domingo, 12 de março de 2017

Encontro de nós, com nós mesmos?

Flores da Quaresma: 12°dia.



Transfiguração! Vislumbre, sonho ou anúncio de uma nova realidade? A leitura de hoje nos desafia: Mt 17, 1-9. De repente o Mestre chama três dos seus para uma conversa em local retirado. O que certamente hoje poderíamos traduzir por 'almoços', 'conversas de pé de orelha' ou 'reuniões de porta fechadas', com outros dois expoentes: o Libertador do povo (Moisés) e um dos Profetas maiores (Elias). Está feita a festa. Um dos discípulos, o mais arrojado e destemperado, logo diz: É aqui que devemos ficar! Não precisamos de mais ninguém! Estamos em ótima companhia! A reunião está muito boa. Todos falam a mesma linguagem, se aceitam, se reconhecem e se respeitam. Os três mais novos estão deslumbrados com a aceitação no seleto grupo. Até já se vê o novo céu e a nova Terra! Viva! Somos diferenciados! Quem já visitou o monte Tabor, sabe que é alto, porém não é lá estas coisas. Como lugar mais altitude e isolado dá-nos uma melhor visão do entorno. Pronto! O cenário está completo. E é justamente aí que o Rabi de Nazaré puxa a 'pipa' e dá um 'chá de realidade'! Isto aqui meu amigo é apenas o que Eu sei e o que vocês três pensam que entenderam. Apenas um vislumbre de uma realidade que está por vir. Temos um sonho para construir no mundo real que não está aqui entre nós, porém lá fora, lá embaixo, lá no meio dos demais! O anúncio dar-se pela prática. Aqui temos apenas a vivência confortável de uma teoria. E esta é justamente a maior tentação de grupos e corporações. Lá, junto aos pobres 'mortais' é que vamos aprender a construir e transformar a realidade. Por mais libertadora ou transformadora que seja qualquer mensagem (idéia) que se concretiza num projeto (realidade) deverá interagir com a prática (práxis), e assim constituir-se em algo verdadeiramente libertador ou transformador. O nome disso é método e esta é a pedagogia do Carpinteiro. De nada adianta se juntar para expressar a indignação a respeito do externo, de forma individual ou coletiva (social) , se não atentarmos que a reforma deverá vir de dentro para fora. Não esperemos nunca sermos reconhecidos como 'roupa de grife' pela etiqueta ou procedência, pois o nome disso certamente será farisaísmo. A ação transformadora se dará não apenas em grupos fechados e de igual calibre ideológico, porém na diversidade e interação com a humana sociedade maior. Vamos lá Pedro, Tiago e João, sair daqui e começar o nosso trabalho que é lá fora junto aos outros! Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

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