quarta-feira, 8 de março de 2017

Eis o tempo favorável...

Flores da Quaresma: 8° Dia.




Hoje, refletindo sobre a leitura de Lc. 11, 29-32, que nos fala da dificuldade daquela "geração" em entender a mensagem do Carpinteiro de Nazaré... e de repente, o texto faz menção a personagem da "rainha do sul". Justamente nesta data, 08 de março, na qual celebramos o Dia Internacional da Mulher, não poderia deixar de recordar a sua luta, que perpassa a questão de gênero, numa proporção tão avassaladora quanto o avanço do conservadorismo nas relações humanas e na contra-mão da história. Gosto sempre de recordar as histórias de mulheres fortes e decididas, que numa sociedade extremamente machista como a dos primórdios do judaísmo e do cristianismo, desafiaram o poder do macho dominante e fizeram a diferença. Eis apenas algumas perguntas. O que teria sido de Moisés, sem parteiras que desafiaram as ordens de Faraó e o deixaram viver e de sua mãe adotiva, princesa egípcia, que o criou como filho debaixo do nariz do seu algoz? A prostituta Raab, que teve papel fundamental na história do cerco de Jericó? A história de Rute, viúva, que desafiou a lei do levirato? A força de Judith que matou o general Holofernes? A própria rainha do sul, da leitura de hoje, que nos recorda a Rainha de Sabá, negra etíope, que deu a volta em Salomão? E o que dizer de Maria Madalena? Ou ainda de Marta e Maria de Betânia que desafiam as convenções sobre o lugar da mulher no lar de então? E daquela mulher anônima e teimosa que desafiando os costumes, dentre a multidão toca o manto do Mestre e alcança a cura? Quem estava ao pé da Cruz, aguardando até que tudo estivesse consumado e onde estavam os machos? Quem foram as primeiras testemunhas da Ressurreição, ao encontrarem o sepulcro vazio, e saíram correndo pra avisarem aos "poderosos machos medrosos" que estavam escondidos, naquela esplendorosa manhã de Domingo? E o que dizer da jovem Virgem de Nazaré, que estando noiva e com a "vida arrumada" aceitou o encargo e as consequências de ser "mãe solteira", desafiando mais uma vez o macho de plantão? O que teria sido da história da salvação, sem o tão decantado "Sim" de Maria? Existiram tantas outras cujos nomes estão escritos no Livro! E para terminar: o que seria das nossas comunidades sem a força das mulheres? Basta que olhemos no entorno e certamente concluiremos que o papel na mulher ao longo da história nunca foi o de bela, recatada ou do lar, e muito menos o de submissa! Viva a mulher que luta, constrói e é politicamente engajada, para a transformação da sociedade! Viva a força do feminino ao longo da história e que nos mostrou o rosto materno de D-us!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

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