: 'Se alguém jura pelo altar, não vale; mas, se alguém jura pela oferta que está sobre o altar, então vale!' 19 Cegos! O que vale mais: a oferta, ou o altar que santifica a oferta? 20 Com efeito, quem jura pelo altar, jura por ele e por tudo o que está sobre ele. 21 E quem jura pelo Templo, jura por ele e por Deus que habita no Templo. 22 E quem jura pelo céu, jura pelo trono de Deus e por aquele que nele está sentado".


O anúncio-denúncia é parte indissociável da pregação de Jesus. A hipocrisia é constantemente combatida pelo seu discurso. A mensagem do Mestre é centrada na possibilidade da abertura do Reino a tod@s os que o buscam de coração sincero, na plenitude do Amor e do Serviço aos irm@s, qualquer um, não importando a condição humana de excluído, marginalizado ou empobrecido. O Amor do Pai a tod@s acolhe, abarca e envolve. É incondicional! É desprovido de preconceito. É inclusivo em todos os seus aspectos.  O Amor do Pai flui pela Terra e dignifica a Criação na sua integralidade. Não há espaços para preconceitos, diferenças ou dissensões. O Reino não é para alguns e não pertence a alguns, porém constitui um bem de tod@s. A comunidade, a assembléia, a ekklesía constitui a instância da celebração, da gestão, da Páscoa dos seguidores e encontro com o Mestre. Reflitamos  o dom de Amor do Pai pela Humanidade, para muito além das nossas limitações. Abramo-nos para a Profecia! Abramos o Reino para tod@s os humanos, sem qualquer distinção de gênero, raça, credo religioso, coloração politica, classe ou orientação sexual. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!
Não poderia deixar de mencionar estes exemplos de bispos-profetas abriram as portas do Reino a tod@s, com as suas vidas, com o agir e o exemplo. É festa no céu! Celebremos a nossa gratidão pela bênção em nossas vidas e na vida dos empobrecidos que foi Dom José Maria Pires. Ontem, 27 de agosto, retornou à Casa do Pai. Nesta mesma data, em 1999, retornou Dom Hélder Câmara; em 2006, Dom Luciano Mendes.  Mistérios da Vida e do Amor, foram nesta Terra, consagrados à causa do Reino, bispos-profetas da dignidade humana,  entenderam a radicalidade do compromisso de Jesus com os empobrecidos, marginalizados e excluídos da sociedade. Levaram a Boa Nova a tod@s!

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domingo, 27 de agosto de 2017

Senhor vos ofertamos.

Celebramos neste Domingo a Fé...
Ao final deste dia, que esta seja a nossa oração.
Boa noite a tod@s!

"Senhor vos ofertamos em súplice oração
: o cálice com vinho e na patena o pão:
O pão vai converter-se na carne de Jesus
: e o vinho será o sangue que derramou na Cruz:
Senhor vos damos tudo, nosso pesar e gozo,
: nossa alegria e dores, trabalhos e repouso:
Amigos e parentes, os vivos e defuntos
: em torno a vossa mesa estamos sempre juntos:"


"E vós, quem dizeis que eu sou?"

Domingo da 21ª Semana.


Será que temos a resposta para esta pergunta de Jesus:  "E vós, quem dizeis que eu sou?" Estamos no texto compilado pela tradição em Mt 16,13-20. Cremos ter sido uma questão muito importante, que posta ao longo dos primeiros tempos e muito discutida pelas seguidores que iniciavam a formação das comunidades, em propagação ao Movimento do Carpinteiro. Havia a necessidade de reafirmar a condição divina do Mestre, após os horrores da sua execução, para que tudo aquilo tivesse um sentido de redenção para os posteriores seguidores. A Vida do Carpinteiro não foi fácil ou cômoda, de igual forma não seria a dos novos seguidores e das comunidades por estes fundadas. Caracterizavam-se como lugar de celebração, partilha, encontro e resistência. A simples menção do Seu Nome, já identificava o foco de resistência. O sacrifício do Mestre, a sua execução horrenda e a sua morte de cruz, passaram a ser celebrada em memorial, com a partilha do pão e do vinho, no aguardo da Páscoa e do Reino. Em nome do Mistério da Fé, o luto virou luta! Os seus ensinamentos passaram por compilações, a partir das tradições orais da lembrança de Suas Palavras.  A ideia de salvação tomou uma força sem igual, no sentido de libertação, vitória, proteção, saúde ou preservação! A vitória de Jesus, passou a significar a vitória do povo, sobre todas as situações que os oprimiam e os escravizavam. A repressão não conseguiu conter a propagação e a mensagem espalhou-se por todo o mundo conhecido. Da mesma forma que a água, fecundou as idéias e sentimentos de igualdade, de liberdade, de justiça e de paz existentes nas mentes e nos corações dos povos escravizados e das vítimas da violência,  impostas pelos poderosos e classes dominantes ao longo da história. A mensagem do Nazareno é portadora de Esperança, pois o seu conteúdo emerge do cotidiano dos empobrecidos. Nada tem a ver com a suntuosidade dos imensos templos ou com a riqueza de paramentos. A mensagem de Jesus é dirigida apenas ao âmago da alma e das necessidades básicas da dignidade humana. A satisfação destas necessidades básicas e o respeito ao ser humano estão presentes em toda a sua pregação e do seu agir dentro  da história. Não é à toa que a tradição da comunidade põe na boca de   Pedro, o registro compilado do reconhecimento da sua Divindade. Desde os primórdios, a fé dos judeus levam ao D-us que age e intervém na história dos homens. De igual forma,  todos os profetas buscaram anunciar o Reino e mudar o rumo da realidade humana. A radicalidade de Jesus o coloca junto ao Pai, numa profunda comunhão, cuja identidade se funde, da mesma forma que a Palavra se corporifica na Ação do Verbo Encarnado, como expressão do Divino-Amor.  Apesar da construção parecer filosófica, é esta a explicação encontrada para descrição da experiência profunda, vivida pelos seus seguidores nos primórdios das comunidades. Esta experiência mudou radicalmente a Vida daquelas pessoas e as motivaram a grandes gestos de intervenção na realidade e mudança de rumo da história humana. O agir daquelas pessoas passou a refletir as ações do Mestre de Nazaré. E a sua Palavra sobreviveu, pois foi transformada em Ação. E a quantas anda a nossa Vida e o nosso agir? Para nós quem é e o que representa Jesus de Nazaré? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!  
(Ir. Emmanuel)

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sábado, 26 de agosto de 2017

Quem será exaltado?

