sexta-feira, 31 de março de 2017

Conhecemos o Pai?

Flores da Quaresma: 31° dia.




Creio ser esta uma indagação de suma importância, que emerge da leitura de hoje, Jo 7,1-2.10.25-30. O ser humano geralmente tem o costume de tecer grandes teorias. Qual a ideia de D-us que cultivamos? Qual o sentido motivacional que esta idéia trás às nossas vidas? Qual a Sua origem? Conseguimos reconhecê-Lo e às Suas ações? O que vem D'Ele? O que é D'Ele? Sentimo-nos D'Ele? O nosso agir está em conformidade com a idéia que temos a respeito D'Ele? Ou será que nos enganamos a nós mesmos e aos outros? Seremos um embuste para nós mesmos e para os outros? Qual a luz que Ele trás às nossas Vidas? O Caminho na Vida é a Verdade! Este é um tempo favorável. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.




quinta-feira, 30 de março de 2017

Diante do nosso nariz!

Flores da Quaresma: 30° dia.




Pois é dessa forma que poderia resumir o texto de hoje, Jo 5,31-47. Quantas vezes a realidade estando a nossa frente, tergiversamos? Procuramos fundamentações menores e rasteiras para justificar-nos. Fazer o bem não depende do testemunho, compreensão e acatamento do humano-semelhante. E mais uma vez o Carpinteiro nos remete ao fazer, ao realizar, ao construir, ou seja, às obras. São as nossas obras que testemunham a nosso favor! O Espírito da mensagem é que vive e dignifica pelo exemplo, não a fria letra no papel. Há muitos anos um profeta dos nossos tempos ensinou-me que é preciso fazer a letra saltar do papel para a Vida. E eu guardo este ensinamento até hoje, em meu coração e mente! A percepção da realidade e a sua transformação nunca se dará nas reuniões ou salões, onde pessoas, grupos ou corporações, se auto-homenageiam, se auto-galardeiam, e se encontram apenas consigo mesmas. Onde apenas vale o "nós com nós mesmos". É o bom senso que identifica essas situações. Basta abrir os jornais para ler as notícias e identificamos o que desacredita, a toda hora, essas relações corporativas-estratificadas. E o texto encerra com uma indagação profunda e da mais pura maieutica socrática, talvez pela influência grega nesses escritos, que leria dessa forma: como é possível acreditar em algo se não é honrado pela probidade de quem tinha o dever de fazê-lo, pela sua ação e interação com o mundo e a sua humana-realidade transformando-o, se nem eles mesmos crêem por suas palavras e atos? E aqui não vale dizer que vigora o faça o que digo, não faça o que faço! O exemplo e as ações é que dignificam e atestam. Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

quarta-feira, 29 de março de 2017

Chamar a D-us de Pai?

Flores da Quaresma: 29° dia.



A leitura de hoje, Jo 5,17-30, nos leva para o princípio da igualdade. O que almejamos de uma relação paterna em linha direta com o Altíssimo, na verticalidade, em direção ao Infinito e Desconhecido, senão nos aproximarmos e gozarmos da Sua intimidade e amizade? E na horizontalidade, ao nosso derredor, no mesmo plano, em relação ao semelhante-irm@o, ao outro tão próximo a nós na nossa condição humana e que também está "in-carne" (encarnado), vivo e concreto? Buscamos ir até aonde? O que ocorre se caminharmos apenas olhando para o céu? Certamente tropeçaremos e cairemos em razão da nossa ausência do campo de visão do solo que pisamos e dos obstáculos que estando à frente, constituem-se em fatores que poderão nos proporcionar o desequilíbrio. Caminhemos em frente, com os pés firmes no chão, pois é lá no seu final, à nossa frente, onde as duas linhas, vertical e horizontal, se encontram! Note-se no texto, que o conceito do que era inatingível, inenarrável, insondável, assume os contornos do Pai, figura paterna presente, que encontra na concretude do Verbo-Ação do Divino-Amor que tornou-se carne no Carpinteiro, entrando para a história, deixando de simplesmente ser uma idéia distante e inatingível da Palavra-Conceito, para inserir-se na nossa realidade contraditória e conflituosa, que é a convivência do Humano e suas relações. E de qual blasfêmia os 'doutos' acusaram o Nazareno? Justamente de trazer para a Terra o conceito de que o Céu começa aqui e agora, aproximando-os; que o Divino e o humano se entrelaçam da mesma forma e perspectiva, que a linha do horizonte nos proporciona! Note-se, por fim, que o texto refere que o julgamento cabe ao Filho, ação do Pai, que assumiu a nossa condição e compreensão da ótica humana. O nome disso é igualdade! Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

Crédito imagem: Ricardo Coelho.

terça-feira, 28 de março de 2017

Fazer o bem é a regra!

Flores da Quaresma: 28° dia.



