Sexta-feira da 13ª Semana
A leitura ilustra muito bem a
dimensão da Misericórdia do Pai, que a tod@s alcança indistintamente. Vemos o
posicionamento do Mestre que vai ao encontro de Mateus e o chama para o seguimento,
Mt 9,9-13. À época, não existiam pessoas mais desprezíveis que os colaboradores
com a potência estrangeira de dominação. Existia um grande ressentimento em
relação aos impostos romanos cobrados na Judeia, pois bastava a sua
criação ou aumento da carga tributária para motivar o surgimento de sangrentas
rebeliões. Ainda nos dias de hoje, não há simpatia pelo pagamento de imposto. A
situação, à época, seria comparável à expectativa de uma injustiça que a
qualquer momento faria explodir a violência. E o que faz o Mestre? Chama
um cobrador de impostos, portanto um homem vil, desprezível, desonesto e
representante da extorsão perpetrada pela ocupação estrangeira, na conformidade
do conceito social da época. A má reputação de pessoas como Mateus, longe de
ser duvidosa, era plenamente justa pelos padrões de então, como causa de
exclusão. E, Mateus, arrasta consigo muitos da sua corporação social para ouvir
o Carpinteiro. Sem dúvidas, mais uma causa para a convulsão numa sociedade em
ebulição. Certamente, aí foi demonstrada que a Misericórdia do Pai a tod@s
alcança! A questão que se coloca agora, consiste na resposta que é dada a este
ato de Amor. Somos receptivos ou indiferentes? A resposta apenas se dará
a D-us, através dos irmãos. A Ele não vemos nem atingimos com nossas ações,
porém diferentemente ocorre com relação ao colotivo no qual estamos inseridos.
Este é o desafio! Se o chamado de Mateus é público e de dimensão social,
política e econômica, a sua resposta deverá ser dada, igualmente, nos mesmos moldes.
A ação do Reino, juntamente com os seus desdobramentos ocorrem no mundo dos
homens e não se limita apenas ao âmbito intimista ou individualista do ser.
Transborda! Modifica! Diferencia! Transforma! De dentro pra fora e ao mundo. A
resposta à Misericórdia é transformadora da sociedade e do mundo. Não é
pequena, medíocre ou privada. É exigente na mesma medida que o Amor do Pai, por
nós e pela criação. Qualquer sentido de Amor que queiramos dar as nossas ‘amadas’
vidas passa pela convivência e inter-relação as vidas dos seres humanos e nunca
por nós enquanto destinatários. É muito fácil amar apenas a si, é compartilhar
a sua vivência e convivência. É lá, que
vemos o Carpinteiro, sentado a palestrar e a comer com aquelas pessoas. O texto
nos fala que vieram "muitos cobradores de impostos", a história
registra apenas o nome de Mateus. Talvez por ter sido o único daquela leva que
deu uma resposta significativa ao gesto de Amor que foi-lhe dirigido. Quanto
não vemos disso ao longo do Caminho? E quanto aos outros? O que importa? Apenas
sei que o Mestre foi ao encontro, pois ao Pai interessa apenas a nossa
capacidade de amar aos outros, próximos ou distantes, que é a expressão da
Misericórdia transformadora do mundo. Nunca a autocomiseração e o auto-sacrifício
que mais se caracterizam como autopromoção e autossatisfação hedonista e
egoísta. A misericórdia é tão mais simples que o sacrifício! Pensemos nisso! Que a paz esteja com tod@s!
Imagem colhida na internet. Autoria não conhecida.
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