Sábado da 20ª Semana.


Diante da síntese compilada pela tradição das primeiras comunidades, certamente este trecho causou perplexidade, esperança e alento na luta ao longo do Caminho. Estamos em Mt 23 , 1-12. O lugar da mensagem é o local da denúncia. Não há uma dissociação da realidade. O Carpinteiro, neste cenário fala às multidões e ao círculo de seguidores mais próximos. Não há meias palavras, o Mestre "põe o dedo" na ferida exposta e conscientiza o povo em relação a hegemonia da elite dominante, a qual busca manter o povo escravizado com os seus pesados fardos "legislativos" e interpretações esdrúxulas que apenas beneficiam a uma horda de privilegiados, em detrimento da coletividade e da igualdade de direitos. Não é à toa que o discurso de Jesus é bastante enfático e não deixa dúvidas quanto à situação posta, constitui um anúncio-denúncia com potencial bastante explosivo, por ser carregado de verdade, reconhecendo a autoridade estabelecida e condenando as suas práticas eivadas de descaminhos:

2 “Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. 3 Por isso, deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. 4 Amarram pesados fardos e os colocam nos ombros dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo. 5 Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros. Eles usam faixas largas, com trechos da Escritura, na testa e nos braços, e põem na roupa longas franjas. 6 Gostam de lugar de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas. 7 Gostam de ser cumprimentados nas praças públicas e de serem chamados de Mestre. 8 Quanto a vós, nunca vos deixeis chamar de Mestre, pois um só é vosso Mestre e todos vós sois irmãos. 9 Na terra, não chameis a ninguém de pai, pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. 10 Não deixeis que vos chamem de guias, pois um só é vosso Guia, Cristo. 11 Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. 12 Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.


Alguma semelhança com a atuação de alguns grupos em nossos dias, verdadeiras "organizações criminosas"? Pensemos! Olhemos ao nosso derredor! Quantos estão denunciados à Justiça! Embalados pelo egoísmo e ambição, levam milhões ao desespero, a fome e a miséria. Sequestrando os direitos fundamentais do povo a educação, a saúde e a moradia. O povo passa fome!!! É o que voltamos a ver no nosso cotidiano com o corte nos programas sociais e o aumento de moradores de rua. Até quando Senhor os poderosos escarnecerão de Vós, através do vosso povo?  Verdadeiras fortunas, em impostos que somam vultosas dívidas, são perdoadas aos ricos e poderosos, enquanto até o salário mínimo, que é ínfimo e não garante as necessidades básicas de sobrevivência, é reduzido. Por qual razão é mais "fácil" tirar dos pobres e despossuídos? Dívidas milionárias não são cobradas aos poderosos e a previdência social é reduzida cada vez mais em todos os  seus benefícios. Economizam às custas dos empobrecidos. A aposentadoria se torna um sonho inatingível para os pobres, para os quais há a necessidade de trabalhar pesado desde a mais tenra idade e não conseguem atingir o limite mínimo de idade para a concessão do benefício; morrem antes ou lá chegam com muita dificuldade e desde há muito sem forças para o desempenho das suas atividades,  que são bastantes pesadas. Aqueles que sucateiam a educação pública, mantêm seus filhos nas escolas privadas e caras destinadas à elite. Aqueles que administram o sistema de saúde, não o utilizam, buscando os seguros e planos de saúde, além de tratamento de médicos e hospitais particulares. Aqueles que fixam o quantum do salário mínimo, não vivem com estes valores, ao contrário, recebem, trinta ou quarenta vezes mais, criando um imenso fosso entre eles e os pobres. Aqueles que se refestelam nos banquetes,  não conhecem os parcos alimentos que chegam à mesa dos pobres e nunca sentiram o espectro da fome e da subnutrição. Aqueles que moram em mansões, verdadeiros palácios, sequer imaginam as agruras pelas quais passam os moradores de rua, de favelas ou de palafitas. O lidar com estas injustiças é o cerne do discurso de Jesus. O Reino representa a luta pela Justiça e Igualdade para tod@s; a Esperança que alimenta os embates pela mudança da realidade; a utopia de que um mundo novo é possível a partir do aqui e do agora. Jesus não fecha os olhos com a situação de injusta e hipocrisia na qual a sociedade está mergulhada. Ele a confronta, não a partir de uma pregação pseudo-moralista, porém da denúncia das injustiças e do anúncio da possibilidade de mudança dessa realidade em conformidade com os valores do Reino: Paz como fruto da Justiça e, a partir daí,  a Igualdade de filhos do Pai Criador. O discurso é bastante claro e não deixa dúvidas ou espaço para tergiversações. E quanto a nós? Como nos colocamos diante da nossa realidade? Como nos posicionamos? Como nos portamos? Qual a nossa prática?  Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

O milagre do amanhecer...

Gosto do amanhecer.
Que beleza!
A singeleza, delicadeza e sutileza... da Luz.
O prenuncio de que o Sol está por nascer.

Sejam os dias ensolarados, nublados ou chuvosos...
Discrição e firmeza.
O recado é bastante claro:
O Sol, sempre está para chegar.

A ilusão humana, por vezes leva-nos a pensar:
Será que o Sol desapareceu?
Claro que não, seu bobinho:
Estava onde os teus olhos não podiam alcançar.

A Luz, sempre presente,
Manifesta-se a cada manhã.
Agradeçamos também nós,
Por este presente de amor.

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A melhor oração é amar.

Sexta-feira da 20ª Semana.


No texto se hoje, o Mestre, acossado pelas correntes políticas do judaísmo produz uma das maiores pérolas com a Divina  Sabedoria. Estamos falando do episódio relatado em Mt 22,34-40:


36 ”Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” 37 Jesus respondeu: “ “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento” 38 Esse é o maior e o primeiro mandamento. 39 O segundo é semelhante a esse: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. 40 Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos”.

