terça-feira, 18 de julho de 2017

O sentido social dos milagres.

Terça-feira da 15ª Semana.



O texto de hoje, Mt 11,20-24, nos fala a respeito das curas que eram realizadas para demonstração de que o Reino estava próximo. É certo que estas curas tinham um significado social e de conversão. Não buscavam o atendimento de necessidades unicamente pessoais ou individuais, porém sociais e coletivas. É neste sentido que refere a leitura às cidades:  21 “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se os milagres que se realizaram no meio de vós tivessem sido feitos em Tiro e Sidônia, há muito tempo elas teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e cobrindo-se de cinza." As duas primeiras e, ainda, Cafarnaum, citada pouco mais adiante, eram cidades da região da Judeia e Galileia, enquanto as duas últimas pertenciam à região do Líbano. A Boa-Nova do Reino importa numa  "con-versão", mudança de rumo ou direção. A multiplicidade das curas realizadas deveriam provocar uma mutação das humanas atitudes, em prol da Justiça e da Paz. No entanto, os grupos sociais que ali habitavam foram insensíveis aos sinais de Esperança e de transformação da realidade que lhes foram dados.  Preferiram restringir-lhes ao âmbito intimista, de "curandeirismo" e de troca de favores, ao invés de vislumbrar a grandiosidade da mensagem do Reino, que começava ali e naquele momento. Não busquemos reduzir a obra do Carpinteiro à mera dimensão de "milagreiro". Se acaso os milagres não fossem sinais da transformação pretendida, da necessária luta humana para a evolução da sociedade e demonstração do prioritário engajamento de tod@s, as curas não teriam atingindo alguns, porém a tod@s! E assim sendo, negaria ao homem a possibilidade da descoberta e a construção com respeito e responsabilidade pela dignidade humana. É um chamado a que tenhamos uma fé adulta, na qual somos responsáveis pelos nossos atos, pois já não somos crianças que vivem a exculpar a si pelos seus atos e guardam ao Pai com temor reverencial de que a tudo resolverá! Não permitam que infantilizem a fé, instrumento de cura, libertação e transformação da sociedade, a partir da Justiça e da Igualdade, propulsoras da Paz almejada. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Autoria não conhecida.

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