Hoje o texto, João 5,1-16, nos coloca diante das limitações impostas pela humana compreensão do Sumo Bem. O quadro que nos é apresentado é o de uma pessoa necessitada e empobrecida, em razão das limitações que lhe foram impostas. Ele também era merecedor da 'cura', portanto de alcançar a plena vida tanto quanto os demais que estão no seu entorno. Ele igualmente merece alcançar o bálsamo das águas refrescantes que a tod@s aquinhoava de bênçãos e restaurava. O Mestre ao ver aquela situação intervém de uma forma direta admoestando-o a levantar-se do seu lugar, sair da sua passividade (carregar a sua cama) e seguir adiante pela Vida. E de repente este simples homem que se via limitado, levanta-se e caminha, deslocando-se com suas próprias forças. Vejo como interessante o fato de que carregou a sua cama consigo, ou seja, aquilo que era a sua 'base de sustentação' e que representava a sua humana-limitação passou a ser um fardo. E aí é que está o milagre da superação como um dom que deve ser percebido como a Graça do Pai. Ninguém sai por aí carregando a própria cama. Esta é a maior lição! O Carpinteiro mostrou a ele o caminho e seguiu adiante. Os que não ajudavam e nada faziam, simplesmente passaram a reclamar. Em outra oportunidade, o Nazareno e o que fora curado, se encontram no Templo, que era o centro de convergência, e este já sem o seu fardo, agradece. E no mais das vezes, basta-nos uma palavra ou até um sorriso. Há dia, hora ou regra de como e onde fazer o bem? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!
Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

segunda-feira, 27 de março de 2017

In Manus Tuas Pater!

Flores da Quaresma: 27° dia.

É em Tuas mãos, Pai:
que eu me coloco,

que eu me vejo, 
que eu me refugio,
que eu me protejo.



É a Tua Graça, Pai:
que me alivia;
que me guia;
que me alimenta;
que me sustenta.


Sem Ti:
nada de belo;
nada de Vida;
nada de harmonia;
nada de equilíbrio.


Contigo,
encontro força,
encontro luz,
encontro sentido,
encontro a Paz!


Que o Teu Amor,
Que a Tua Presença,
Que o Teu Cuidado,
Que em Teu Colo,
possamos tod@s nos aninhar!


Que a Tua ternura esteja com tod@s
e a tod@s possa agasalhar!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

domingo, 26 de março de 2017

A cegueira de quem não quer ver.

Flores da Quaresma: 26° dia.




Hoje o texto é um pouco longo, Jo 9,1-41, talvez pela necessidade de demonstrar o nível de teimosia dos que não querem ver. O homem cego de nascença, que nunca teve o sentido da visão, encontra o Mestre que utilizando dos recursos naturais (areia, saliva e banho na fonte), fez com que a cura fosse alcançada. Portanto, de meios que estavam ao seu e ao alcance de tod@s. Note-se que antes da cura, os homens buscaram justificativas 'lógicas' para aquela cegueira querendo saber de quem tinha herdado a 'culpa' ou se acaso seria ele 'merecedor' daquele castigo. Portanto, justificando a impossibilidade.Tudo em razão da sua condição de indigno, de maldito e de excluído. De outro, os doutores da lei, após a realização do evento da cura, levantam hipóteses para recusar-lhe o reconhecimento do óbvio, que consistia na verdade benfazeja que estava diante dos seus olhos: fora realizada em dia proibido; buscaram desmerecer o Autor da obra; passaram ao debate e costumeira divisão humana em teses , em elucubrações, em debates e questionamentos inócuos, com a finalidade de negar o resultado do bem realizado e que estava diante dos seus olhos: o homem novo que resplandecia na sua capacidade plena! Os doutores-manipuladores-hegemônicos o cobriam de indagações, fazendo-o repetir a exaustão o mesmo relato. Tiveram a pachorra de mandar buscar os seus pais para que comprovassem a sua cegueira de nascença. Amor pela investigação? Nada disso! Os pais do cego, logo perceberam a armadilha matreira e que estavam procurando um motivo para desacreditar a obra, perseguir e expulsar quem dissesse a verdade, que era o que menos interessava. Os pais saíram pela tangente para não se comprometerem. O próprio cego que era testemunha e prova, nesse bizarro julgamento, toma a palavra e chama a atenção dos 'doutos', para dizer-lhes que era a prova viva e que estava diante dos seus olhos: Quem já viu ser curado um cego de nascença? Quais os interesses que estavam por trás daquela hegemonia? A quem serviam? E aí, com interesse apenas de negar a verdade dos fatos, voltam-se contra a própria obra e prova do agir benéfico para desmerecê-la. E, finalmente, não conseguindo provar a sua tese nefanda expulsam o curado, descartando e invalidando a prova, com uma tese muito simples: o que lá não estava, não estaria no mundo! Buscaram tapar o sol com uma peneira, conforme o jargão popular. Varreram, não para baixo do tapete, porém tentaram varrer para fora e sufocar a verdade-histórica! E a verdade real onde está? E quanto disso não ocorre ao nosso derredor, na sociedade humana e nas suas formas de organização? Precisamos tod@s banhar-nos nas águas de Siloé para nos tornarmos homens e mulheres novos, revestidos da coragem e abençoados pela Graça, para testemunharmos e construirmos uma realidade, digna de espelhar o Reino do Pai. Abre nossos olhos, Senhor! Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

sábado, 25 de março de 2017

Disponibilidade.

Flores da Quaresma: 25° dia.