Note-se primeiramente, que os saduceus estavam em grupo; segundo, a provocação ocorre em público; terceiro, a indagação e a resposta tem um sentido coletivo e social. Propagar que se ama a D-us é fácil, nos custa apenas três palavras, deixando-nos num lugar social aceitável e com aspecto de "bom moço". É abstrato, descomprometido e leve. O reverso de tudo isso e o grande desafio é amar, no concreto do cotidiano e no chão de nossa realidade, aos companheir@s e irm@s ao longo do Caminho da Vida. Não é desarrazoado dizer da imensa dificuldade criada para a convivência e relações sociais,  quando os projetos pessoais derivam do egoísmo e da luta pelo poder. O que nos move em direção ao outro? Já fizemos esta pergunta a nós mesmos no íntimo do nosso existir? Quais os interesses que afrontam a unidade e a dignidade do outro? Qual a diferença entre o Divino que é abstrato e o humano que é concreto? O Amor existe no caudal da Vida e nela eleva o homem à patamares superiores da evolução. O amor é concreto e comprometido; gera Vida e esparrama para o Mundo; não é egoísta ou seletivo; dignifica e dá  sentido a existência humana; faz a Vida valer a pena. Reflitamos a respeito disso e busquemos cultivar o amor no chão da nossa existência, dignificando o ser humano.  O amor a D-us apenas terá algum sentido se for concretizado em meio à humanidade, pois fora dela não terá qualquer existência ou significado. Se não sabes amar, qual o sentido de orar? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Coisas maiores que estas verás!

Quinta-feira da 20ª Semana.


Quando trilhamos no Caminho ao longo vida, no mais das vezes desprezamos ou simplesmente ignoramos, os sinais que nos são dados a cada passo. Natanael era um homem sincero e sem falsidade e, em assim sendo, expressou todo o seu desprezo em relação ao Mestre, pois a sua origem não o recomendava:

45 Filipe encontrou-se com Natanael e lhe disse: “Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e também os profetas: Jesus de Nazaré, o filho de José”.  46 Natanael disse: “De Nazaré pode sair coisa boa?” Filipe respondeu: “Vem ver!” 

Ao nosso humano sentir, somos condicionados por uma sociedade baseada na espoliação do capital e na luta desavergonhada pelo poder, alimentada pela corrupção, que retira o pão, a saúde, a habitação e os diretos mais fundamentais do alcance dos empobrecidos e trabalhadores. Tudo é sacrificado no altar do deus "Mercado". Necessitamos, urgentemente, acreditar na força dos pobres e das periferias da existência humana: nossos iguais. Basta de "salvadores" encomendados à mídia. Já tivemos muitos exemplos ao longo da história, verdadeiros deuses de pés de barro. A história preservada pelas primeiras comunidades de seguidores nos mostra que o Caminho nos aponta do centro para a periferia.  É lá que o Pai fez os seus prodígios: D-us e os profetas que agiram na história, o fizeram em meio aos escravizados, espoliados e injustiçados, trazendo a libertação; o Filho nasceu numa estrebaria em meio aos pobres e num comedouro de animais, na periferia de Belém, subvertendo a ordem estabelecida e deslocando o poder dos reis, que foram ao seu encontro; vale lembrar, ainda, que o Carpinteiro foi criado na longínqua e miserável Nazaré, incrustada numa terra que era berço de inúmeras revoltas e de líderes executados;por fim, o Filho de José, se fez classe na oficina que nada mais era que um "fundo de quintal" ou  "pé de escada", como hoje conhecemos, que abrigava os serviços de um  "faz tudo" ou "biscateiro". Não é à toa que Jesus não desmente Natanael, antes, porém  mostra-lhe o que era de outro modo, para além da tacanha visão da hegemonia  dominante de então:


48 Natanael perguntou: “De onde me conheces?” Jesus respondeu: “Antes que Filipe te chamasse, enquanto estavas debaixo da figueira, eu te vi”. 49 Natanael respondeu: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel”. 50 Jesus disse: “Tu crês porque te disse: Eu te vi debaixo da figueira? Coisas maiores que esta verás!” 


Levemos esta lição para as nossas relações sociais e percebamos quão preconceituosos somos e o quanto vivemos imersos em nossas discriminações, sejam decorrentes da xenofobia, do gênero, da raça, da cor, da sexualidade, de classe, de tudo... e até de torcida de futebol. Precisamos olhar além das divisões que são alimentadas e não têm qualquer sentido para a Criação do Pai, pois todos somos filhos. Em determinado país, um ex-operário chegou a chefe estado, mostrando o seu carisma e a força dos trabalhadores. Lá foi cercado pela vassalagem interesseira de plantão: as velhas oligarquias. Dentro de um sistema extremamente injusto, passou a criar projetos de distribuição de renda e de inclusão social, retirando milhões de pessoas da linha da fome e da miséria,  sendo  elogiados e copiados por vários países. Os excluídos passaram a ter acesso a habitação e educação. Filhos de gari e de faxineira, negros e empobrecidos, passaram a ter ingresso nos cursos superiores, antes frequentados pela elite, que eram públicos e gratuitos, enquanto que para os privados financiou a entrada dos desprovidos financeiros. Fundou universidades, mais do que qualquer outro mandatário. Médicos estrangeiros foram enviados aos confins do país, onde os nacionais não tinham interesse em ir. Farmácias populares foram instituídas e muitos medicamentos foram subsidiados ou distribuídos gratuitamente. Linhas de crédito foram abertas para os pobres e os favelados. Nem tudo era perfeito, todos o sabemos. Com a crise econômica mundial vinda do exterior, os espoliadores e a mídia urdiram  um cânon de ódio aos empobrecidos e direcionaram a determinado partido; arranjaram uma forma de mudar a gerência, colocando as velhas raposas a pastorear o rebanho. E, o resto todos sabem como aconteceu. E, hoje sofrem as consequências. Muitos, não creram nos sinais de uma realidade mais justa e buscaram nas raízes do preconceito, o retrocesso que imaginaram que os garantiriam. Quantas vezes o nosso preconceito cerra os nossos olhos e nos levam à visões distorcidas?  Quantas vezes nos deixamos enganar ou sermos enganados pelo preconceito? A quem serve a nosso preconceito? Pensemos em nossas posições diante dessa realidade. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Saudades de D. Lourdes

