Flores da Quaresma: 26° dia.
Hoje o texto é um pouco longo, Jo 9,1-41, talvez pela necessidade de demonstrar o nível de teimosia dos que não querem ver. O homem cego de nascença, que nunca teve o sentido da visão, encontra o Mestre que utilizando dos recursos naturais (areia, saliva e banho na fonte), fez com que a cura fosse alcançada. Portanto, de meios que estavam ao seu e ao alcance de tod@s. Note-se que antes da cura, os homens buscaram justificativas 'lógicas' para aquela cegueira querendo saber de quem tinha herdado a 'culpa' ou se acaso seria ele 'merecedor' daquele castigo. Portanto, justificando a impossibilidade.Tudo em razão da sua condição de indigno, de maldito e de excluído. De outro, os doutores da lei, após a realização do evento da cura, levantam hipóteses para recusar-lhe o reconhecimento do óbvio, que consistia na verdade benfazeja que estava diante dos seus olhos: fora realizada em dia proibido; buscaram desmerecer o Autor da obra; passaram ao debate e costumeira divisão humana em teses , em elucubrações, em debates e questionamentos inócuos, com a finalidade de negar o resultado do bem realizado e que estava diante dos seus olhos: o homem novo que resplandecia na sua capacidade plena! Os doutores-manipuladores-hegemônicos o cobriam de indagações, fazendo-o repetir a exaustão o mesmo relato. Tiveram a pachorra de mandar buscar os seus pais para que comprovassem a sua cegueira de nascença. Amor pela investigação? Nada disso! Os pais do cego, logo perceberam a armadilha matreira e que estavam procurando um motivo para desacreditar a obra, perseguir e expulsar quem dissesse a verdade, que era o que menos interessava. Os pais saíram pela tangente para não se comprometerem. O próprio cego que era testemunha e prova, nesse bizarro julgamento, toma a palavra e chama a atenção dos 'doutos', para dizer-lhes que era a prova viva e que estava diante dos seus olhos: Quem já viu ser curado um cego de nascença? Quais os interesses que estavam por trás daquela hegemonia? A quem serviam? E aí, com interesse apenas de negar a verdade dos fatos, voltam-se contra a própria obra e prova do agir benéfico para desmerecê-la. E, finalmente, não conseguindo provar a sua tese nefanda expulsam o curado, descartando e invalidando a prova, com uma tese muito simples: o que lá não estava, não estaria no mundo! Buscaram tapar o sol com uma peneira, conforme o jargão popular. Varreram, não para baixo do tapete, porém tentaram varrer para fora e sufocar a verdade-histórica! E a verdade real onde está? E quanto disso não ocorre ao nosso derredor, na sociedade humana e nas suas formas de organização? Precisamos tod@s banhar-nos nas águas de Siloé para nos tornarmos homens e mulheres novos, revestidos da coragem e abençoados pela Graça, para testemunharmos e construirmos uma realidade, digna de espelhar o Reino do Pai. Abre nossos olhos, Senhor! Pensemos nisso. Que a paz esteja com tod@s!
Imagem colhida na internet. Crédito não conhecido.