A leitura de hoje, Lc 1,26-38, é de uma singeleza e beleza sem par. De um lado, todo o Poder do Universo consulta aquela jovem simples e a convida a participar da economia da Salvação e, de outro, uma moça que sabedora da sua pequenez diante do Altíssimo, acreditou, não na sua humana razão, porém no seu coração e a partir do seu humano sentir, abandonou-se à Vontade do Pai. São decisões como estas que fazem a diferença nas vidas humanas e mudam o rumo da História. Tod@s somos convidados a nos integrarmos na economia da Salvação e participarmos na construção do Mundo Novo. Lembrando que essa integração se dá de maneira livre e consciente aos Projetos da Vida que brotam em qualquer lugar, até mesmo nos confins do mundo, numa humilde e pobre casa de periferia em Nazaré. As escolhas e as respostas a estas mesmas escolhas, são dadas dentro da liberdade que cada ser vivente trás consigo e da confiança num projeto que para muito além do humano-entendimento é delineado ao longo do Caminho. Acreditar e colocar-se numa atitude de disponibilidade é fundamental para o atendimento a este convite. Que o nosso sim, tenha a mesma radicalidade e profundidade daquele que um dia foi proferido pela Virgem de Nazaré naquele longínquo dia da Anunciação! E quanto a nós, qual o nosso papel na construção da realidade? Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Amamos realmente?

Flores da Quaresma: 24° dia.



A leitura de hoje, Mc 12,28b-34, nos coloca diante daquilo que é talvez o maior desafio humano: amar. Em que consiste? Como se exprime? Cuida-se de ilusão ou realidade? Amar a D-us é bastante fácil! Todo-Poderoso! Perfeito! Criador de tudo e de tod@s! Afinal, serei premiado com o Paraíso! A situação, porém, da forma como foi colocada é bastante diversa. Pode-se amar ao Pai do Céu e rejeitar os companheir@s-irm@s do caminho existencial e da Vida? Fracos! Imperfeitos! Falhos! Aí que está a outra face da mesma moeda. Pensemos nisso antes de batermos no peito e dizermos que O amamos! Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

quinta-feira, 23 de março de 2017

As nossas divisões.

Flores da Quaresma: 23° dia.



O texto de hoje, Lc 11,14-23, nos convida a uma viagem interior, bem no âmago das nossas intenções, porém não intimista, pois reflete-se nos nossos posicionamentos no âmbito da sociedade, portanto de cunho politico e social. Cuida-se da humana prática das divisões em grupos, facções ou cordões. Até o pastoril, uma dança folclórica, tem de ser dividido entre os cordões azul e encarnado. E a coitada da Diana que tente unir as duas cores. Pois é, também assim tem sido na dança da Vida. O Mestre produzia ações boas e necessárias, e as pessoas que detinham a hegemonia de então, não podendo negá-las, justamente por serem boas e necessárias, buscaram reconhecê-las, justamente, por não terem sido realizadas por pessoa reconhecida, aceita ou identificada com aquele grupo, como uma obra forjada pelo maligno adversário, difamando o Carpinteiro. Observe-se que atacaram não a obra ou os seus efeitos, que foram benéficos, porém o autor da obra que era a força criadora e propulsora da mudança em sua origem. Aquelas pessoas colocaram a sua confiança em sua força, representada pelo homem forte e de armadura que guardava a casa, até que surgiram outras pessoas melhores "armadas", que derrubaram a sua hegemonia,l e ainda fizeram a repartição do butim amealhado pelo grupo anterior. Quantas vezes este exemplo se repete nas relações sociais? É este modo de agir que conduz na direção do projeto de construção do Reino? Aonde se pretende chegar? Aqui é que encontramos o sentido para a divisão aludida no texto, que leva os humanos a si auto-rotularem e aos demais. A pregação do Mestre, bate sempre na tecla das ações transformadoras que contribuem para o bem comum, portanto propulsoras do bom e do justo para tod@s, e que não devem e não podem ser rechaçadas ou rotuladas em nome dos jogos de poder. A ação será boa, quando na árvore da Vida produzir o fruto bom e de qualidade. Pensemos nisso! Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.


quarta-feira, 22 de março de 2017

A práxis.

Flores da Quaresma: 22° dia.



O texto de hoje, Mt 5,17-19, é bastante sintético e direto. Nos diz simplesmente que o Mestre nos ensina, que é a prática que nos conduz no caminho do Projeto do Pai. Nada de grandiosos discursos, porém simples exemplos acessíveis contidos em histórias do cotidiano que nos revelam a profundidade da Sua mensagem: as parábolas. O Mestre Carpinteiro nos convida a um diálogo sincero conosco e com a sociedade composta por irmãos-iguais. Não cria teses e tratados, simplesmente nos concita através da prática da Sua mensagem e do Seu exemplo. Quem já não ouviu falar que um "exemplo vale mais que mil palavras" e que "a fé sem as obras é morta"? Adianta ficar bradando e rosnando a torto e a direito o Nome e a Palavra, completamente dissociada de uma prática e de uma reflexão a respeito desta mesma prática a partir da Mensagem? Como poderemos construir um caminho comum para nós e os irmãos se estivermos fora das relações cotidianas, portanto distanciados da realidade, das pessoas e da Vida? Note-se a conclusão é bastante clara e direta: praticar e ensinar. Dois verbos essenciais em sociedade, especialmente neste contexto, que refere ao Reino, não podendo ser compreendido na ótica de uma "prática" individualista, egoísta, desencarnada da realidade ou piedosa. Toda prática é impulsionada por uma ação, que encontra respaldo numa motivação, que leva nos leva a uma interação e intervenção na realidade. A construção do Reino se dará a partir do exemplo e da nossa práxis libertadora, para a construção de um mundo mais de acordo com a vontade do Pai. Pensemos nisso! Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

terça-feira, 21 de março de 2017

Misericórdia, compaixão e perdão.

Flores da Quaresma: 21° dia.