Hoje, dia de Santa Rosa de Lima, em plena madrugada, há 24 anos, retornou à Casa do Pai, a minha avó Lourdes. Ela representou uma imensa bênção de amor, uma dádiva inestimável e um sinal da alegria em minha vida. Seguiu o seu Caminho na estrada do Eterno. Tenho a certeza de que não estamos sós, separados ou distantes. Estamos mais unidos do que nunca, na percepção da Graça da Vida, dádiva de Amor do Pai e na Alegria da aventura humana que é o tesouro de viver e de amar. Certamente, mais adiante, nos reencontraremos na estrada da evolução. Nada terá sido perdido, pois cada gota de Amor distribuído não é desperdiçado, o Amor é semeado e produz na proporção de cem por um. Rendo graças ao Pai, pela bênção da oportunidade de ter trilhado parte do Caminho da minha vida, ao lado dela. Exemplo de mulher no cuidar e zelar por aqueles que o Pai lhe confiou. Viveu com alegria e a sua alegria a tod@s contagiou. A sua luz não se extinguiu, pois o seu amor continua a arder em nossos corações e foi se integrar ao Amor que rege o universo. Foi uma luz em nossas vidas e a sua luz jamais se extinguirá, pois emanava da Luz do Pai e para Ele retornou. Até o feliz reencontro, amada avó Lourdes, minha Boinha. Continuo te amando, aplicando os teus ensinamentos, rindo com as tuas lembranças e feliz a recordar, com saudade, do tempo em que trilhamos juntos pela estrada das nossas existências. Foi um tempo inesquecível, que deixou uma saudade danada. O tempo passou rápido! A saudade é que não passa! A bênção minha avó! E a resposta ainda ecoa, em meu coração: "D-us te abençoe e te cubra de felicidade!" Amém!


O tesouro nos aguarda.

Quarta-feira da 20ª Semana.


O texto de hoje, Mt 13,44-46, torna a nos recordar o valor inestimável, inimaginável e indescritível do Reino. E quantas vezes nos deparamos com este momento em nossas vidas? A Graça do encontro não nos passa desapercebido! Temos de aprender a caminhar atentos pela Vida, sempre despertos e alertas, pois certamente teremos muitas oportunidades para esse encontro de Amor. A vida é uma grande dádiva que nos é dada pelo Pai e, durante este trilhar, somos aquinhoados de muitas jóias e pérolas que irão compor este magnífico tesouro que é a Vida. O Reino representa o Amor do Pai que age em nós e nos conduz segundo o Seu Projeto de Amor. Ao nos deparamos com a imensa fortuna que é a Vida,  percebemos o valor do ser humano que é a obra do Pai. A Graça do encontro, permite-nos viver, no já, no aqui e a partir do agora, o Reino que para tod@s foi preparado. Não há palavra ou valor que  o descreva, apenas através da experiência do sentir e do viver é que nos é possível alcançá-lo. Estejamos atentos para a infinidade de bênçãos, que a cada dia nos deparamos  no Caminho, pois elas compõem o tesouro inextinguível da Vida. A vida é sonho! A vida é dádiva! A vida é alegria! A vida é esperança! Estejamos atentos! Estejamos  agradecidos! Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!
(Ir. Jacinto)

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terça-feira, 22 de agosto de 2017

Haja o Senhor em nós!


Daquilo que aprendemos,
Daquilo que amamos,
Daquilo que cremos... 
Não ajamos diferente.


Daquilo que somos,
Daquilo que pensamos,
Daquilo que falamos...
Não ajamos diferente.



De tudo o que pensamos,
De tudo o que falamos,
De tudo o que façamos,
Haja o Senhor em nós!


Neste dia que chega,
Neste presente de hoje,
Neste agir diferente...
Haja o Senhor em nós!

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Para D-us nada é impossível.

Terça-feira da 20ª Semana.


A tradição trouxe até nós esta bela compilação, de onde podemos haurir três vertentes fundamentais a respeito do agir divino na história: a primeira, que ao Pai nada é impossível; a segundo, que o Reino, não terá fim, pois assim é o Amor, sem medidas ou limites de tempo e espaço; e, a terceira, a predileção pelos simples, humildes e desesperançados. O que tinha de especial, destaque ou proeminência,  uma jovem nos confins de Nazaré, naquele fim de mundo? Embora a tradição tenha tentado dar uma ascendência a Maria, que justificasse a sua escolha, na realidade ela teria passada desapercebida na história, tanto quanto uma imensa maioria de seres humanos. O que a destacou? E sua prima, Isabel?  O que esperar de uma mulher já madura, para os padrões da época, que esperara engravidar, por longos vinte anos? E que, justamente, por isso era discriminada! Os olhos da jovem Maria, certamente devem ter brilhado, tanto quanto o espanto tomou de assalto o seu coração. Quem sou eu para merecer tal convite ou predileção?  E, assim, o Mistério da Vida, levou-a à  integrar-se no Projeto do Reino, que começava ali, naquele momento e que não teria fim. Há vida em nossas vidas! É através delas que D-us age e as coisas acontecem. Aparentemente, não temos valor algum para os padrões da prepotência humana, porém somos infinitamente portadores da Graça e alvo do agir e intervir do D-us Pai na história, simplesmente por existirmos sobre a face da Terra. Tod@s, temos um inestimável valor e preciosidade diante D'Ele, estamos N'Ele e com Ele, somos D'Ele! Tenhamos consciência do nosso valor, da nossa força e da nossa capacidade de agir e intervir na história. Somos a concretização da Divina Força e Graça sobre a Terra. O Seu Agir não terá fim! Confiemos N'Ele, confiemos em nós! Confiemos na intervenção D'Ele, confiemos na nossa capacidade de agir e transformar! Confiemos nas bênçãos e promessas D'Ele,  confiemos na profecia que nos alimenta e nos dá a força necessária para acreditar e seguirmos adiante no Caminho. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!  
(Ir. Jacinto) 


Ele nos inspira,  acolhe, orienta e guia. Sejamos mais felizes e dispensadores da Graça que deitou por sobre a Terra o Infinito Amor! Que a paz esteja com tod@s!  
( Ir. Isaac)


Imagem colhida na internet. Autoria não conhecida.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Desapego.


Segunda-feira da 20ª Semana.




Quantos de nós somos capazes de exercitar o desapego de tudo o que nos prende, nos retém ou comprime em nossas vidas? A leitura de hoje nos traz uma reflexão a respeito do seguimento e do Caminho. Estamos em Mt 19,16-22. Quantos são capazes de largar tudo pela vivência da utopia do Reino, já, aqui e agora? Esta é a radicalidade que foi colocada pelo Mestre àquele jovem que buscava a sua orientação:



“Mestre, que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?” 17 Jesus respondeu: “Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é o Bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos”. 18 O homem perguntou: “Quais mandamentos?” Jesus respondeu: “Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, 19 honra teu pai e tua mãe, e ama o teu próximo como a ti mesmo”. 20  O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. Que ainda me falta?” 21 Jesus respondeu: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. 


O problema é que ele era muito rico. O seu apego ao status, não permitiu que tangenciasse daquilo que, realmente, era o seu querer ou desejo mais profundo e que consistia num projeto bem próprio para si. Certamente, ele não abriria mão das benesses do seu status social e financeiro, para ir à luta pela Igualdade, Justiça e Paz. A abertura para a percepção dos sinais do Reino em nosso Caminho, pressupõe a disponibilidade para viver a aventura de Amar a humanidade, despindo-nos das nossas idiossincrasias e pondo-nos ao serviço do Eterno e de um Projeto de Redenção da Humanidade. Somos convidados a sermos Sinal da  Esperança que impulsiona homens e mulheres na mudança da realidade e transformação social, à imagem do Reino e do Querer do Pai. O que Jesus propôs ao jovem foi a perfeição do Caminho, nada mais que isso. Vê-se do texto que o Mestre não o condenou, apenas ficou registrada a sua reação, que era de tristeza em não poder corresponder àquilo que lhe era pedido. O jovem foi honesto consigo, com a sociedade e com Jesus. Aprendamos que o Caminho não nos exige mais do que podemos doar de nós mesmos.  Não existem regras, graus ou patamares estabelecidos pelo Mestre, apenas aqueles limites que colocamos a partir das nossas próprias limitações. Jesus carregou a sua Cruz com Amor, e isto deu todo um sentido à sua luta pela Justiça e Paz. Nos deu mais, nos trouxe a Esperança de que ainda é possível fazer algo pela transformação da realidade e pela construção do Reino, aqui é agora. Lembremo-nos que o jovem tinha um desejo ardente e verdadeiro em avançar no Caminho, pois já cumpria a todos os mandamentos, regras básicas de convívio e respeito humano. Queria mais, esse era o seu desejo, porém havia um limite imposto por ele mesmo. E no limiar desse limite, ele parou. Simples assim. Devemos ter a consciência de que a Consagração é uma dádiva dos céus e uma bênção do Pai, para tod@s aquel@s que largam os seus projetos, barcos e redes, que representam o seu querer, para seguir algo bem mais forte; que os tornam mais felizes, cheios de bênçãos, mais realizados e alegres no Caminho, assumindo aquilo que é o querer de Jesus, igualmente, para as suas vidas. É sempre ter a coragem de indagar de si para si: Como Jesus agiria nesta ou naquela situação? E, a partir daí, direcionar o seu próprio agir. O seguimento do Caminho, pressupõe um agir com Amor, por Amor e pelo Amor. E, nada é mais fecundo que o Amor! Cabe a nós, deixar-nos tocar por este sentimento tão profundo, deixá-lo habitar o nosso coração e tornar-se inspirador de nossas ações. Aquele que ama, transborda de si este sentimento e ilumina a humanidade. É capaz de viver e sentir a Vontade do Pai e servir aos irm@s, verdadeiramente,  sem murmurações, lamentos ou arrependimentos. O Amor nos provê da necessária força para viver o Amor! Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s! 

(Ir. Pancrácio)


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domingo, 20 de agosto de 2017

Bendita és tu que acreditaste!

Domingo da 20ª Semana,


Hoje o texto compilado nos leva a uma das passagens mais belas e fortes na profecia. Nos fala da visita de Maria, grávida de Jesus,  à sua prima Isabel que estava, igualmente, grávida de João, o Batista. No mostra a disponibilidade existente entre os pobres, que se ajudam e buscam ser solidários, sem medir distâncias. Maria foi ajudar Isabel, por três meses, durante a gestação e o nascimento, pois não havia dinheiro para contratação de empregados, babás ou enfermeiros como o fazem os ricos e poderosos desta Terra. Estamos em Lc 1,39-56. A alegria de Isabel ao encontrar Maria ressoa até hoje, através da história e, por nós, repetidas incontáveis vezes na oração da Ave Maria:  

42 Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43 Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44 Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45 Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.

Quanta alegria e reconhecimento da Esperança existiu neste encontro! Qual a causa de tanta alegria? A resposta vem logo após pela boca de uma adolescente de aproximadamente 16, quase 17, anos de idade.  Cheia de sabedoria, como a que brota da experiência que emerge das lutas do povo. A idade poderia ser pouca, porém a história de luta e de resistência na qual estava envolvida, era de longa data. Maria não era frágil, alienada ou "bobinha", se assim o fosse não teria aceito a missão, por acreditar na força do Pai; suportado a missão com amor, por ter construído a consciência  sobre a importância do Reino; e vivido a missão por Esperança, mesmo através da perseguição e da execução de seu Filho amado. Maria, tinha a mesma  força que impulsiona todas as mulheres através da história, por trazerem no seu ventre o mistério da Vida e do Ser. Tantas vezes cantamos o Magnificat, que esquecemos a força e a verdade do seu conteúdo. É um canto forte, que faz estremecer as bases do poder e dominação que escraviza o povo através das suas relações de espoliação e exploração. Transforma a dor em ação e nos impulsiona na luta contra toda a injustiça. Hoje a liturgia da Igreja, celebra no Brasil, a Assunção de Maria, enquanto que em outras partes do mundo foi rememorada no dia 15 de agosto. E por que tanto merecimento? Por que tanta festa? Por que tanta alegria? Justamente, por ter sido ela: uma jovem corajosa, que  através do seu sim, abriu a oportunidade para a Encarnação do Verbo Divino-Amor; uma pessoa consciente da situação política em que vivia, de dominação por ocupação estrangeira aliada aos poderosos de então, a cuja aliança estava submetido o seu povo e era espoliado; uma adolescente grávida, que saiu do aconchego do seu lar, enfrentou os perigos do  caminho e empreendeu a jornada da Galileia à Jerusalém, para servir a Isabel. Maria foi um pessoa de fé, de coragem, de força e de luta. Nas nossas pelejas por um mundo mais humano, justo e igualitário, nunca nos esqueçamos da força da sua mensagem de Vida que vem do seu cântico:  