A leitura de hoje é bastante incisiva, Mt 18,21-35, quando estabelece um parâmetro lógico e compreensivo para as relações humanas: aquilo que desejamos pra nós é a exata medida que devemos dar ao semelhante-irm@o. O grande questionamento do tema é o egoísmo individual e de classe. Personagens centrais: rei-patrão e seu trabalhador contratado. Note-se que não é uma relação de servidão. E de outro lado, a ação deste em relação a uma terceira pessoa conhecida e com a qual não tinha qualquer contrato, portanto se encontrava numa situação de desigualdade. O exemplo é certeiro em relação ao humano-senso-encarnado de agir e pensar que deseja o melhor para si e, por tabela, para os seus 'iguais', formando elites, dentro de grupos, ordens ou classes, em detrimento da coletividade. A grande pergunta é se tudo aquilo que desejamos pra nós é o que damos aos outros? A medida com que desejamos ser medidos é a mesma com que medimos os outros? O nosso humano agir com o outro, se pauta pelo mesmo tipo de ação que gostaríamos de ser alvo do outro?
O texto ao iniciar nos conclama a perdoar setenta vez sete, ou seja, ao infinito, por ser justamente este o desejo de todo ser vivente para si, e que portanto, também deverá guardar relação com a proporcionalidade da nossa ação em relação aos demais. A praticidade desse ensinamento é tremenda! Já imaginamos isso em relação a violência nossa de cada dia? E o relato da situação, com áudio e vídeo, que foi divulgado em relação a violência perpetrada na cidade de Itambé? Na ação das torcidas organizadas de futebol? Nos extorsivos juros cobrados pelas organizações bancárias? Nas chamadas reformas pretendidas pelas elites econômicas e políticas para o país? Na construção de uma nova realidade social e humana desde a família, grupos corporativos e sociedade civil? Cuida-se de uma proposta que se encontra a anos-luz do charco nefasto no qual nos encontramos, porém pela Graça do Pai e pela humana vontade, poderemos contribuir para a modificação do entendimento da nossa responsabilidade pela construção de uma nova realidade. Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Cr~edito não conhecido.

segunda-feira, 20 de março de 2017

Disponibilidade para acolher os projetos de Amor.

Flores da Quaresma: 20° dia. 



Hoje, se quisermos refletir, seguindo os temas propostos pela Liturgia, Mt 1,16-18.21-24a, encontramos José. É que neste ano a solenidade coincidiu com o Domingo da Quaresma, que tem um tema apropriado, então a solenidade (festa maior) é transferida para um dia mais conveniente. E não é pra menos, o modelo de Vida proposto, levou-o a ser o Padroeiro da Igreja. Certamente, estes e outros aspectos já foram bastante decantados pelo viés religioso ou cultural do nosso povo. O que desejo ressaltar é a disponibilidade do personagem José para viver a radicalidade de um Projeto de Amor. Alguns dirão é muito fácil! É uma honra! É um privilégio! Após 2.000 anos e com a história sedimentada para os que creem, é bastante fácil e cômodo aceita e refletir o mistério, a partir do senso comum e da superficialidade! Não podemos esquecer do respeito que devemos aos irmãos a que não crêem e igualmente aos que comungam de outra fé. O Pai, na sua Misericórdia, logicamente não iria deter-Se em pequenos detalhes da limitada lógica humana e colocar em risco o Projeto de Salvação, que nada mais é que a Encarnação do Verbo Divino-Amor. Não esqueçamos que não vemos a D-us, digam o que quiserem dizer, o que exergamos em verdade e realidade, são apenas os humanos-encarnados que estão no mundo, em razão da nossa fé no D-us-Pai Criador de tudo e de tod@s, é que devemos acolher-nos, mutuamente, na condição de irmãos-iguais! Como José poderia integrar-se neste Projeto se não tivesse um mínimo de Amor por Maria? Ele podeia casar.vom qualquer outra, 'Débora' ou 'Sara', porém foi amar Maria e escolheu ser feliz ao seu lado. Poderia ter sonhado mil vezes e descido mil anjos, que na ausência deste sentimento seriam apenas 'pesadelos' e 'assombrações'. Amar é correr riscos e ter fé na Vida, que o resto se ajeita! José transcendeu o seu próprio nível de compreensão humano, sociológico e teológico, para integrar esse projeto, que por ser de Amor, era de D-us, e não o contrário. Todo Amor vem de D-us! A fé no Amor, nos 'des-instala' dos nossos lugares sociais e convencionalismos tradionais, e nos convida à partir numa aventura de fé na Vida! Hoje, pergunto o que teria sido de Jesus (Filho de Pai desconhecido e de Mãe solteira, para todos os efeitos legais de ontem e de hoje), se não fosse paternado pelo Amor e Afeto do humano José? E quanto a Maria, Mãe do Salvador, teria sido apedrejada pelo humano julgamento do preconceito? E no entanto, ontem li uma notícia na mídia que determinado igreja pretende registra um novo partido, para representar os seus congregados e defender a família tradicional. Apenas me pergunto se isso é projeto de poder ou de Amor? Será que o Pai necessita de partido político para atender alguns em detrimento de todos? Pensemos nisto! Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

domingo, 19 de março de 2017

E a esperança é para tod@s!

Flores da Quaresma: 19° dia.