49 porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50 e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o respeitam. 51 Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52 Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53 Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. 54 Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia,"

Aprendamos com Maria, que a realização dos prodígios do Pai, igualmente, depende da nossa disponibilidade, da nossa cooperação e da nossa força  em acreditar no Projeto do Reino, para que a humanidade possa evoluir no Caminho da Verdade, da Justiça, da Igualdade e da Paz. Reflitamos qual o papel que desempenhamos na nossa vida em sociedade.  Em que consiste o nosso agir? Qual a causa da nossa alegria? Que a Assunção de Maria, hoje rememorada, nos ajude a rever alguns conceitos necessários em nossa própria história. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s! 

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sábado, 19 de agosto de 2017

Crer na esperança é crer no futuro.

Sábado da 19ª Semana.


A mensagem de hoje é muito simples, concisa e lúdica. O povo leva suas crianças, ou seja,  as suas primícias, o que tem de melhor, a sua esperança de continuidade sobre a Terra, e pedem que o Mestre as abençoe e por elas faça uma oração. Estamos falando de Mt 19,13-15. O toque humano é essencial para a transmissão de carinho. A carícia é  essencial para a conexão com o Amor universal. Constitui o sopro da Vida que nos impulsiona. O tocar exige compromisso e imersão na realidade do humano ser. São Francisco beijou o leproso, séculos após. O Caminho passa pela aceitação dos irm@s que a Vida nos apresentar. Como está fluindo em nossas vidas, a capacidade de amar e de aceitar os nossos irm@s?  Seres humanos inconclusos, porém que igualmente a nós, trilham a mesma existência sobre a Terra. A existência sobre a Terra constitui o elo fundamental que nos une e impulsiona a um futuro mais ameno, acolhedor e alegre. Nada melhor que as crianças para reafirmarem a nossa fé no amanhã, a nossa crença em dias melhores que virão, e a nossa profissão de fé no futuro da humanidade. Certamente os infortúnios serão momentâneos. O futuro virá e temos a responsabilidade de saber acolhe-lo. A Vida tem rumo próprio e segue adiante,  sempre!  Por isso nada melhor que sorrir e acolher aos pequeninos que representam a nossa Esperança de dias melhores sobre a Terra. Por isso: "14 Então Jesus disse: “Deixai as crianças e não as proibais de vir a mim, porque delas é o Reino dos Céus”. 15 E depois de impor as mãos sobre elas, Jesus partiu dali." Como está a nossa relações com as  crianças?  Como está a nossa relação com o futuro? Como está a nossa relação com a Esperança?  Pensemos nisso! Que a paz esteja com tod@s!

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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

O Dom de Amar.

Sexta-feira da 19ª Semana


Cuida o texto de hoje de diferenciar o ato de amar das obrigações geradas pelo direito. Os fariseus que tudo levavam para o âmbito das obrigações e da servidão à letra da lei, confrontaram o Mestre. Estamos no texto compilado em Mt 19,3-12. O que une as pessoas, gera a filiação, mantém os casamentos, cria as famílias e impulsiona a evolução do homem e das relações coletivas, é o Amor. Não existe outra força propulsora maior que o Amor, que é Vida, gera Vida e vence a morte. Mais forte que a morte é o Amor! É desta realidade transformadora e propulsora da humanidade que nos fala o Nazareno, em contraponto à visão tacanha e egoísta dos seus confrontadores que tentam resumir a questão social de gênero e ao compromisso legal desfeito pelo divórcio. Não se cuida, igualmente, aqui de indissolubilidade do casamento como alguns assim o querem. O que comanda as relações é o Amor e o desejo dos seres humanos de caminhar na Esperança e na Comunhão transformadora das relações, de serem pessoas melhores e evoluídas, e da certeza que este sentimento passa pela capacidade de fazer o outro feliz e, em assim o sendo, alcançar a própria felicidade. Amor não é sentimento egoísta e fechado em si, pois transborda, contagia e transforma ao tocar o ser humano. A resposta para o questionamento é lapidar: "11 Jesus respondeu: “Nem todos são capazes de entender isso, a não ser aqueles a quem é concedido. 12 Com efeito, existem homens incapazes para o casamento, porque nasceram assim; outros, porque os homens assim os fizeram; outros, ainda, se fizeram incapazes disso por causa do Reino dos Céus. Quem puder entender entenda”." Cuidemos de olhar os seres humanos, sejam íntimos, próximos ou distantes, não como "fardos obrigacionais", porém como bênçãos e possibilidades de exercício do Amor e da Compaixão. Para isto, porém torna-se necessário e imprescindível termos consciência do nosso papel e do nosso Caminho na estrada da Vida. Não somos "bestas" ou "mulas" de carga para suportar fardos,  nem tampouco eternos devedores de algo que sequer temos consciência. Toda experiência e vivência do Amor é sublime, libertadora e realizadora, nos conduzindo à plenitude de D-us. Se isto estiver faltando em nossas vidas, cabe a nós realmente o questionamento sobre o que estamos fazendo com a nossa existência sobre a Terra. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s! 

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quinta-feira, 17 de agosto de 2017

A prática da compaixão.