Hoje estamos diante de um dos trechos mais lindos do Evangelho, João 4,5-42, que nos relata o encontro com a samaritana. E o texto nos fala: da água (necessidade básica da Vida); do encontro de pessoas (com pensamentos divergentes); do acolhimento (os atores eram de povos que cultivavam a inimizade); da capacidade de diálogo (superação do preconceito e das diferenças); e da busca da Verdade (superação das aparências que escamoteiam a realidade). Creio serem estas as cinco chaves de leitura para compreensão da profundidade da mensagem e a sua relação com a dinâmica das relações humanas e sociais. E por falar nisso, lembremos que todos os discursos e ensinamentos do Mestre de Nazaré se dão no âmbito social e nas relações humanas e de poder, portanto inserida no mundo e nas suas relações contraditórias e antagônicas. Não há como excluir da mensagem a interação com a realidade do cotidiano humano. Não há possibilidade de entendê-la como intimista e dissociada da interação com a realidade que nos cerca. Tomemos como exemplo, apenas o dia de hoje, 19/03: no Nordeste (que está mais para a Samaria em razão não apenas do semi-arido e ausência de chuvas regulares, porém também em razão do preconceito existente contra a região) a água e sua relação com o homem é fundamental dentro de um quadro social agravado pelas secas prolongadas, lembrando que a atual já dura seis anos. E nesse contexto hoje é um dia festa, dia de São José, e quem é nordestino sabe da sua relação com a esperança de chuvas na região, para que os mananciais de água sejam alimentados. Por fim, li a história de uma mulher negra, mãe de seis filhos, empregada doméstica, moradora da periferia da maior e mais rica cidade do país, São Paulo, que foi obrigada a 'distribuir' os filhos, em razão de não poder dar-lhes de comer e ter perdido o benefício dos programas sociais! O que está acontecendo? Para onde voltamos os nossos olhos e interesses? Creio ser esta a pedra de toque da mensagem de hoje: a esperança é para tod@s. E por falar nisso, a água da transposição chegou a cidade de Monteiro, na Paraíba, e hoje tem festa por lá! Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

sábado, 18 de março de 2017

Compaixão, a dor do outro doendo mim! Sejamos sinais da Misericórdia do Pai!

Flores da Quaresma: 18° dia.



O texto de hoje, Lc 15, 1-3, 11-32, nos trás uma reflexão bastante interessante para muito além do âmbito das relações familiares: a compaixão pela situação do outro. De um lado, o personagem do pai, que não questionou a ação do filho e, do outro, o irmão que se coloca no papel de 'julgador' afirmando comodamente que aquilo é consequência dos seus atos. Quantas vezes não nos encontramos nesse papel e bradamos ao mundo a nossa 'retidão', 'perfeição' e 'fidelidade', apontando o dedo em riste aos outros julgando-os, no mais das vezes a partir dos nossos 'achismos', 'preconceitos' e 'estreiteza de pensamento'. O que esta historieta, das mais prosaicas, quer nos atingir é justamente partir das relações familiares, para demonstrar que a sociedade e o mundo, nas suas complexas relações têm o mesmo princípio norteador: a compaixão pelo outro. Tomemos como exemplo as atitudes dos grandes e poderosos desse mundo, que restringem as suas relações e responsabilidades com os outros a meras relações negociais e protocolares. Tomemos ainda, por exemplo, os nossos pobres pelas ruas em suas indigências, a crise dos refugiados, a fome e as guerras esquecidas pelo mundo, e os integrantes das 'castas' em todos os 'lugares': Como estas pessoas reagem a outra que está fora dos seus padrões, códigos e valores de conduta? Com a compaixão do pai ou como o filho mimado e dependente, que nunca teve a coragem de sair e tentar construir a sua própria Vida, preferindo a 'proteção dos padrões' estabelecidos sem questioná-los, a submissão ou até a conivência, desde que garantido o seu status na zona de conforto? Ontem a mídia apresentou a situação de um poderoso chefe de estado, que possivelmente em encontro reservado foi contrariado em suas opiniões por uma chefe de governo aliada, deixando-a de cumprimentá-la em público, apesar desta tê-lo concitado ao ato protocolar. E o que dizer daqueles que propõem reformas e cada vez mais colocam 'cangas no pescoço do povo' favorecendo apenas as elites? Pensemos nisso! Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.



sexta-feira, 17 de março de 2017

O que fizemos do nosso lagar?

Flores da Quaresma: 17° dia.




Hoje a leitura nos leva a outro aspecto das relações humanas , Mt 21, 33-43, 45-46. O que é um lagar? Esta é a primeira pergunta. No mundo antigo, o lagar era uma grande pedra escavada com formato de bacia , onde os homens pisavam uvas ou utilizava como base para triturar o fruto das oliveiras. Eles seguravam-se em cordas acima deles e esmagavam as uvas com os pés. O suco era retirado em recipientes que ficavam nas laterais da grande 'bacia'. Lagares ficavam em locais escondidos, escuros e de acesso restrito. Pois é! Nada mais que uma oficina de trabalho, que não era deles, porém que se apossaram. Esqueceram porque estavam ali, quem os tinha colocado e qual a finalidade de ali estarem. Passaram a tratar aquele local para uso próprio e a se servir daquilo como se fosse deles. Tinham de prestar contas ao proprietário. Como fazê-lo se nem sequer reconheciam a sua autoridade? Eram de fato os donos! Estavam associados para usufruir daquele espaço e não permitiriam qualquer intervenção que modificasse a ordem das coisas. O que representavam os sumo-sacerdotes e os fariseus? É a segunda pergunta. Nada mais que os grupos hegemônicos de qualquer sociedade ou corporação. Note-se a perspicácia do texto. Não era qualquer 'sacerdote', porém os mais altos em dignidade, os 'sumo', os chefes os líderes. E os fariseus, especificamente? É a terceira pergunta. Os apoiadores que de alguma maneira se beneficiariam do 'negócio'. Está formado o cenário! As alianças de poder! Se o mecanismo onde os homens pisam e sapateiam para esmagar as uvas ou utilizam para esmagar as azeitonas, para obtenção de vinho ou azeite, produtos fundamentais na economia da época, portanto geradores de riqueza e poder, era uma grande pedra utilizada como base, a mensagem torna-se bastante clara: o Pai não compactuaria com este tipo de conduta. Ainda mais quando estas 'oficinas', representavam lugares ermos e escondidos para ilustrar os chamados 'conchavos'. Pois é, justamente nesta perspectiva que a pedra rejeitada e desprezada, torna-se angular para a descoberta do Caminho. A ética, a transparência e o bem são fundamentais, pois expõem os corações à luz! Que as nossas condutas e ações busquem sempre o bem. Não nos fechemos numa ótica restrita da luta pelo poder ou, ainda pior, nos comportemos como donos daquilo que não é nosso. Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

quinta-feira, 16 de março de 2017

Para além dos nossos arquétipos.

Flores da Quaresma: 16° dia. 



A leitura de hoje, Lc 16, 19-31, nos alerta sobre o risco de criarmos um mundo paralelo e distante da realidade. Mais uma vez encontramos o Carpinteiro num debate com fariseus. Homens 'justos', 'poderosos' e 'cheios de razão'. Pessoas de 'festas esplêndidas', de 'vestimentas finas e elegantes' e 'ricas', portanto, poderosas. E o que dizer da atitude deles em relação aos pobres cujas 'feridas são lambidas pelos cães', que 'estão no chão' e que se 'alimentam com as sobras'? Quantas vezes não nos isolamos em castas e só percebemos a dor do outro quando passa a doer em nós? Tomemos por exemplo a chamada 'Reforma da Previdência ', um assunto tão atual que movimenta toda a sociedade e suas corporações. Aqui a mensagem que nos é passada, não é de consolo pós-morte, muito pelo contrário, constitui uma advertência para o nosso cotidiano e relações sociais! Estejamos atentos para o que nossos atos causam aos irmãos, pois os alertas nos foram dados como placas de sinalização ao longo da estrada. Tenhamos cuidado quando nos deixarmos guiar nos nossos mundos paralelos, distantes da realidade, em castas isoladas com seus ritos próprios, decadentes e falidos, que de nada mais servem que para alimentar o ego e as ilusões do poder. Certamente seremos surpreendidos ao longo da estrada, com as consequências da infração à Lei da Vida! Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

quarta-feira, 15 de março de 2017

Vencendo a estreiteza de pensamento.

Flores da Quaresma: 15° dia. 



Hoje, mais uma vez, a leitura é provocativa, Mt 20, 17-28. De um lado, vemos a ambição do homem pelos primeiros e mais destacados lugares sociais e de poder, de outro, aquele que serve a tod@s e não a seu projeto pessoal. A ambição pelos primeiros lugares, cega! Esta passagem do Evangelho, trás a minha mente aquela cena, de grandes doutores, sábios e poderosos, proferindo discursos, teses e propostas que no mais das vezes interessam apenas a eles mesmos e, de repente, adentra ao recinto aquela pessoa que serve água e cafezinho, a tod@s, indiscriminamente, em silêncio, sem ser notada, e que os proeminentes do pedaço sequer percebem a sua presença, a olham ou sabem o seu nome. É assim, a missão do servidor! Este, creio ser o exemplo mais chocante de todos. O que pretendemos alcançar com os nossos humanos discursos, propósitos e ações? Estamos servindo ou nos servindo? Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

terça-feira, 14 de março de 2017

O maior deve ser o que serve.



Flores da Quaresma: 14° dia.



Hoje estamos diante de uma profunda interpelação sobre os humanos valores do senso comum, em Mt 23, 1-12. E o questionamento é direcionado ao âmago do humano quando criamos regras que nem mesmo nós cumprimos. Quem nunca ouviu falar do famoso dito popular: 'faça o que eu digo, não faça o que eu faço'. Quantas vezes não vimos 'grupos' ou 'hegemonias' criarem regras para os outros seguirem? E se auto-homenagearem com títulos e medalhas que de nada valem a não ser chamar a atenção sobre si e sobre os seus? E o que dizer da disputa pelos lugares de 'honra' e 'convites' para manter-se em evidência para seus projetos pessoais? E o que dizer dos protocolos cerimoniais? E estes são apenas alguns aspectos. Pois é! De modo certeiro a Boa Nova os fulmina: nem pai, nem mestre, nem guia! Apenas um Pai, um Mestre e um Guia, num mundo de irmãos-iguais, aprendizes e seguidores. Apenas o exemplo de quem serve na humildade! Que a paz esteja com tod@s!
Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

segunda-feira, 13 de março de 2017

Pense o bem, fale o bem, faça o bem.

Flores da Quaresma: 13° dia. 



A leitura de hoje, Lc 6, 36-38, é curta e direta: sejamos misericordiosos como o Pai é misericordioso, pois com a mesma medida com a qual medimos seremos medidos. Pronto! A partir desse paradigma é que podemos vislumbrar as margens do rio, que constitui o limite da ética humana. Constitui uma indagação muito simples que requer uma resposta honesta e direta. O ser humano por vezes tem a prática de escapar por meio de análises e discursos retóricos que tudo condena no outro e tudo perdoa em si. O Mestre mostra com clareza que não adiantam justificativas pueris. É lei a de causa e efeito atuando! Como disse Santa Teresa de Ávila certa vez: Onde não há Amor, ponha Amor e colherás Amor. Nós é que colocamos o nosso próprio limite, na medida em que será justamente aquele com o qual estamos disponíveis para o outro. Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

domingo, 12 de março de 2017

Encontro de nós, com nós mesmos?