Quinta-feira da 19ª Semana.


A leitura de hoje nos leva à reflexão do agir com a compaixão em nossas vidas e nas relações sociais. Estamos falando do texto compilado em  Mt 18,21-19,1. A lição ali contida é muito simples, porém intensa e profunda. Todos somos tributários de relações sociais que devem ser regidas pela igualdade e pela Justiça. Em poucas palavras, poderíamos dizer que aquilo que desejamos pra nós é  justamente o que devemos oferecer ao semelhante-irm@o.  É  muito comum desejarmos misericórdia em nossas vidas. Será que agimos com misericórdia em relação aos nossos irm@os na jornada da Vida? Almejamos o perdão das nossas "dívidas", faltas,  inconcretudes, inconsistências, limitações e falhas, porém somos capazes de tal exercício em relação aos semelhantes? A questão que nos é colocada, soa como um desafio à nossa evolução no Caminho do Reino. Pensemos em nossas ações, que devem refletir o rosto do Divino em meio ao humano. Que as nossas ações sejam portadoras da Graça; da mesma Graça com a qual somos abençoados todos os dias da nossa Vida. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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quarta-feira, 16 de agosto de 2017

O Reino e as relações sociais.

Quarta-feira da 19ª Semana.


A relações sociais constituem o cerne da pregação de Jesus. A sua proposta é eminentemente social. Estamos falando do texto compilado em Mt 18,15-20. A sua mensagem não é intimista ou individualista,  ela explora o âmbito coletivo das humanas relações. Podemos perceber claramente na gradação da sua pedagogia para as relações coletivas. São três etapas fundamentais no Caminho: a primeira em particular, numa conversa franca e sincera; a segunda,  na presença de duas ou três testemunhas; e, a terceira, e última, será a pública, quando à  comunidade caberá decidir.  Torna-se claro o exercício do aprendizado na lide com as questões sociais e humanas, que deverão ser norteadas pela Justiça  e oportunidade de reparação dos erros, nunca pela ameaça ou punitividade. A pedagogia de Jesus busca o crescimento do homem e das relações sociais, mais justas e harmoniosas com o Projeto do Pai para este mundo, que se traduz no Reino, que começa aqui e agora.  A justiça da ação é que irá nortear o Caminho. "18 Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. 19 De novo, eu vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isto vos será concedido por meu Pai que está nos céus. 20 Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome eu estou ali, no meio deles”." O nome de D-us é Justiça e Concórdia. O D-us de Jesus não é ameaça, medo, vingança ou punição! O D-us de Jesus nos mostra o Caminho da superação das relações de escravidão e de ódio. Nos dá a oportunidade de construir um novo mundo em plenitude e de respeito às mulheres e homens que nele fazem a sua jornada evolutiva. A salvação tão propalada por tantos, emerge de nós mesmos, do nosso íntimo e transborda para o coletivo e infinito do universo.  Nada mais é a "con-versão", que a mudança de rumo. Que o D-us de Amor, seja o norte das nossas vidas e decisões! Paremos de semear a contenda e a divisão. Ontem ouvi um determinado hino e fiquei pasmo. A sua letra escarnecia da versão da Bíblia adotada por determinado ramo do cristianismo que era que acolhia maior número de livros e, ainda, tripudiava do tempo de formação dos seus ministros que demandava doze anos de preparação, afirmando que eram adoradores de ídolos. Parei e comecei a refletir. Qual a razão de tanta disputa, raiva e divisão? Quem cantava e acreditava na letra daquela música é que era um adorador de "ídolos", que semeiam o ódio e a disputa. O D-us que nos foi mostrado pelo Carpinteiro, não se abriga em igrejas, nem tampouco fomenta diferenças e divisões. O mundo é grande demais para dar lugar a certos fundamentalismos idiotas. Não há tempo para perdemos em contendas, pois apenas o Amor acolhe a tod@s. E D-us é Amor! Tomemos muitos cuidado com as nossas ações para que não fomentemos as divisões. Tod@s integramos o belo jardim da Criação. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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terça-feira, 15 de agosto de 2017

Ele cuida de nós...

Terça-feira da 19ª Semana.


A leitura de hoje nos leva a uma roda de conversa entre o Mestre e os seus seguidores.  Um momento lúdico e de reflexão a respeito da importância do mais pequenino dos seres humanos. Mostra-nos que a importância não é medida pela sua contribuição, formação ou imponência, porém pela única condição de constituir uma destinação do Amor do Pai. E as criança sabem muito bem disso! Querem apenas ser amadas e acolhidas, sentirem seguras no regaço dos pais. Estamos falando do texto da primeira tradição compilada em Mt 18,1-5.10.12-14, e que chegou até aos nossos dias. Não é a toa que indaga o Nazareno: “Quem é o maior no Reino dos Céus?”  Se avaliarmos as relações sociais, poderemos observar que as crianças são os seres mais vulneráveis nas sociedades. Elas vivem a conjugar a Esperança, que pra elas torna-se verbo: esperançar. Vivem na Esperança, da Esperança e pela Esperança, a acreditar no presente e num futuro que lhes é  anunciado. O passado sequer existe. Não há "cargas", "culpas" ou "comprometimentos". O compromisso de uma criança é com o futuro que há de vir. É desse compromisso, dessa alegria e, sobretudo, dessa Esperança, que o Mestre nos fala. Não podemos, nem devemos turvar o nosso coração com o desespero, a angústia ou o sofrimento. Ter coração de criança é saber aguardar e aprender a esperar contra toda a desesperança, que encontrarmos ao longo do Caminho. Tudo tem o seu sentido em nossa Vida! É saber estarmos juntos, acompanhados e amados, quando pensamos estarmos sós! Não é à toa que que Jesus nos fala das cem ovelhas que o pastor cuidava e que estavam soltas no arisco. Porém ao perceber que faltava uma, deixou as noventa e nove, indo ao encontro da que estava perdida. Encontrou-a ferida, gemendo e tremendo de frio, tomou-a em seus braços, cuidou das feridas e ao redil voltou. É ter a certeza de que o Pai zela por nós, de igual forma que por tod@s. Que da mesma forma que uma criança indefesa ou uma única ovelha perdida em meio ao grande rebanho, temos de acreditar na força do seu Amor e da sua Graça, que a tod@s alcança e enlaça no Caminho do Reino. E quanto a nós? Conseguimos manter a nossa alegria e esperança em meio às tribulações do Caminho? Encontramos a Paz, a Perfeita alegria?Temos a certeza das crianças e da ovelha perdida, que o Pai cuida de nós e sempre virá ao nosso encontro e em nosso  socorro? Aprendamos a manter a Esperança, em meio a tempos tão turbulentos. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!