Flores da Quaresma: 12°dia.



Transfiguração! Vislumbre, sonho ou anúncio de uma nova realidade? A leitura de hoje nos desafia: Mt 17, 1-9. De repente o Mestre chama três dos seus para uma conversa em local retirado. O que certamente hoje poderíamos traduzir por 'almoços', 'conversas de pé de orelha' ou 'reuniões de porta fechadas', com outros dois expoentes: o Libertador do povo (Moisés) e um dos Profetas maiores (Elias). Está feita a festa. Um dos discípulos, o mais arrojado e destemperado, logo diz: É aqui que devemos ficar! Não precisamos de mais ninguém! Estamos em ótima companhia! A reunião está muito boa. Todos falam a mesma linguagem, se aceitam, se reconhecem e se respeitam. Os três mais novos estão deslumbrados com a aceitação no seleto grupo. Até já se vê o novo céu e a nova Terra! Viva! Somos diferenciados! Quem já visitou o monte Tabor, sabe que é alto, porém não é lá estas coisas. Como lugar mais altitude e isolado dá-nos uma melhor visão do entorno. Pronto! O cenário está completo. E é justamente aí que o Rabi de Nazaré puxa a 'pipa' e dá um 'chá de realidade'! Isto aqui meu amigo é apenas o que Eu sei e o que vocês três pensam que entenderam. Apenas um vislumbre de uma realidade que está por vir. Temos um sonho para construir no mundo real que não está aqui entre nós, porém lá fora, lá embaixo, lá no meio dos demais! O anúncio dar-se pela prática. Aqui temos apenas a vivência confortável de uma teoria. E esta é justamente a maior tentação de grupos e corporações. Lá, junto aos pobres 'mortais' é que vamos aprender a construir e transformar a realidade. Por mais libertadora ou transformadora que seja qualquer mensagem (idéia) que se concretiza num projeto (realidade) deverá interagir com a prática (práxis), e assim constituir-se em algo verdadeiramente libertador ou transformador. O nome disso é método e esta é a pedagogia do Carpinteiro. De nada adianta se juntar para expressar a indignação a respeito do externo, de forma individual ou coletiva (social) , se não atentarmos que a reforma deverá vir de dentro para fora. Não esperemos nunca sermos reconhecidos como 'roupa de grife' pela etiqueta ou procedência, pois o nome disso certamente será farisaísmo. A ação transformadora se dará não apenas em grupos fechados e de igual calibre ideológico, porém na diversidade e interação com a humana sociedade maior. Vamos lá Pedro, Tiago e João, sair daqui e começar o nosso trabalho que é lá fora junto aos outros! Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

sábado, 11 de março de 2017

Mudança de ótica e comportamental.

Flores da Quaresma: 11° dia. 



Este tempo é bastante exigente! Na leitura que nos é proposta hoje, Mt 5, 44-48, aponta para a busca da perfeição. E em que consiste? Simplesmente no seguimento do Caminho. Se for para amar de verdade, ame até os inimigos. Se for para ser perseguido, reze pelos perseguidores. Se for para encarar D-us como Pai, não dá pra fazer acepção de pessoas, classificando-as como más e boas, pois da mesma forma que há o sol, também há chuva para tod@s! Não dá mais para dividirmos o mundo entre amigos e inimigos! Tod@s já fazem isso! O Caminho é exigente! Aqui não vemos nenhuma receita piedosa, muito pelo contrário, é uma exigência de des-instalação das nossas limitadas convicções e a partida para a com-preensão do oposto. Amar, da maneira como aqui está proposta, consiste na busca da verdade e do diálogo que aproxima e possibilita o crescimento. É o colocar-se numa atitude de acolhimento, reflexão e escuta que possibilite o encontro e a partilha dos dons. Cuida-se, por assim dizer, do afastamento do senso comum que leva a classificação e a divisão entre justos e injustos. Não nos fechemos em nossas relações e pontos de vistas criadores de sectarismos ou divisões, que inviabilizam a construção do bem comum. Rezar pelos 'inimigos' nada mais é, que não desistir nunca do oposto e manter aberto os canais para o diálogo, o esclarecimento e o entendimento. A busca da perfeição para mim nada mais é que o encontro com a inteligência emocional. E o resto? Deixe D-us agir, e certamente Ele saberá o que fazer! Que a Paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.


sexta-feira, 10 de março de 2017

Coração é terra que ninguém vai.

Flores da Quaresma: 10° Dia. 



A leitura de hoje, Mt 5,20-26, nos concita uma reflexão bastante interessante a respeito dos nossos sentimentos interiores, como propulsores da ação humana. O desafio para uma mudança de atitude e de postura que tanto cobramos nos outros, e que tem de partir do nosso interior. Em poucas palavras: a proposta de Reino ou de projeto que desejamos para o mundo, tem de começar pelas nossas ações. Qual a nossa responsabilidade? Por vezes nos pegamos em condenações que pesam sobre o semelhante no seu agir social e nos perdemos em identificar as causas primeiras que motivaram a sua ação ou a nossa re-ação. O texto é bastante claro quando nos informa a respeito da punição da justiça para o crime de homicídio. É sabido, porém, que a motivação é impulsionada a partir de pequenos detalhes nos sentimentos alimentados, preservados, cultivados ou desenvolvidos, como a inveja, o escárnio, o desprezo, a ofensa, o ciúme, a cólera ou a raiva, dentre tantos outras negatividades que podem ter sido potenciais geradores desse, por assim dizer, 'efeito borboleta'. É isso aí, meu irmão, a Vida é bastante exigente para tod@s. Lembrei-me do meu avô, Adalberto, que ensinava: 'Três coisas não tem volta: a ofensa rogada; a flecha atirada; e a oportunidade perdida. Creio que dentre todos estes, talvez a raiva, seja o pior deles. E é por isso que a leitura de hoje nos alerta para a constante necessidade de re-conciliação. Buscar sempre no semelhante o encontro com ele e com nós mesmos. Não adianta subir ao altar para o oferecimento das primícias da nossa vida ao Pai, esquecendo do nosso irmão que tem alguma coisa contra nós! A reconciliação com os adversários e opostos é uma necessidade das relações sociais. Não adianta discursos bem arrumados na retórica, estratégia ou filosofia, se esquecermos a prática constante da conciliação. Pensemos que apenas seremos seres sociais transformadores se a nossa prática também o for. Existirá sempre a necessidade de dar-se o primeiro passo. Que seja o nosso! Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.


quinta-feira, 9 de março de 2017

Sabemos o que queremos, como e aonde buscarmos?

Flores da Quaresma: 9° Dia. 



A leitura de hoje, Mt. 7, 7-12, nos propõe uma reflexão a respeito de um dilema interessante da Vida. Primeiramente, nos propõe uma análise do método ou, por assim dizer, da pedagogia do Mestre: pedi e vos será dado; busque e encontrará; insista, e conseguirá. Depois, nos fala da estratégia: procure e ache; peça e obterá; persevere e consiga. Para ao final, falar do objetivo perseguido e na confiança daqueles que repousam suas fadigas nos braços do Pai. Temos aí um compromisso D'Ele com aqueles que se entregam e se abandonam à Sua Vontade, onde repousam os Seus desígnios de Amor, conforto d'alma, refrigério para o espírito cansado e equilíbrio para os nossos tormentos. Porém, meu irmão e minha irmã, não nos esqueçamos da regra de ouro estipulada pelo Rabi de Nazaré: tudo o que queremos que os outros nos façam, façamos nós a eles! Vejamos aí a inexorável "Lei do Retorno", portanto sempre pensemos o bem, falemos o bem e façamos o bem! Pensemos nisto quando lutarmos pelo justo, pelo bom e pelo melhor em nossos embates. Que a paz esteja com tod@s!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.

quarta-feira, 8 de março de 2017

Eis o tempo favorável...

Flores da Quaresma: 8° Dia.




Hoje, refletindo sobre a leitura de Lc. 11, 29-32, que nos fala da dificuldade daquela "geração" em entender a mensagem do Carpinteiro de Nazaré... e de repente, o texto faz menção a personagem da "rainha do sul". Justamente nesta data, 08 de março, na qual celebramos o Dia Internacional da Mulher, não poderia deixar de recordar a sua luta, que perpassa a questão de gênero, numa proporção tão avassaladora quanto o avanço do conservadorismo nas relações humanas e na contra-mão da história. Gosto sempre de recordar as histórias de mulheres fortes e decididas, que numa sociedade extremamente machista como a dos primórdios do judaísmo e do cristianismo, desafiaram o poder do macho dominante e fizeram a diferença. Eis apenas algumas perguntas. O que teria sido de Moisés, sem parteiras que desafiaram as ordens de Faraó e o deixaram viver e de sua mãe adotiva, princesa egípcia, que o criou como filho debaixo do nariz do seu algoz? A prostituta Raab, que teve papel fundamental na história do cerco de Jericó? A história de Rute, viúva, que desafiou a lei do levirato? A força de Judith que matou o general Holofernes? A própria rainha do sul, da leitura de hoje, que nos recorda a Rainha de Sabá, negra etíope, que deu a volta em Salomão? E o que dizer de Maria Madalena? Ou ainda de Marta e Maria de Betânia que desafiam as convenções sobre o lugar da mulher no lar de então? E daquela mulher anônima e teimosa que desafiando os costumes, dentre a multidão toca o manto do Mestre e alcança a cura? Quem estava ao pé da Cruz, aguardando até que tudo estivesse consumado e onde estavam os machos? Quem foram as primeiras testemunhas da Ressurreição, ao encontrarem o sepulcro vazio, e saíram correndo pra avisarem aos "poderosos machos medrosos" que estavam escondidos, naquela esplendorosa manhã de Domingo? E o que dizer da jovem Virgem de Nazaré, que estando noiva e com a "vida arrumada" aceitou o encargo e as consequências de ser "mãe solteira", desafiando mais uma vez o macho de plantão? O que teria sido da história da salvação, sem o tão decantado "Sim" de Maria? Existiram tantas outras cujos nomes estão escritos no Livro! E para terminar: o que seria das nossas comunidades sem a força das mulheres? Basta que olhemos no entorno e certamente concluiremos que o papel na mulher ao longo da história nunca foi o de bela, recatada ou do lar, e muito menos o de submissa! Viva a mulher que luta, constrói e é politicamente engajada, para a transformação da sociedade! Viva a força do feminino ao longo da história e que nos mostrou o rosto materno de D-us!

Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.