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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Não somos estranhos, somos Filhos.

Segunda-feira da 19ª Semana.


A leitura de hoje nos leva de volta ao ambiente de Cafarnaum, pequena vila, onde tod@s se conheciam. E da mesma, que em qualquer local, lá também existiam pessoas ou grupos, que mais se preocupavam com os fatos da vida alheia, apenas com a intenção de detratar e de causar intrigas para colocar a pessoa em maus lençóis. Estamos falando da passagem compilada em Mt 17,22-27. E neste contexto é que procuram indagar se o Mestre está quites com a obrigação de recolher os impostos ao Templo de Jerusalém. Eram apenas curiosos, que em nada contribuiriam para o crescimento da unidade e das disposições de convivência social colocadas pelo D-us de Israel. Talvez, por isso com grande simbolismo, o Carpinteiro determina a Pedro que vá buscar a moeda na boca de um peixe. A moeda em sua boca não serviria de alimento, porém acaso engolida poderia causar-lhe a morte. Talvez fosse possível e até mais fácil salvar o peixe, do que àquelas   pessoas. Quantas vezes na nossa Vida em sociedade, não encontramos pessoas ou grupos que assim agem. Buscam criar e exigir tributos uns dos outros. Criam uma tributação fictícia e derivada da força, da dominação política e do uso em proveito próprio, sem qualquer fundamento lógico, a não ser a própria ânsia de poder, de preponderância e de espoliação. E o pior é que assim agem como se  "salvadores da pátria", o fossem,  em prol do bem da nação, da instituição ou do que quer que seja. E mais, esses grupos arrastam vassalos e conquistam apoiadores dentre aqueles que esperam a sua oportunidade de chegar a  galgar os altos escalões de mando. Estes últimos, são os covardes e oportunistas, que se deliciam com as benesses de ser apaniguados ou elegem aqueles apenas por saberem que poderão "lucrar" para o futuro. E o que é pior, passam a criar as desculpas da necessária "paciência histórica" para a obtenção de "mudanças" e de uma intelectualidade que está ao serviço apenas do sectarismo. E quantos criam estes  impostos e os impõem historicamente ao coletivo? O Mestre nos libera do pagamento de qualquer imposto, pois não somos estranhos. Somos filhos do Pai, sim! Somos livres e não devemos impostos ou vassalagem! Somos irm@s no Caminho e na transformação da realidade para a construção do Reino, já aqui e agora. Aprendamos a não criar "impostos" ao longo do Caminho e igualmente a não prestar vassalagem aos grupos que fomentam a divisão e as lutas pelo poder.  Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s! 

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domingo, 13 de agosto de 2017

Salva-me, senhor!

Domingo da 19ª Semana.


O medo por vezes nos paralisa e faz-nos afundar nas procelas do caminho, ao longo da nossa existência. Quem já não embarcou em algum projeto que começou a fazer água abaixo dos seus pés? Quantas vezes na nossa vida não sentimos medo diante do mar agitado?  Quantas vezes não fomos acossados, tomados e intimidados por realidades que nas quais estávamos imersos?  A experiência de Pedro, registrada pela tradição e, posteriormente, transcrita, nos traz esta mensagem.  Estamos falando de Mt 14,22-33, cujo texto revisitamos, mais uma vez. Esta experiência foi marcante, para ele, e fez-me recordar o meu primeiro contato com o mar. Fui levado, em tenra idade, para o meu primeiro banho de mar. E qual não foi o meu medo, diante da sua imensidão e das suas ondas, que fiquei paralisado pelo medo, que se apoderou de mim. Vivi uma terrível experiência e agarrei-me a minha avó Lourdes, com a força dos quase-afogados, aos gritos e em prantos. Tinha entre três e quatro anos de idade,  já se passaram 53 anos, e  parece que ocorreu no dia de ontem, tão bem esta lembrança se encontra registrada.  A nossa existência traz estas experiências marcantes, que passam a fazer parte da nossa história. A confiança na mensagem, no Mestre e nos seus ensinamentos poderá fazer-nos vencedores da situação, pela qual estamos acuados. No mais das vezes os seres humanos testam os limites e excedem as suas possibilidades, em contraposição a se encontrarem premidos. É o que aqui ocorre no mais das vezes, quando a nossa imaturidade, cheia de boas intenções, nos coloca em situações de risco: "28 Então Pedro lhe disse: "Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água"." A pedagogia de Jesus é bastante clara: "29 E Jesus respondeu: "Vem!" Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. 30 Mas, quando sentiu o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: "Senhor, salva-me!". Ao permitir que Pedro fosse ao seu encontro, naquelas condições, oportunizou-lhe a experiência de testar os seus próprios limites e atingir um patamar superior de amadurecimento. As nossas tentativas ou "fracassos" não devem fazer-nos medrosos na construção de uma nova realidade, porém mais preparados para os enfrentamentos. Nada de desânimo ou desespero! Procuremos aprender com os nossos próprios erros, para seguirmos adiante na transformação da realidade e na construção do Reino, por um lado, e por outro nos despirmos da humana arrogância de detentores da verdade absoluta, com um cunho individualista e egoísta, em prol de uma verdade equilibrada na realidade do coletivo e do social.  "31 Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: "Homem fraco na fé, por que duvidaste?"" Busquemos encontrar e segurar na mão do Senhor, que sempre estará estendida para ajudar-nos na superação dos infortúnios que ocorrem na estrada da Vida. Que os projetos, não sejam os nossos, porém os que forem inspirados, e na medida das nossas capacidades e aptidões, para a contribuição de um coletivo voltado para a evolução da humanidade. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

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